Tal como prometido, aqui segue o postal para as "Crónicas do Rochedo". Lembrança destas, mas sobretudo de outras férias, em que o destino era o Algarve. Em criança raramente aqui vim - o meu pai tinha apenas 8 dias de férias por ano, portanto íamos visitar a minha avó paterna a Vila Praia de Âncora, o que era sempre uma incógnita sobre se chovia ou fazia sol... nevoeiro pela manhã era quase certo, com a sirene a buzinar bem cedo, para guiar os pescadores até à praia da lota, onde vendiam o pescado. Felizmente passou a ter mais dias de férias e começaram a ser repartidas entre o Minho e o Algarve.
Teria 13 anos (e a minha irmã 12) quando finalmente conhecemos as belas praias algarvias da zona de Albufeira, com aquele mar calmo de águas calientes. Passávamos o dia inteiro na praia, por vezes até jantávamos por lá! Foi o que valeu, já que o meu pai tinha alugado uma casa de pescador, que era apenas um corredor, com uma porta de entrada e outra nas traseiras, sem janelas sequer, e com um pequeno sótão onde nós as duas dormíamos (ou tentávamos) sufocadas pelo calor, até descobrir que se abríssemos os postigos de ambas as portas corria uma aragem mais respirável . Mas fizemos amigos e quisemos voltar. Não para aquela casa, obviamente, mas para o convívio com aqueles alegres companheiros de veraneio. Ainda voltámos durante uns 2 ou 3 anos, pelo meio aconteceu o 25 de Abril, nem sempre o meu pai conseguiu tirar férias nessa época (em que se corria o risco de ser "saneado", sem se saber porquê), de modo que os contactos foram-se perdendo...
Mais tarde "corri" o Algarve de Lagos a Montegordo, com duas amigas da faculdade, uma das quais tinha um Morris mini e a carta de condução acabada de tirar... Isto depois do pesadelo que passámos ainda com os meus pais em Pedras d'el Rei - um "comboio" para a praia, que descarrilava e eram os próprios veraneantes a sair para o meter de volta nos carris, com água nas canalizações a só funcionar 3 horas por dia. Por duas vezes fui acampar (não sou fá), outras estive em casa de amigos.
Desde esses primórdios até hoje a paisagem algarvia mudou bastante: a urbanização desenfreada e sem condições foi dando lugar a estruturas mais bem pensadas, daí continuar a ser o destino predilecto depois de adulta, casada, mãe do filhote, com a mana, cunhado e sobrinhas (com uns interregnos por Isllantilla, quando a exorbitância dos preços foi incomportável). A restauração também evoluiu, as doses boas-para-anorécticas foram substituídas por normais, algumas instalações já não correm o risco de levar com um pedregulho em cima, por estarem à "sombra" do penhasco...
Concluindo: como diz o outro, já fui muito feliz no Algarve! (com alguns "sustos" pelo caminho, que felizmente se resolveram!)
Jinhos!
Teté
Aprendi ontem finalmente a digitalizar um postal, daí o "atraso" do mesmo! Sorry, Carlos! :)
ResponderEliminarTantas e tantas histórias que poderia contar das nossas viagens ao Algarve, do Porto por essas estradas nacionais, horas a fio no nosso FIAT 127 cheio à pinha sob o escaldante sol alentejano, para duas semanas de areia fina e água, muita água. Guardo as fotos e as cicatrizes para me recordar desses belos tempos onde residíamos por duas semanas nos parques de campismo de Faro, na Quarteira ou em Vila Moura. Percorremos o Algarve de lés a lés, e não faltavam umas visitas a Espanha com a inesquecível travessia do Guadiana de ferry até Ayamonte. Memoráveis esses tempos.
ResponderEliminarGostei muito de ler estas tuas incursões aventureiras pelos algarves! Ehehe
ResponderEliminarUm beijinho de quem vive cá todo o ano! ;)
Antes de mais, muito obrigado pela participação no passatempo. O link, como habitualmente, será feito à noite.
ResponderEliminarApesar das maldades que lhe têm feito, o Algarve continua a ter paisagens muito belas. Não só na costa, como no interior, desconhecido de muitos. Não gosto do Algarve em Julho e Agosto mas, ao longo do ano, vou lá com frequência. Para Estói ou Olhos de Água.
O comentário do Paulo também me levou a recordar viagens idênticas do Porto ao Algarve, num Fiat 127 ( castanho). Aquilo era uma aventura, não era Paulo? Chegava-se arrasado e era quase um dia de viagem.
Praia da Luz, Rocha, Oura e Tavira eram as minhas preferidas. Não pelas praias, mas por quem lá estava à minha espera
Tarde, mas um postal e um texto de primeira água.
ResponderEliminarQue aventuras tão saborosas, minha cara Teté, até me apetece ir até lá, eu que sou uma aficionada das praias do Norte, mesmo com a incógnita sobre se chove ou faz sol... ainda no dia 28 de Junho fui jantar à Vila Praia de Âncora, passando uma bela tarde cheia de sol na praia de Moledo.
Piada, tu tens uma costela nortenha e eu uma lisboeta! Como o mundo é pequeno.
Bjs
O que interessa é as boas recordações que ficam :)
ResponderEliminarSelinho para ti espero que gostes :)
ResponderEliminarhttp://lopesca.blogspot.com/2010/08/selo-entre-chavenas-de-cha.html
Eheheh, PAULOFSKI, que bem te entendo! Nem imaginas o tempo que demorava de Lisboa a Vila Praia de Âncora, pelas estradas nacionais, e com pausa na Mealhada para o almoço... Se não apanhássemos as aldeias do caminho em festas, saíamos de manhã e chegávamos à hora do jantar! :D
ResponderEliminarMas mesmo Lisboa-Algarve demorava muitas horas (não tantas), houve um ano que no regresso o carro (atulhado de tralha, que a minha mãe até a panela de pressão levava na bagagem!) partiu a suspensão em Castro Verde! Num Domingo à tarde, em que estava tudo fechado, incluindo oficinas, só podiam trocar no dia seguinte, e em Beja! Uma aventura... =))
Como era apenas um postal, não pude esticar mais, TONS DE AZUL, que teria muito mais aventuras a acrescentar! :)
ResponderEliminarBeijocas para ti!
Essas longas horas de viagem, para o Norte ou para o Sul, ficarão para sempre na nossa memória, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA! :))
ResponderEliminarMas tanto com os meus pais, como mais recentemente, já percorri a costa algarvia de lés a lés, o interior conheço um pouco pior. Até houve uma passagem de ano que comemorámos lá, mas como postal não podia alongar muito mais!
Tive muito gosto em participar no passatempo! :)
Também passei belíssimas tardes no Norte, EMATEJOCA, nomeadamente em Vila Praia de Âncora, Caminha, Moledo, Vilar de Mouros (sem festival), Viana do Castelo e por aí.
ResponderEliminarMas, salvo raras excepções, as águas nortenhas eram sempre geladas, mesmo nos rios Âncora e Minho... Isto quando não apanhávamos marés vivas, que nem dava para pôr o pé dentro de água (nem sempre as férias eram em Agosto)! ;)
As minhas costelas nortenhas dividem-se entre minhotas e galegas! Mas como tu dizes, este mundo (e país) é pequeno... :D
Beijocas!
LOPESCA, nem mais! Boas recordações são sempre bem-vindas... :))
ResponderEliminarObrigada pelo selinho, publico um dia destes, OK?! ;)
Belíssimas recordações. Fico sempre babada quando apreciam a minha terra. :)
ResponderEliminarBem-vinda, LUISA!
ResponderEliminarE tem mesmo muito que apreciar, embora possa ainda evoluir bastante em alguns aspectos, se algarvios e autarcas se unirem nesse esforço! :)
não me digas que também tens um cavanhaque e és irritante? é que é completamente fora da imagem mental que criei de ti. AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAH
ResponderEliminarEheheh, MOYLITO, não, não tenho cavanhaque e não me julgo irritante, mas até acho piada ao Malato... às vezes! :))
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