quarta-feira, 9 de junho de 2010

EXAMES À PORTA...


... e lá vem mais uma polémica, que francamente não entendi: o Ministério da Educação resolveu permitir aos alunos que chegaram ao limite de idade da escolaridade obrigatória (15 anos) que se proponham ao exame do 9º ano. Lá andaram as televisões num virote, a entrevistar os "especialistas" do costume (incluindo aquele sindicalista bigodudo), quase todos a concordarem que só contribuía para o facilitismo no ensino, para  as escolas se desembaraçarem da presença dos adolescentes mais velhos, para "dar" certificados de habilitações a quem não os merece, etc. e tal.

Acontece que nada disso é novidade: tive vários colegas de liceu que, por estarem dois ou três anos atrasados, por opção própria ou dos pais, resolveram completar os estudos liceais fora do ensino oficial - inscreveram-se em escolas de preparação aos exames e fizeram um 2 em 1, ou um 3 em 2. Com esforço deles, evidentemente! E exames "Ad Hoc" para adultos de ingresso na Faculdade também já existiam, não sei como é agora mas a única condição era terem o exame da 4ª classe. Queimar mais etapas do que todos esses anos de escolaridade é impossível, certo é que muito poucos conseguiam passar e entrar - e também não é garantido que todos esses concluíram a licenciatura. Então para quê esta indignação toda?!

Já aqui referi o que penso sobre as "Novas Oportunidades" e o mesmo se diga sobre aqueles cursos profissionalizantes para alunos que andam a engonhar sem conseguir terminar o 9º ano, que dão direito ao diploma com um grau de exigência muito menor - são uma treta! A isso chamo facilitismo! A possibilidade de qualquer pessoa poder fazer um exame, em igualdade de circunstâncias com os restantes estudantes pré-universitários, independentemente da sua escolaridade, é uma questão de justiça! Que nem sequer é para todos, porque autodidactas não existem por aí aos pontapés...

Imagem da net.

30 comentários:

  1. enquanto estatísticas e indicadores forem o mais importante para alguns senhores, não vai ser surpresa que aconteçam facilitismos destes...

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  2. Por acso assisti na Tv e quando li nas legendas, fiquei a olhar pra mim e...bolas, então para que é que os outros que andam a marrar para conseguirem passar fazem isso? mais vale estarem de férias e daqui a dois anos estão passados sem terem de se esforçar minimamente...bolas, está mal, mas o que nos surpreende? nada! estamos habituados a tudo!
    O mau é que calando vamos consentindo e eles abusam!
    Beijinho da laura

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  3. Hoje à noite comento posts anteriores!!!

    Antes de ir com o alho porro na mão a atacar os portuenses na Noite de São João, deixo um desafio e um selo no "ematejoca azul".
    O selo não tem nada a ver com o desafio. Queria oferecer esse selo a todos os meus leitores, quando o "ematejoca azul" completou os 2 anos. Tentei escrever nele o nome do blogue, mas não consegui. Ofereço-o agora, mesmo sem nome, para não se esquecerem da ematejoca azul durante a sua estadia na cidade invicta.

    Abraço ainda de Düsseldorf!

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  4. Eu também não compreendo todo este facilitismo, enfim...

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  5. Tenho um nível de escolaridade reles e não preciso dessas coisas para nada!

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  6. Tete, quanto aos cursos profissionais, já sabes a minha opinião. E tb já sabes que as coisas não são assim tão lineares e que a maioria das opiniões são formuladas por quem não está dentro desse sistema a vê-lo funcionar. E acaba por ser injusto para quem está lá dentro e se esforça para combater esse estigma e estereótipo que se formou em torno desses cursos profissionais.
    I mais não digo, dado que sou formadora nesses cursos...

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  7. Eu também fiz um exame ad hoc no British Council. Nunca lá tinha postos os pés, e devo ter passado uns quantos degraus à frente de pessoas que lá andavam há meses. Inscrevi-me no exame, tirei o meu First Certificate com nota máxima sem ter ido a uma única aula e sem dar trabalho a ninguém,e estou muito contente com isso. So shoot me!

    Também não tenho nada contra esta medida. É curioso é que tudo o que pode ser bom para pessoas que têm dificuldade em seguir um curso de ensino normal, e há-as, e nem todas são deliquentes preguiçosas, seja logo motivo de celeuma. E o amigo sindicalista do bigode, se em vez de andar a vida toda a mandar vir e a preparar manifs fosse fazer aquilo para que andou a estudar, tinha mais serventia.

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  8. Concordo inteiramente...ESSE FACILTISMO É VERGONHOSO:)
    suuuuuuuRRISINHOS para ti:)

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  9. tens toda a razão, o facilitismo não está neste exame. é muito mais profundo que isso e muito mais difícil de resolver do que meras operações de cosmética e diabolização docente.

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  10. Contudo, não é justo que quem fique retido em anos atrasados possa saltar assim para o secundário e que quem tem óptimas notas não o possa fazer. Ou seja, a mensagem não acaba por ser "não preciso de estudar pq depois faço o exame e já tá"? Com que lata é que vamos pedir ao pessoal que estude e trabalhe porque sem isso não vencem na vida, se até agora é não estudar e não trabalhar que rende mais?

    A Fenprof fazia melhor em defender os interesses dos professores, em vez de passar a vida a armar barracada, complôts e manipulações em proveito próprio...sindicatos...

    Quanto à formação profissional e novas oportunidades e afins, nem todos puderam seguir a o ensino dito normal, muitas vezes por dificuldades financeiras. O IEFP, contudo, oferece bolsas de estudo a quem frequenta cursos profissionais, permitindo-lhes comprar o material escolar necessário. Mas, caso desistam do curso sem justa causa, sejam expulsos, chumbem por faltas ou negativas, podem ser obrigados a devolver todo o valor de bolsa que lhes foi entregue. E, sim, chumba-se. Por faltas, por negativas, por mau comportamento. Sejam miúdos ou graúdos.
    Muitos são pessoas sem hábitos de trabalho, sem disciplina, sem conseguirem estar quietos numa cadeira e numa sala de aula. E muitos são adultos com vidas familiares dificeis e preenchidas, problemas financeiros, falta de bases, falta de educação, falta de palmos de testa e etc. Se a abordagem pedagógica fosse a mesma que para as crianças do ensino dito normal, estavam bem arranjados, estavam...
    Como diz a safira, nem todos são deliquentes que não querem fazer nenhum, bem como nem todos os cursos e equipas formativas são adeptos do facilitismo desefreado para as estatisticas. Muitas equipas recusam alinhar nisso e, sabes o que lhes acontece? são consideradas exigentes demais e não são postas no activo. São maltratadas. São espezinhadas. Tudo em nome do facilitismo. Felizmente que ainda há locais onde se pode trabalhar, isto é, educar. E não são poucos.
    Não podemos passar a vida a generalizar só porque há uns quantos que se aproveitam do sistema. Isso é fazer o justo pagar pelo pecador e, no fundo, dizer-me que eu não sei o que ando para aqui a fazer...

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  11. Anónimo6/09/2010

    Totalmente de acordo!

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  12. Deve ser uma forma de dizer ao resto do mundo que em Portugal o "Ensino Obrigatório" atinge a cota máxima.
    Beijinho Tété

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  13. Bem-vindo, DUAL!
    E o surf estava fixe? :)

    Não há facilitismo nenhum em permitir que alguns alunos mais velhos (ou adultos) possam fazer os exames do 9º, 12º ou de entrada para a Faculdade, desde que igual para todos, VÍCIO! Mesmo os exames "Ad Hoc" não eram considerados fáceis. Quanto ao resto é para as estatísticas, evidentemente! ;)

    A converseta dos jornalistas foi sensacionalista neste caso, LAURINHA! Na tal lei (ou projecto, não sei ao certo), só diz que eles podem fazer o exame - não que passam todos para o 10º! Isso, sim, seria um abuso! :p
    Beijinhos!

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  14. OK, EMATEJOCA, já vi o desafio, o selo é que não!
    Já percebi que estás entusiasmada com as férias na Invicta, espero que te divirtas por lá! :)
    Beijocas de Lisboa!

    Facilitismo não é ter a possibilidade de fazer um exame, PAULOFSKI, é arranjar esquemas diversos para dar um certificado de habilitações do 9º ano, com um grau de exigência muito menor... ;)

    Não tenho dúvidas, REIZÃO, que sabes mais que muitos doutores e engenheiros que andam por aí. Aprendeste numa escola diferente e mais exigente: a da vida! :D

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  15. Minha querida VANI: longe de mim criticar os formadores!

    O sistema de dar um diploma do 9º ano a um aluno/a que segue um curso profissionalizante é que me parece errado. Se lhes dessem tipo carteiras profissionais, para poderem desenvolver futuramente as competências adquiridas, nem achava mal.

    Conheço uma que seguiu um de pastelaria - OK, a miúda até tinha mais interesse nisso que na Matemática, Português, Inglês, etc. - pensando mesmo seguir a profissão. Mas outra tirou um de contínua, que é uma profissão tão digna como as outras, mas não me parece exigir nenhum conhecimento técnico, e foi por aí porque lhe pareceu o mais fácil - à escolha tinha um de informática (dependendo do prof, até podia ser uma formação importante para o seu futuro) ou, salvo erro, puericultura (que também não tem grande ciência). Acabou o 9º, até lhe arranjavam colocação numa escola como contínua, mas ela não quis. E isto acho um abuso, só para as estatísticas mostrarem sucesso escolar onde não existe...

    Dito isto, é óbvio que certamente haverá cursos onde os professores/formadores se empenham em dar a melhor formação possível, a alunos com dificuldades de aprendizagem ou de integração a vários níveis. As crianças/jovens não são todas iguais, algumas não conseguem acompanhar o ritmo escolar, já de si muito facilitado hoje em dia. Há que dar soluções, não oferecer-lhes "canudos" de habilitações que não têm!

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  16. Eheheh, SAFIRITA, também fiz o First Certificate com nota máxima, andei dois anos nas aulas (no Cambridge), nem por isso acho mal que pessoas que nunca lá andaram possam fazer o exame, que é igual para todos.
    É óbvio que há muita gente que não teve oportunidade de seguir os estudos passo a passo, por variadíssimas razões, não vejo porque não permitir que concorram aos exames mais tarde e isso não me parece facilitismo. Só é aprovado quem, de uma maneira ou de outra, conseguiu adquirir os conhecimentos necessários, não é verdade? O que normalmente exige bastante empenho e dedicação... :D

    Bem-vinda, SUSANINHA!
    O facilitismo é vergonhoso e o "complicadismo" de mentes retorcidas ainda mais!
    Sorriso para ti também! :)

    O problema, MOYLITO, é que com tantas operações de cosmética dos MECs, MEICs e afins, as pessoas já não distinguem o facilitismo de uma oportunidade a alguns alunos que não tiveram o percurso curricular perfeito. Fazer o quê?! ;)

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  17. VANI, lá vem mais "lençol":

    1. Sabes porque é que alguns dos meus antigos colegas de liceu preferiram seguir por outras vias que não o ensino oficial? Um deles tinha chumbado a 1ª classe, porque com os pais a trabalhar ele ia sozinho para a escola e ficava no caminho a brincar com os amigos lá da rua. A professora primária nunca se lembrou de alertar os pais que ele não aparecia na escola (hoje caía o Carmo e a Trindade, seria parangona de jornal e tudo, à conta desse "esquecimento"); todos eles se atrasaram nos estudos, chumbaram 2 ou 3 anos, aos 16/17 anos já não lhes apetecia estar no meio de miúdos muito mais novos, queriam seguir em frente, não alinhavam nas brincadeiras dos outros. Lembra-te que nessa altura só se passava de ano cortado a uma disciplina;

    2. Suponho que não era permitido que alunos mais novos, sobredotados ou coisa, fizessem os exames mais avançados, porque na época se considerava que não teriam maturidade para seguir em frente. Acho que hoje em dia já é, mas apenas um ou dois anos;

    3. Como já te disse anteriormente, não tenho nada contra as formações do IEFP. Não concordo é que as escolas dêem uns cursecos simplórios, para dar certificados do 9º ano, a quem mal sabe ler, escrever ou fazer contas! Aí sim, é injusto para todos os outros que estudaram e trabalharam para conseguir passar nos exames;

    4. O que afirmas sobre as equipas de formação que não alinham no facilitismo, só comprova os intuitos dos governantes, mais interessados nas estatísticas do que no resto;

    5. Por último, concordo que generalizar é injusto para todos aqueles que se empenham na formação - tu, a tua equipa e várias outras - tendo em conta a especificidade de alunos que de algum modo tiveram uma vida estudantil complicada, por razões económicas ou outras. Mas o ponto fulcral nem sequer era esse, era o sindicalista bigodudo e os outros "especialistas" andarem a marrar com o Governo, dizendo que era mais uma medida facilitista dar oportunidade a alunos mais velhos ou adultos de fazerem um exame, o que já era permitido nos anos 70...

    Beijocas, amiga! :)

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  18. Ora ainda bem, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA! :D

    Segundo percebi, KIM, ainda estão a pensar prolongar o ensino obrigatório até ao 11º ano. Aí sim, não vão faltar "cotas" nas escolas... :)
    Beijocas!

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  19. nem dá para entender, Teté!!!

    eu quando li no jornal também nem queria acreditar...~~
    qualquer dia é passagem administrativa directa para a Faculdade..,. para não traumatizarmos as criancinhas...

    beijinhos

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  20. Tudo é carne para canhão, Tete, os adversários hão-de sempre aproveitar-se, e os sindicalistas, então...não gosto nada desse senhor, sabes?...gostos...lol!

    Por acaso conheço um rapaz, a quem dei umas explicações de Bioquímica, que aterrou no curso de enfermagem apenas com o 9o ano (exames had-hoc). Não só conseguiu entrar no curso, como continua a trabalhar a tempo inteiro, e como conseguiu fazer o cadeirão de Bioquímica sem ter bases sólidas de Química!! Tem o meu respeito e admiração,sem dúvida. E é a prova de que estes exames ajudam quem realmente precisa.

    Os cursos profissionais já dão a carteira profissionalizante, a par da escolaridade. E nos cursos onde lecciono, a vertente escolar não é brincadeira nenhuma. No final, fazem exames, e só obtêm a carteira com a aprovação nesses exames, teóricos e práticos. E só obtêm a escolaridade com aproveitamento positivo e frequência nas aulas. E mesmo assim, muitos ficam pelo caminho, pois acharam que ia ser uma festa e chegaram lá e aperceberam-se que iriam ter de trabalhar duro, como qualquer outro estudante. Esses costumam desistir ou não validar sequer.
    Depois, há vários cursos profissionais. Há para jovens e há para adultos, e a abordagem pedagógica é totalmente distinta. Há ainda o processo RVCC, o tal a que se associam as novas oportunidades e que só deveria ser aplicado a adultos que aprenderam e adquiriram competências com a escola da vida. Conheço quem tenha aprendido electrónica, fisica, quimica, hidráulica, etc e tal, por si mesmo. Que consiga montar um Kart, uma mota, uma máquineta qq, sozinho, porque aprendeu por si. E vê-se impedido de progredir na carreira por não ter terminado o 11º, tendo de aturar um engenheirozinho que não sabe nem metade do que ele acumulou... dissonâncias, porque nem todos nasceram para se agarrarem aos livros obrigados. Para pessoas nestas condições é que o processo de validação de competências (RVCC) deveria funcionar. Estas pessoas merecem-no. A autobiografia serve apenas de ponto de partida, depois têm de desenvolver outros trabalhos. E para quem já passou os 50, tem um trabalho a tempo inteiro, uma familia para cuidar, trata-se de ficar acordado até às milhentas a elaborar trabalhos puxados e a fazer um grande esfoço adicional. Neste processo há aulas pós-laborais, embora não todos os dias, precisamente porque estas pessoas não têm onde as encaixar, mas que no entanto todos os dias adquirem competências que muitos nem sonham vir a ter.

    Logicamente que, tal como no ensino normal, há a corrida desenfreada às estatisticas, daí que em alguns locais e cnos seja uma balbúrbia...e uma exploração. Nem te conto o que alguns fazem aos formadores e como os (mal)tratam...

    O que eu apenas quero dizer é que não se pode comparar a formação de uma criança/adolescente com a de um adulto, pois são abordagens e filosofias completamente distintas, pois não aprendem da mesma forma. As crianças são como esponjas, absorvem toda a informação. Os adultos já não têm essa capacidade de esponja, mas aprendem fazendo. E muitos não sabem estudar nem aprender, é preciso orientá-los e ensiná-los a estudar e a fazer testes e exames. Quando entram nestes cursos profissionais, nem sequer estão em pé de igualdade com os estudantes já habituados a estas lides, e precisam de ser ensinados a ser estudantes de novo. Nunca funcionaria com eles uma mesma abordagem com crianças/adolescentes.

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  21. Obviamente que estás certa naquilo que referes, logicamente que isto criou situações menos justas e gritantes, contra as quais lutamos e até nos vemos catalogados de exigentes (e toca a por de lado porque é exigente, mas não se passa em todo o lado).
    Mas a questão é que as chamadas Novas oportunidades têm toda uma filosofia pedagógica por trás e estão muito estereotipadas e estigmatizadas, com bitaitadas televisivas até de supra sumos que nem sequer se dão ao trabalho de ir ver o que está por trás do pano. E que assim escarnecem de muita gente com valor que viu nisto a sua unica forma de progressão.
    De qq forma, concordo ctgo que se essas medidas já existiam antes...mas continuo a achar que não é justo que uns possam saltar assim de ano, fazendo um exame, e os que estão mais avançados, não. Antigamente tb deixavam entrar na faculdade quem tivesse 16 anos...(a minha mãe entrou com 16, ve tu)...embora tb seja verdade que a maturidade era mais rapidamente alcançada nessa época...mas a questão é, se os repetentes podem fazer dois em um, porque não os mais novos? A mensagem passada não acaba por ser, não trabalhes que depois fazes um exame e pimbas? E a isso alia-se outra questão, de os exames de que falamos serem facilitistas...tudo aliado, acaba por ser mais uma estratégia de engrossar as estatisticas do sucesso escolar para a UE ver...
    É que, tem-se o mesmo problema nas faculdades com a passagem do furacão Bolonha. O pessoal chega ao agora chamado mestrado (que não mais é que uma licenciatura, daquelas q tu e eu tirámos...) sem noções consideradas básicas, tu nem imaginas o que já vi e ouvi, é de estarrecer. Este pessoal chega ao mestrado sem saber nada!!
    E no entanto, tenho ex-formandos de cursos profissionalizantes que conseguiram ter bons resultados nos exames de admissão à universidade e que se estão a adaptar e ter tanto ou mais sucesso que os colegas que vieram de outro ensino.

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  22. No entanto, o q muita gente não entende (especialmente quem vai para estes cursos profissionalizantes) é que ali se trata de aprender uma profissão, não de aprender a ir para a universidade...muitas vezes tenho formandos que me perguntam porque é que não aprendem isto ou aquilo para ir para a universidade...a esses respondo que eu não estou ali para preparar estudantes universitários, mas sim profissionais.

    De qq forma, no teu curriculo terás sempre de indicar em que escola adquiriste a tua escolaridade. O empregador saberá.

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  23. XIIIIIIIIIII, desculpa a palestra, tetézita :( :( LOL :D

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  24. Pois, LEONOR, mas uma coisa são essas passagens mais ou menos "à balda", outra dar oportunidade de fazer um exame, em que evidentemente só passa quem estudou... :)

    Claro que há muita polítiquice pelo meio, VANI, os governantes a puxar pelas estatísticas (estes e os anteriores, note-se!) e os sindicalistas e outros que tais a criticar, mesmo que as medidas sejam boas.
    O que é certo é que quem estuda e se esforça acaba por conseguir completar com sucesso o 9º, o 12º ou a Faculdade - e é assim em todo o lado! E isso é admirável, especialmente para aqueles que além de estarem longos anos sem estudar ainda trabalham e têm uma vida familiar nem sempre fácil.
    Não desconfio que as NO, em que certamente os alunos aprendem alguma coisa, têm uma exigência muito inferior à do ensino oficial - a minha empregada fez o 12º ano (só tinha o 5º ano) em dois anos com 8 meses de aulas cada, e dispondo apenas de uma tarde por semana. É um 7 em 2, em que não é preciso ser bruxo para ter a certeza que se fizesse os exames do 12º ano na altura que acabou, ia ter um chumbo redondo. Queria o canudo!
    A formação da outra para contínua também foi para a treta, também queria o canudo! Já a outra miúda que seguiu para pastelaria, não estava interessada em canudo nenhum, queria seguir uma aprendizagem de algo que lhe interessava mais que as matérias escolares, e tanto quanto sei até se deu bem.
    Como conheces muito melhor o meio, não duvido que haja formações a sério, com alunos e professores/formadores empenhados - mas na verdade estes são os 3 ou 4 casos que conheço (a 4ª desistiu do 12º, porque queria aprender e não ter apenas o canudo).
    Resumindo, parece-me mais importante as pessoas adquirirem competências e conhecimentos, do que terem canudos para a UE ver...
    Já sabes que por aqui podes sempre palestrar à vontade!!! :))

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  25. Teté, mas uma das grandes questões que se levantam contra esta medida, é a de que os exames do 9o ano são uma grande (desculpa a expressão) cagada, de tão fáceis. Qq miúdo baldas que ande a brincar até aos 15 anos, ficando no 8º, vai conseguir passar para o 10º a par dos que alombaram dois anos (até os que estão no 5º talvez o conseguissem fazer, da maneira como isto está!). Não concordo com esta medida enquanto não alterarem o nível de facilidade dos exames e permitirem aos mais novos o mesmo direito. Não acho justo, para o ensino normal, que os repetentes sejam premiados, porque é isso que estão a fazer!
    Independentemente do resto, porque há que separar águas, uma coisa é a educação "normal" e as medidas do ministério da educação; outra coisa é a formação e as medidas do iefp. São organismos distintos que operam de formas distintas. Neste caso, está-se a discutir uma medida do ministério da educação. Cada macaco no seu galho.
    Claro que podemos apontar a dedo todos os restantes facilitismos, porque não são poucos! O mal é mesmo esse! Não fossem os actuais exames serem uma treta e esta medida até poderia ser encarada de outra forma! Mas, do modo como as coisas estão, e dado que os exames são do mais fácil que há hoje em dia e elaborados para passar toda a gente...é só mais uma acha para a fogueira! E não é justo que pague o justo pelo pecador, ou seja, mais uma vez, que os que alombam e se esmifram não possam ter esse dois em um que os baldas têm, no ensino normal.

    Claro que depois é inevitável a comparação com as novas oportunidades e afins, mas chamo a atenção para que se estão a comparar sistemas de ensino totalmente distintos. O ensino dito normal é para os jovens, na sua maioria, e a abordagem das NO é para adultos que supostamente acumularam competências ao longo da sua vida. A filosofia não implica baldices, mas sim, está direccionada para pessoas que alombaram e se esmifraram toda a sua vida e que não puderam ir pela via do ensino normal, e mesmo que fossem, este não está desenhado para englobar pessoas que às tantas têm mais competências que os seus professores...casos destes são às pancadas.

    Os casos da continua e outros, são casos do inevitável facilitismo que impera em alguns centros. Tal como impera na escola. Na universidade. No mercado de trabalho. Em todo o lado. E infelizmente as NO ficam conhecidas e estigmatizadas por esses casos, que deviam ser a excepção, e não a regra.

    Quando falo em combater os facilitismos, falo essencialmente de alterar a mentalidade das pessoas que ingressam nesses cursos. Vão para ali com a ideia feita, que circula cá fora, de que aquilo é uma cagada, e têm uma grande, mas grande, grande desilusão quando descobrem que vão ter de estudar e trabalhar muito e no duro, como qq outros, porque não levam a carteira nem o canudo de escolaridade de mão beijada, ao contrário do que se pensa cá fora...


    Mas a questão aqui é se esta medida do governo é uma medida facilista, e eu acho que é e que é vergonhosa, no meio das restantes. Se soubessemos que o exame de 9o ano é coisa séria, como os antigos exames had-hoc, e que era preciso trabalhar bem para eles, seria totalmente diferente.

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  26. Ah, e os cursos de formação profissional também incluem as disciplinas do ensino dito normal: português, matemáticas, lingua estrangeira...

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  27. VANI, não te sei dizer se os exames do 9º ano são fáceis hoje em dia ou não, porque é muito fácil cantar de galo para quem já os fez há um tempão... Nem do 12º ou da faculdade, isto de estar de "fora" não nos dá a mesma perspectiva.

    As orientações do MEC, MEIC, ME ou lá como se chama são o que a gente sabe, no IEFP parece-me existir a melhor das boas vontades. Quando se mete tudo no mesmo caldeirão, a coisa azeda... :e

    A história da miúda (17 ou 18 anos, não sei ao certo) que seguiu o "curso" de contínua, não metia lá essas coisas chatas de Português, Inglês, Matemática, ou pelo menos nunca foram dificuldade (que a moça andou lá 2 anos no 9º, sem entender patavina), obviamente pode ter mudado!

    Quanto ao ensino para quem volta a estudar depois de adulta e adquiridas competências, tenho-te a dizer que passei por isso, uma pós-graduação paga do bolso ao longo de 2 anos + estágio, para depois o Ministério dizer que afinal não era considerada pós-graduação...

    E depois percebe-se que nas NO é quase tudo à brava! Não tenho dó, nem paciência!

    E mais não digo! Sorry, mas esta questiúncula mexe muito comigo, aos "coitadinhos" são dadas todas as oportunidades fáceis, aos restantes "privilegiados" que pagaram e estudaram o ME recusa?!

    :h 8-o :-w :]

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)