O Pingo de água era igual a todos os outros, pequeno e cristalino, conservando as suas características próprias - insípido, inodoro e incolor. Sabia que constituía a base de múltiplas composições, do ar aos rios e oceanos, das nuvens a plantas e animais, no corpo humano em vertentes de sangue, suor e lágrimas, a par de outros fluídos.
Um dia apaixonou-se pela Tinta e passou a escrever. As tonalidades iam mudando à medida que a escrita florescia, explorando novos aromas e sabores a cada frase, consciente de um outro mundo até então desconhecido. O simples Pingo agora dissertava sobre tudo e nada, confiante na sua sabedoria, depois de muitos séculos a rolar pelo mundo. Mas, há sempre um mas, a Tinta não lhe perdoou a mudança de personalidade e aquela recente arrogância e voltou para o Tinteiro - amigo e companheiro de longa data, que tinha sempre espaço para ela...
O sofrimento de Pingo foi enorme e pujante e, para além de tudo o mais, já nem conseguia escrever, que ela levara todos os resquícios de cor na sua bagagem. Aí, os deuses reuniram-se para decidir que destino dar à criatura: "Vamos transformá-lo em humano!", aventou um; "Ah, não! Demos-lhe cor, para continuar com a sua escrita.", corrigiu outro. Nunca mais conseguiam chegar a uma decisão, a discussão já seguia longa e infrutífera até que um dos deuses, mais tímido e calado, sugeriu:
- Então porque é que não o casamos com a Gota de chuva?
Não se sabe se devido ao impasse chegado, se dado o adiantado da hora, a sugestão foi aceite por unanimidade...
Um dia apaixonou-se pela Tinta e passou a escrever. As tonalidades iam mudando à medida que a escrita florescia, explorando novos aromas e sabores a cada frase, consciente de um outro mundo até então desconhecido. O simples Pingo agora dissertava sobre tudo e nada, confiante na sua sabedoria, depois de muitos séculos a rolar pelo mundo. Mas, há sempre um mas, a Tinta não lhe perdoou a mudança de personalidade e aquela recente arrogância e voltou para o Tinteiro - amigo e companheiro de longa data, que tinha sempre espaço para ela...
O sofrimento de Pingo foi enorme e pujante e, para além de tudo o mais, já nem conseguia escrever, que ela levara todos os resquícios de cor na sua bagagem. Aí, os deuses reuniram-se para decidir que destino dar à criatura: "Vamos transformá-lo em humano!", aventou um; "Ah, não! Demos-lhe cor, para continuar com a sua escrita.", corrigiu outro. Nunca mais conseguiam chegar a uma decisão, a discussão já seguia longa e infrutífera até que um dos deuses, mais tímido e calado, sugeriu:
- Então porque é que não o casamos com a Gota de chuva?
Não se sabe se devido ao impasse chegado, se dado o adiantado da hora, a sugestão foi aceite por unanimidade...
Olá Teté
ResponderEliminarGostei muito de ler esta história que tem o que se lhe diga.
Sem o pingo de água até a tinta seca no tinteiro, mas foi melhor assim, talvez este casamento feito pelos deuses seja mais duradouro.
Beijinhos
Isabel
a escrita do pingo não era dele! afinal... ele era incolor! é o problema de muita gente que tenta ser algo para o qual não nasceram e só se conseguem destacar com influencia/ajuda de outros e por si só não fazem nada quando podiam ter bastante destaque se se dedicassem a algo em que realmente podiam ser bons...
ResponderEliminarVista a indecisão dos deuses os humanos decidiram actuar. E cá estamos, acasalando tinta e água, cada um como melhor sabe... algumas até muito bem. (`_^)
ResponderEliminarPingo de água?
ResponderEliminarAinda se fosse uma pinguita de cachaça...
Será que é um estado líquido ou gasoso????? Se fôr isso evaporou........
ResponderEliminarMas se ficou em estado sólido visto que secou......
Já não entendo nada....ahahahah
Linda história.....dá que pensar.....
Beijokitas
E que lindo pedaçinho de escrita..Tás a ver, o que umas gotinhas dágua deram para encher a mente? e esvaziar a tina da tinta!...Belo. Beijinho da laura..
ResponderEliminarEstou com o Pingo, se dão um micro, há que falar, que xá esta bem de falar outros por nós mesmos... Diga deus o que quiser
ResponderEliminarE será que foram felizes para sempre? :-)
ResponderEliminarE às vezes é uma enxurrada. E quando a chuva é ácida é porque o ingo e agota se zangaram?
ResponderEliminaré por isso que a água é incontrolável, pudera, está sempre com a pinga. faz sentido...
ResponderEliminaras más utilizações da tinta e as suas desastrosas consequências.
Olá Teté
ResponderEliminarEsta história tem muito que se lhe diga e ajusta-se perfeitamente a muitos seres humanos.
Porquê "invejar" o lugar do outro.
Cada ser é único, com todas os seus dons e defeitos, mas é raro aquele que não copia ou pretende copiar os dons dos outros. Se fosse ainda numa atitude de simplicidade, poderia considerar-se um acto de aprendizagem, mas uma grande parte das vezes converte-se numa arrogância que prejudica normalmente quem copia e quem é copiado.
O Mundo seria muito melhor se cada um de nós procurasse valorizar-se e contribuir com os seus próprios dons para o progresso da Humanidade.
Também não vejo a necessidade de uma casamento ou junção com esta finalidade, porque mais tarde ou mais cedo, de um lado ou outro a invasão começa a sentir-se e aquilo que oarecia talhado para um conjunto indivisível --- REBENTA.
Ainda bem que gostou um bocadinho daquela lembrancita.
Também não sou uma artista de primeira. Só há um ano comecei, mas como gosto muito e sinto prazer em dar algo de mim tenho-me esforçado.
Um beijinho
Licas
um bom casamento esse, num conto cheio de entrelinhas. gostei mesmo!!! :)
ResponderEliminarCoisa tão seria! Logo agora que a chuva já se foi...
ResponderEliminarbeijo grande e um xi-coração maior
Cheira-me que num futuro próximo o pingo irá frequentar as reuniões dos Líquidos Anónimos!
ResponderEliminarBeijoca!
Muito bonita a história :)
ResponderEliminarEh, eh, eh, nunca se sabe, não é ISABEL?
ResponderEliminarBeijinhos!
Nem mais, VÍCIO!
Há mesmo gente assim... como o Pingo! :D
Os deuses já não são o que eram, SUN... (`_^)
Indecisos, pffff!
Ui, REI, essa da cachaça traz cá uns odores... :D
As personagens eram líquidas, PARISIENSE!
ResponderEliminarExcepto os deuses... e o Tinteiro! :)))
Beijocas!
O que vale é que aqui não esvazia nada, LAURINHA, que seria um desperdício de água, tinta e papel, eh, eh, eh! :)
Beijocas, linda!
Por aí também estou de acordo, CONDADO! Já chega de outros falarem por nós...
Nem tenho a certeza de o Pingo ter acatado decisão dos deuses, note-se! :)
E será que casaram mesmo, MIKAS? :)
Não sei, PREDATADO, mas se eles realizaram a boda é provável que sim... :)
ResponderEliminarA água está sempre com a pinga, MOYLE? Só se for a ardente... :)))
E sim, há tintas que não deviam sair do tinteiro, mas não quero levar isto para a política... :D
Cada um tem as suas capacidades, LICAS, não há que querer ser igual ao outro.
Resta saber se eles alinharam no casório... :)
Gostei da lembrança, sim, e admiro mesmo quem tem jeito (e paciência) para esses trabalhos! Já que não tenho nenhum, só me resta elogiar quem o tem!
Beijinhos!
Não sei se o casamento se realizou, ESCARLATE.DUE! É que nem todos seguem cegamente a vontade dos deuses... :D
ResponderEliminarSéria, moi, INÊS? E a chuva já se foi? Ui, ui, que o S. Pedro te ouça!
Beijão para ti! :)*
Aqui só para nós, RAFEIRITO, acho que tens razão... :D
Beijoca!
Obrigada, LOPESCA! :)
Eu bem disse que ia chover! ahahahah :p
ResponderEliminarBeijooo ;)
Pois, parece que acertaste em cheio, TÁ-SE BEM!! :D
ResponderEliminarBeijocas!
Que susto!!! por momentos pensei que o iam apresentar ao Doce! :D
ResponderEliminarAdorei tete, a historia do pequeno pingo. Mas gostava de saber o que lhe aconteceu afinal... :)
interessante o ponto de vista do vicio. O problema é quando não sabemos em que é que somos bons...ou se queremos nisso ser bons...
ResponderEliminarAo Pingo... Doce, VANI?! :D
ResponderEliminarQuanto ao resto da história, só tu podes imaginar o final, que nem sei qual é!
Percebo o ponto de vista do Vício, mas exceptuando falsas modéstias, quase todos sabemos em que é que somos bons! Deduzindo os parvos, que se acham perfeitos, perfeitos em tudo... :)))