Andava em busca de um filme que toda a gente me aconselhou a ver, até que alguém me emprestou "O Piano", que não sendo exactamente o que procurava também me escapou na época.
Em meados do século XIX, a família de Ada McGrath - uma mulher muda, com uma filha de 9 anos - contrata o seu casamento com um fazendeiro neo-zelandês. Apesar de muda a mulher não se considera silenciosa, pois transmite os seus sentimentos através de um piano. Após uma longa viagem, ela, a filha, o piano e demais bagagem encontram-se numa praia solitária, onde o marido que nunca viu a deveria ir buscar, o que só acontece depois de passaram a noite ao relento. Stewart chega na manhã seguinte, acompanhado por vários carregadores de tribos locais, que assustam Ada com a sua curiosidade e modos desabridos. Para colmatar, dada a dificuldade de transporte pelos lamaçais que os conduzirão a casa, o fazendeiro resolve deixar o piano na praia, como carga supérflua, apesar dos protestos gestuais e escritos da mulher.
A história terminaria por aqui se, assim que o marido se ausentou, ela e a filha não fossem procurar o vizinho Baines, que os guiou da praia a casa, para as levar de volta ao instrumento abandonado. A alegria de ambas quando tocam e dançam ao som da música cativa o homem analfabeto e rude, que posteriormente propõe a Stewart ficar com o piano, em troca de umas terras. Desde que Ada lhe dê lições, o que o fazendeiro aceita com satisfação, apesar de novamente contrariar a vontade da mulher.
Se de início a acção lenta não augura grande interesse - solidão, chuva e lama só contribuem para uma certa nostalgia, não tão distantes assim das janelas de quase todos nós - o ritmo vai entrando em crescendo como numa peça musical, onde perpassa o desejo, o sexo, o romantismo ou até a fúria e a violência, o que torna o filme da neo-zelandesa Jane Campion (que também escreveu o argumento, o que lhe valeu o Oscar de melhor original, em 1993) simplesmente inesquecível .
Por seu turno, Holly Hunter e Anna Paquin também ganharam os Oscars nesse ano (respectivamente para melhor actriz principal e secundária), sendo que os desempenhos de Harvey Keitel e Sam Neill são igualmente memoráveis. Espreitem o trailer aqui.
Imagem de cena do filme da net.
Vi o filme só por uma vez e já foi há algum tempo. Este remake fez-me recordar certas passagens do filme.
ResponderEliminaradorei o Piano... :)
ResponderEliminaro instrumento, quando deixou de estar abandonado, abanou a cauda? ~xc
ResponderEliminarLindo, lindo, lindo! Mesmo, mesmo maravilhoso! :) E sim também concordo que o início é lento e não chama muito, mas ainda bem que não desisti e vi-o até ao fim. ;)
ResponderEliminarUma das minhas melhores amigas convidou-me para ir ao meu cinema preferido ( que infelizmente já fechou) ver O PIANO. A lotação estava esgotada, e 90% eram mulheres. Quando vi a sala cheia de mulheres fiquei horrorizada, e pensei logo que o filme ía a ser uma seca.
ResponderEliminarAfinal, puro preconceito!!!
O filme é uma obra prima: as paisagens, os actores, a música, a história — tudo de 1ª água — e então, o "Popo" do Harvey Keitel é de um erotismo sem limites.
Também eu queria recuperar o meu piano tecla a tecla submetendo-me às suas fantasias...
Também o Piano me passou ao lado. Sei, no entanto, que as suas teclas esperam que as dedilhe um dia.
ResponderEliminarBeijinho Tété e FELIZ NATAL
Para ser sincera, PAULOFSKI, já tanta gente tinha elogiado o filme, que quando começa naquele ritmo lento até duvidei se não o teria confundido com outro... ;)
ResponderEliminarNão será o filme da minha vida, VANI, mas também gostei... :)
ResponderEliminarAquele piano não tinha cauda, coitado, VÍCIO! :))
ResponderEliminarPois, estava a ver que ia adormecer no sofá, frente à TV e ao radiador, TONS DE AZUL, com a musiquinha a embalar! Mas depois acelerou o ritmo e também gostei! :)
ResponderEliminarPor acaso não me admira muito que tenha tido mais espectadoras femininas, EMATEJOCA! Não tanto pelo erotismo de Keitel, mas pela sensibilidade que perpassa ao longo de múltiplas cenas. (aqui o filhote desistiu logo ao fim de 15 minutos ou coisa...) ;;)
ResponderEliminarSuponho que são teclas que gostarás de dedilhar, KIM!
ResponderEliminarBeijinhos e FELIZ NATAL também para ti! :D
Vi este filme quando saiu e achei na altura uma seca......mas anos mais tarde voltei a ver e aí achei que na verdade não era tão seca assim....
ResponderEliminarBeijokitas e Bom Natal
De princípio também achei uma seca, PARISIENSE, já estava quase a adormecer frente à TV (o filhote já tinha desistido de ver, ao fim de 15 minutos ou coisa), mas de repente começou a fazer sentido e a ganhar ritmo, acabei por me comover com a história... ;)
ResponderEliminarBeijokitas e Bom Natal para ti também!
Eu vi há muito, muito tempo. E retenho o ter gostado muito na altura. Lembro-me vagamente da história, mas vou recordando essencialmente a banda sonora, que em boa altura comprei o CD. É linda, claro. Um pouco repetitiva, mas para quem gosta do piano em toda a sua simplicidade (e não martelado jazzisticamente, argh argh argh) são momentos de puro deleite.
ResponderEliminarBeijinhos e deixo já votos de Bom Ano, que a avaliar pelo Natal arrisco-me a não ter oportunidade mais tarde :)
SAFIRITA, gosto de piano tanto em jazz, como na sua forma mais simples. Mas convenhamos que o início muito parado, mais o piano, estendida no sofá com uma mantinha e o radiador apontado, estava a ver que adormecia... :D
ResponderEliminarVale que depois ganhou mais ritmo!
Beijocas e Bom Ano para ti! :)
já ando há que tempos para ver este filme e a partir de agora agora vai demorar bem menos. a tua descrição é fixolas e despertou-me a curiosidade :)
ResponderEliminarO meu filho não passou dos primeiros 15 ou 20 minutos de filme, entediado, MOYLITO! Mas depois a história dá uma volta... ;)
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