Decorreu na passada quarta-feira o lançamento d' "O Livro da Avó Alice", de Alice Vieira, no restaurante do "El Corte Inglés" em Lisboa, com apresentação de Ana Bola, numa sessão alegre e divertida, que começou um pouco atrasada. Razão? Pois, a ilustradora resolveu telefonar a avisar que estava ligeiramente atrasada e, para mal dos seus pecados (e da sua bolsa), em plena condução do seu carro, mesmo à frente de um polícia. Resumindo: foi multada e o lançamento iniciou-se antes dela chegar!
Ana Bola afirmou que o tinha lido numa penada e apelidou-o de livro anti-crise, uma vez que nas suas páginas grassa uma boa disposição contagiante. Por sua vez, a autora explicou que nunca pretendeu arranjar fórmulas ou manuais de ajuda a outras avós como ela, apenas abrir um pouco as portas da sua casa, quando os netos a vão visitar. Um livro de diversos recuerdos, como se pode constatar da sua leitura...
Devo esclarecer, desde já, que fui ao lançamento por amizade, não estando particularmente interessada na leitura deste livro - ainda não sou avó, o meu filhote já está crescido e das minhas 4 sobrinhas só a mais nova ainda não tem uma "vida social" muito activa longe dos "cotas" -, e também porque a minha mãe (avó dessa neta mais nova) estava interessada em lê-lo, pelo que comprei o livro para ela, pedindo um autógrafo à escritora a condizer. Mas, como a cusquice sobre novos livros mora aqui, não deixei de o folhear: o prefácio da neta Adriana, a mais "crescida" dos quatro irmãos, a introdução, vista de olhos pelas ilustrações e desenhos, "deixa cá espreitar o primeiro capítulo", e pronto, as seguintes 177 páginas passaram num ápice!
Enganadoras, por sinal, que a letra é bem grandinha (para aquelas avós que ainda fingem que não precisam de óculos - mas que, no meu modesto entender, deveria ser extensível a todos os livros, porque as letras miudinhas de muitos calhamaços não contribuem para a melhor visão de ninguém) e os múltiplos desenhos da prole e as ilustrações também ocupam o seu devido espaço.
Gostei essencialmente de não arvorar moralismos bacocos, se bem que denote uma fragilidade inerente a quase todos o seres humanos: "É por isso que ao olhar para os meus netos - tal como em tempos ao olhar para os meus filhos - percebo que a nossa vida se estende muito para lá de nós próprios, e que enquanto habitarmos a sua memória e o seu coração, seremos eternos."
Para além disso, as ilustrações de Patrícia Furtado também são muito giras, como por exemplo esta:
De resto, para todos aqueles que são avós, pais, tios, etc., e a quem de vez em quando falha a ideia de como entreter a criançada, o livro dá a conhecer algumas brincadeiras idealizadas e postas em prática pela escritora e pela sua filha, Catarina Fonseca, nos dias em que a casa da avó era (e é) "invadida" pelos jovens piratas e princesas da família, em busca de um "palco" onde dar asas à sua imaginação e a momentos inesquecíveis de convívio e alegria... (quer dizer, sugestões essas que podem servir de base a outras brincadeiras, mas desde que ninguém se importe de arredar um móvel ou outro, para dar espaço à miudagem!)
Um bom presente para vovós modernas (e não só)!
Alice Vieira também esteve em Toronto em Abril. Ainda não li nenhum dos seus livros infantis. Pelo que me disseram são bastante interessantes.
ResponderEliminarÉ verdade, CATARINA, esteve aí recentemente! E também li muito poucos dos seus livros infantis, quando ela começou a escrever já andava na faculdade... :)
ResponderEliminarMas nem tudo o que ela escreve é exclusivamente para crianças - este, por exemplo, é mais dirigido a avós - ou juvenil. Tem livros de poesia, de crónicas, sobre as praias portuguesas, Lisboa ou o Tejo, ou em parceria com outros escritores.
Mesmo assim, o primeiro que li dela (dado como infanto/juvenil) - "Se perguntarem por mim digam que voei" - apaixonou-me completamente: é uma história simples para todas as idades, sobre os primórdios da televisão em Portugal e a influência que teve nas mentalidades "acanhadas" da época... :D
Tenho estado à espero que falasses deste livro, Teté, pois como admiradora da Alice Vieira, sabia que mais tarde ou mais cedo o apresentarias aqui.
ResponderEliminarFiquei com grande curiosidade de ler este novo livro da Alice Vieira, vamos ver a minha família não se esquesse de mo trazer em Agosto.
As avós do século XXI são aves muito raras, quero dizer, já não há avós como nos outros tempos, pelo menos, aqui na Alemanha.
Uma agradável semana, só com o flhote e sem netos.
PS: Quanto ao desafio: tu não falas da actriz, mas sim dum filme onde ela entra.
Agora também já vi o filme, mas na altura do teu post, só sabia do filme, sem saber quem eram os actores.
Com esta dica é fácil de saberes quem é essa actriz, não achas?
Parece-me bom para professores :)
ResponderEliminarA avó Alice é não só uma excelente escritora, mas também uma excelente pessoa!
ResponderEliminarOra aqui está um livro que esta avó de quatro netos deveria ler.
ResponderEliminarEMATEJOCA, nem assim lá ia! Para além da actriz estar de olhos fechados, está muito diferente da imagem que passou no filme... :)
ResponderEliminarAqui também já vai havendo poucas avós com a imagem que tinham antigamente, sempre vestidas de preto e de carrapito. Muitas destas são avós que ainda trabalham ou que mesmo já reformadas têm os seus interesses e vida social fora do círculo familiar restrito! :D
Boa semana!
Provavelmente a alguns também dava jeito, MOYLITO! :)
ResponderEliminarConcordamos inteiramente, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, a Alice é um amor de pessoa! :D
ResponderEliminarEntão se o vires por aí, aproveita para dar uma vista de olhos, SONHADORA! E a Feira do Livro do Porto também deve estar a começar (daqui a uma ou duas semanas, suponho)... :)
ResponderEliminarA boa disposição, a humildade, a sinceridade, aliada a um estilo de escrita bastante acessível, frontal mas ao mesmo tempo fraterno levo-me a gostar bastante da obra.
ResponderEliminarEmbora o livro seja essencialmente dirigido a avós, suponho que é uma boa leitura também para pais e professores, TIAGO! E sim, pareceu-me de acessível leitura para todos! :D
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