568 páginas. Para, a páginas tantas, lermos o seguinte díálogo:
"- Por onde quer que comece?
- O narrador é você. Só lhe peço que me diga a verdade.
- Não sei qual é.
- A verdade é aquilo que dói."
Carlos Ruiz Zafón assombrou-me com "A Sombra do Vento", na sua prosa quase poética sobre uma Barcelona de outras eras, no amor preservado e simbólico no "Cemitério dos Livros Esquecidos", onde o enredo de contornos policiais e romanescos se inicia e vai complicando ao longo de duas décadas. Adorei o livro!
Portanto, não é de espantar que tivesse aguardado este novo romance, "O Jogo do Anjo", numa grande expectativa, para a desilusão ser maior...
Evidentemente que o escritor exibe uma escrita cativante, mas o que a princípio parece ser uma história cheia de mistérios e segredos por desvendar, aos poucos vai-se assemelhando a uma daquelas telenovelas mexicanas, sem pés nem cabeça, em que se juntam os ingredientes todos para dentro do panelão, mexe-se muito bem temperando com mortes, fantasmas, perseguições, amores impossíveis, amnésias, loucuras, crimes e bruxedos, para no final servir num prato enfeitado, mas de paladar grotesco e com cheiro a requentado.
Dói dizer que não gostei, mas se é a verdade...
CITAÇÕES:
"[...] Os ricos queriam sê-lo ainda mais. Os poderosos queriam mais poder. Os mesquinhos queriam sentir-se santos e os santos queriam ser castigados por pecados que lamentavam não ter tido a coragem de cometer. [...]"
"[...] É o pão nosso de cada dia. O incompetente apresenta-se sempre como perito, o cruel como piedoso, o pecador como santarrão, o agiota como benfeitor, o mesquinho como patriota, o arrogante como humilde, o vulgar como elegante e o pateta como intelectual. [...]"
"- Martín, na minha idade, o erotismo reduz-se a saborear um pudim flã e a olhar para o rabo das viúvas."
"- Por onde quer que comece?
- O narrador é você. Só lhe peço que me diga a verdade.
- Não sei qual é.
- A verdade é aquilo que dói."
Carlos Ruiz Zafón assombrou-me com "A Sombra do Vento", na sua prosa quase poética sobre uma Barcelona de outras eras, no amor preservado e simbólico no "Cemitério dos Livros Esquecidos", onde o enredo de contornos policiais e romanescos se inicia e vai complicando ao longo de duas décadas. Adorei o livro!
Portanto, não é de espantar que tivesse aguardado este novo romance, "O Jogo do Anjo", numa grande expectativa, para a desilusão ser maior...
Evidentemente que o escritor exibe uma escrita cativante, mas o que a princípio parece ser uma história cheia de mistérios e segredos por desvendar, aos poucos vai-se assemelhando a uma daquelas telenovelas mexicanas, sem pés nem cabeça, em que se juntam os ingredientes todos para dentro do panelão, mexe-se muito bem temperando com mortes, fantasmas, perseguições, amores impossíveis, amnésias, loucuras, crimes e bruxedos, para no final servir num prato enfeitado, mas de paladar grotesco e com cheiro a requentado.
Dói dizer que não gostei, mas se é a verdade...
CITAÇÕES:
"[...] Os ricos queriam sê-lo ainda mais. Os poderosos queriam mais poder. Os mesquinhos queriam sentir-se santos e os santos queriam ser castigados por pecados que lamentavam não ter tido a coragem de cometer. [...]"
"[...] É o pão nosso de cada dia. O incompetente apresenta-se sempre como perito, o cruel como piedoso, o pecador como santarrão, o agiota como benfeitor, o mesquinho como patriota, o arrogante como humilde, o vulgar como elegante e o pateta como intelectual. [...]"
"- Martín, na minha idade, o erotismo reduz-se a saborear um pudim flã e a olhar para o rabo das viúvas."
Porque é que a verdade é aquilo que dói? Para mim a verdade é aquilo que nos liberta e a libertação nao é dor.
ResponderEliminarAi, tão que direi eu com a minha idade a olhar pró rabo dos viuvos? credo, ahhhhh, mas que escrita. Só que cada um escreve para melhorar a vida, quando nem tem gosto literário... Beijinhos e dia bom, segunda feira ...
ResponderEliminarSó aproveitei a frase do livro, BRUNO... :)
ResponderEliminarNem costumo referir aqui livros sofríveis - se o são, para quê falar neles? - mas este desiludiu-me bastante. Provavelmente, por estar à espera de muito mais, que os outros costumo largar ao fim de um ou dois capítulos e este li até ao fim...
A verdade não é única, a opinião é só minha! ;)
Ui, LAURINHA, linhas cruzadas!
ResponderEliminarOlhar para o rabo dos viúvos?!
Safa-se o pudim flã... :)))
Ná, este é um escritor de mão cheia, só que há cozinhados que nem sempre saem bem, especialmente quando se põe tudo para dentro da mesma panela, a ver se resulta! Para mim, não resultou...
Beijocas e bom dia para ti também!
LOL
ResponderEliminarOlhar para o rabo das viúvas não poderá salvar o livro?
:)
Beijinho
Isabel
LOL, ISABEL, há frases assim que nos caem no goto, o livro tem várias, que o autor escreve muito bem.
ResponderEliminarDaí até chegarmos ao final satisfeitas com o romance, numa mistura de géneros amalgamados, já são outros paus que constroem a canoa... :)
Beijinhos!
Nunca li nada deste escritor!
ResponderEliminariiiiiiiiiiiiiiiiiiiiih! é o livro que estou a ler agora!!!!!!!! :D
ResponderEliminarBem, vou ler o texto:D
Eh pah...não gostaste...mesmo assim, não vou largar o livro ahahaha. A verdade é que a narrativa prende, isso prende. Outra verdade é que estou a achá-lo muito parecido ao anterior (que adorei!). Vou numa parte que quase me fez atirar o livro à parede (a do velho sempere... :( ).
ResponderEliminarMas, apesar das reviravoltas e mexicanices, para livro que leio antes de deitar, estou a gostar ahahah.
Muitas vezes, a verdade é aquilo que dói mesmo... :( quantos de nós não passam uma vida inteira a fugir da verdade, porque lhes custa encará-la?...
O livro tem excelentes citações. Mas a verdade é que a minha cabeça anda cheia de mais para livros com muito mais do que mexicanices... :D
Mas, sabes, o livro não me desilude porque, não depositei ilusões nele. É raro um livro ou um filme desiludirem-me, pois vejo-o sempre como aquilo que é.
Só houve um que me desiludiu a montes, q me lembre. Chamava-se, os ossos do arco iris, e atraíu-me pelo nome. Acabei por encontrar histórias macabras, pedofilia, cópula com cadáveres...bem...um nojo...e depois andam é a censurar lólós inocentes nas capas ahahahaha.
Pois eu por enquanto ainda olho para lindos rabos musculados....ahahahhahhaah
ResponderEliminarE sem precisar de óculos....ahahahhaah
Estou a ver que é um livro interessante.....mas tem muita pagina.....
Beijokitas
Teté, tal como tu adorei "A Sombra do Vento". A história fascinou-me do princípio ao fim.
ResponderEliminarClaro que a expectativa para este também cresceu, mas depois optei por não o comprar por ter lido tantas críticas de desilusão... E a tua acaba por ser mais uma para juntar à lista. Se o ler será daqui a muitos anos... :)
Beijinhos
Pelo menos tem bonecos?
ResponderEliminaradoraste um livro que se assemelha a uma novela mexicana? ok! não vou comentar!
ResponderEliminara verdade só doi a quem não a cultiva! (xi... agora pifei!)
Bom,então vou confesar uma coisa que ainda nunca tinha dito: nem do primeiro gostei. Claro que a ideia era genial, mas faltava ali qualquer coisa...
ResponderEliminarbsj, boa semana
A Sombra do Vento também achei genial. Escolhi bem o primeiro livro que li do autor, pelos vistos. :)
ResponderEliminaradorei este livro, aliás, a sombra do vento também!
ResponderEliminarDevo de ser bicho raro, que nem gostei especialmente do primeiro, por isso não me interessei em ler o segundo. Tanta coisa boa que há por ler no mundo e por reler.
ResponderEliminarBoa semana!
Quando não gosto de um livro não o consigo ler até ao fim...
ResponderEliminarnão está nas minhas contas... comecei a gora o senhor das moscas:D
ResponderEliminarDo Carlos Ruiz Zafón li a "A Sombra do Vento", que gostei, mas não tanto como todas as outras pessoas, que o leram.
ResponderEliminarMesmo assim, estive para comprar "O Jogo do Anjo", ainda bem, que não o fiz.
"- Martín, na minha idade, o erotismo reduz-se a saborear um pudim flã e a olhar para o rabo das viúvas."
Mas desta frase gostei...
Uffa! Uma prosa dessas é areia demais para a minha camioneta!
ResponderEliminarMenina teté, já pareces o meu filhote mais velho que anda sempre de livro atrás.
Então agora que mora sozinho, quando me encontro com ele vejo-o sempre de livro na mão, pois aproveita todos os bocadinhos para ler ... não sei onde armazena tanto coneúdo literário eheheh
Ai que não há nada pior que não se gostar de um livro. É que investimos tanto na leitura - o nosso tempo, a atenção - que é uma frustração imensa acabar por concluir que mais valia ter lavado os estores, ou outra tarefa igualmente desagradável, yet útil.
ResponderEliminarEu não li nada do senhor, mas se um dia me cruzar com este, assobio para o ar e vou-me discretamente ;)
Beijocas
Acho que irias gostar d' "A Sombra do Vento", RODERICK!
ResponderEliminarLOOOL, VAN, andamos sempre muito "a par" nas leituras... :)))
De início estava a gostar do livro, mas a partir de certa altura acho que se perde o fio à meada. Parece aqueles encontros e desencontros de mexicanices, que mal um sai uma porta em busca de alguém, aparece o alguém em busca do um. Nem contei os mortos, que foram mais que muitos!
Mas depois diz-me, no final, se não achaste a "dose" exagerada...
Percebo perfeitamente que quando se está a escrever uma tese, não apeteça mais que ler romances (policiais ou outros) ligeiros.
Mas este parece-me longe de o ser... ;)
Muita página bem escrita, PARISIENSE, para uma historieta pretensiosa, a tentar tocar muitas ondas... ;)
Beijocas, nina!
É, TONS DE AZUL, ele ainda pega na família Sempere para contar os antecedentes, de 1904 a 1945 (ou coisa), embora a personagem central seja só um amigo da família...
ResponderEliminarE no início até estava a agradar, mas para o fim a confusão era tanta, com "teorias da conspiração" e afins, que a pachorra começou a faltar!
Beijinhos! :)
Depende da perspectiva, REI! A personagem principal parece uma marionete... Serve?! :)
Adorei o livro anterior a este, VÍCIO! Este é que parece uma telenovela mexicana... :D
Se pifaste, olha que "pifaste" bem... :)))
Bom, LEONOR, opiniões são opiniões, adorei o primeiro (que, aliás, não é o primeiro do escritor, note-se, mas o de maior projecção)!
ResponderEliminarNeste, descambou... :)
Beijinhos e boa semana (ou o melhor possível, com o gesso)!
O primeiro também me pareceu genial, EM BICOS DOS PÉS, mas este suponho que está a anos-luz! ;)
Adorei o primeiro, TERESA DURÃES, este parece-me muito distante. Mas gostos são gostos, né? ;)
Bicho raro não me parece, SUN, evidentemente que não tens de gostar de todos os "best-sellers" que saem! Quando o li, ainda nem sabia que o iria ser.
ResponderEliminarEste é mais complicado em todos os aspectos!
Boa semana!
A 'nuance' aqui, MIKAS, é que até comecei por gostar, mas nas últimas 100 páginas, ou coisa, começou a descambar tanto, que me começou a parecer a dita telenovela... ;)
Desse, MOYLITO, vá ouvi várias versões, do muito bom ao muito mau... Nada como ler, para formar a própria opinião! :D
MAIKATZE, cada pessoa tem os seus gostos!
ResponderEliminarAqui só vigora a minha opinião, obviamente aceitando todos os comentários discordantes...
A mim pareceu-me muita página para pouco livro, embora reconheça que o escritor escreve lindamente! :)
OH, PASCOALITA, mas também ando sempre de livro atrás, que queres? Se gosto de ler (e detesto esperar), sempre se aproveita algum tempinho...
Se o teu rapaz também gosta, olha, há gostos piores! :D
Ai, SAFIRITA, este também não foi de preferir lavar estores! O homem escreve bem, mas cá para mim "derreteu" a história de tanto lhe querer deitar "pós", daqui e dali... ;)
E de início até estava a gostar, nota!
Beijocas! :)
Ohhhhh e eu tou tão curiosa para o ler :S
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