domingo, 24 de janeiro de 2010

O JOGO DA VERDADE

"O Jogo da Verdade", o último romance de Sveva Casati Modignani, não me convenceu! A escritora italiana tem livros publicados em vários países do mundo e um sucesso de vendas invejável.

Sem ter nada contra finais felizes, no livro (de fácil leitura) abundam homens a puxar para o joelhito no chão em grandes declarações amorosas ou para o beija-mão às lindas, inteligentes e cultas mulheres por quem se apaixonam perdidamente. Num livro de 2009? 410 páginas de pinga-amor?! Admite-se até meados do século passado, em Corín Tellado ou Barbara Cartland, mas agora? OK, o enredo desenvolve uma longa saga familiar, com algumas nuances psicológicas das personagens (no geral, muito apatetadas!), mas mesmo que perspectivado em várias épocas, a mentalidade dominante é completamente retrógrada.

Deu discussão no Clube de Leitura, porque as que já tinham lido outras obras da autora gostaram (embora concedessem que este não era o seu melhor), as restantes acharam uma lamechice pegada, com D. Juans de meia-tigela a mais e mulheres sem garra a menos, como patente na seguinte citação:

"[...] se tu tivesses vivido o Maio de 68, e tivesses acreditado nos sonhos que contávamos umas às outras e pelos quais nos batemos inutilmente, tiravas esse véu que tens à frente dos olhos e vias a realidade tal como ela é: nós, mulheres, estamos destinadas a sofrer por homens que não querem saber de nós. E não é tudo, quando por desgraça encontras um que te diz sim, o desastre está garantido. Nós procuramos o amor, eles procuram a comodidade. [...]"

(uma ex-revolucionária, mesmo que desencantada, encolhe os ombros e afirma a inutilidade da causa em que se empenhou?!)

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A próxima sessão, agendada para dia 6 de Março, vai ser para reler: "A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera. Até lá, pode ser que apareça algum livro de riso e esquecimento...

10 comentários:

  1. quem sabe se a autora anda a atravessar uma crise sentimental e tenha demonstrado no livro o que ela queria que lhe acontecesse... :e

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  2. para lamechices já bastam as declarações de amor que me faço ao espelho todas as manhãs. ass: narciso :D

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  3. Eis um jogo que não existe...

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  4. Não conheço a autora.
    Mas a "Insustentável Leveza do Ser" para as leitoras do clube de certeza que vai ser um sucesso.

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  5. Ahahahah, náo me apanham a ler essa senhora... :D

    Já li a insustentável leveza do ser...aos 14 anos...não percebi nada e passei o tempo a rogar pragas ao protagonista!!! :-w

    Prometi a mim mesma que haveria de voltar a le-lo...mnas o tempo aperta agora...

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  6. Esse tipo de livro já cansa, não à uma história consistente, interessante. É sempre a mesma lenga lenga!

    Besito

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  7. Eu já li um livro desta autora creio que era " Uma Chuva de Diamantes" mas não lembro se era bem assim o titulo e para ser franca também não faz o meu género.

    E agora também não tenho tido muito tempo para leituras.

    Beijokitas

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  8. Duvido, VÍCIO! É mais para o lado da escritora arranjar uma fórmula que agrade à maioria das mulheres italianas... ou outras! Que resulta, pelos vistos! :p

    Ui, ui, MOYLITO, arranja um espelho de corpo inteiro, senão de joelho no chão não vês a tua bela face... :D

    Só nos sonhos (talvez comerciais) desta escritora, REIZÃO! ;;)

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  9. Já li o livro há uns 20 e tal anos atrás, CARLOS, não sei se o "feeling" será o mesmo, na altura gostei bastante! :)

    É, VANI, parte da curiosidade que tenho também é essa, que também já li há 20 e tal anos, mas as sensações mudam com o tempo... ;)

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  10. Perfeitamente de acordo, BRANQUINHA! No caso, várias das historietas narradas não me pareceram nada consistentes... :)
    Besitos!

    É, ela tem um livro com esse título (ou mais ou menos), PARISIENSE, mas também já não tenho pachorra para paixões assolapadas de ela muito linda e ele muito tonto (ou vice-versa)! :))
    Beijokitas, nina!

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)