"É um dos paradoxos mais tristes da minha vida: quase tudo o que escrevi foi escrito para alguém que não me pode ler, e mesmo este livro não é mais do que uma carta a uma sombra."
Héctor Abad Faciolince é um jornalista e escritor colombiano, que em "Somos o Esquecimento que Seremos" (título baseado no poema "Epitáfio", de Jorge Luís Borges) retrata a sua infância e juventude em Medellín, a cidade onde nasceu, no seio de uma família burguesa dividida entre preconceitos, fanatismos religiosos e ideologias políticas. Apesar das duas tragédias que se abatem sobre a família - a morte precoce da sua irmã Marta, na adolescência, e o posterior assassínio do pai (médico empenhado na igualdade social e activista dos direitos humanos numa sociedade dominada pela violência, tanto de governantes nacionalistas como de grupos de extrema esquerda ou de narcotraficantes) - o que sobressai, ao longo das 333 páginas, são momentos partilhados entre pai e filho, entre alegrias, tristezas e ensinamentos mútuos, repenicados de beijos sonoros, mas nem sempre em total concordância.
Não é um livro biográfico, na medida em que a perspectiva é a do autor em relação ao próprio progenitor, recheada de amor, ternura e saudade, mas sem se eximir a denunciar uma prática dos poderosos do seu país (e, infelizmente, de muitos outros): "'Anular o cérebro' é esse o eufemismo que usa o assassino para o verbo 'matar'." Os factos, em si, são verídicos e nunca deveriam ser esquecidos! A motivação do escritor para, quase 20 anos após a morte de Héctor Abad Gómez, deitar mãos a uma obra memorável por todos os que a lerem... (unanimidade no Clube de Leitura!)
"Não quero perder a rebeldia. Nunca fui submisso, jamais me verguei a não ser perante as minhas rosas e apenas sujei as mãos com a terra do meu jardim."
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"O Grupo", de Mary McCarthy, será o próximo livro a debater na sessão de 11 de Setembro.
******* PARABÉNS, QUERIDA SU!!!
"O Grupo" de Mary McCarthy é romance fantástico. Uma escolha de primeira água.
ResponderEliminarComento pouco, pois quanto mais longo é o meu comentário, maior é a possibilidade de o perder.
Volto!
Os comentários não se perdem, EMATEJOCA, o blogger é que teve um problemazito há alguns dias, mas que agora parece sanado... ;)
ResponderEliminarComo nenhuma de nós leu o livro, fico satisfeita por tu teres gostado, que a indicação veio de uma amiga de uma amiga, agora já são duas... :))
Parece ser um livro bem interessante. E no fundo, todos estamos fadados ao esquecimento, nem que não seja quando o sol esfriar definitivamente.
ResponderEliminarBeijoca!
O livro é interessante, RAFEIRITO!
ResponderEliminarMas fadados ao esquecimento estamos todos, embora a memória dos nossos familiares e amigos nos possa fazer perdurar um pouco mais, depois de esfriarmos... :)
Beijocas!
Deve ser um livro muito interessante.
ResponderEliminarVou ver se o compro para o ler nestas férias....depois de acabar os 2 que lá tenho.
Gosto de conhecer essas historias de vida de pessoas que lutam pela igualdade de direitos e liberdades.
Beijokitas
Continuação de boa leitura Teté :)
ResponderEliminarBeijinhos :)
Fazes bem, PARISIENSE, que é um bom livro... :)
ResponderEliminarBeijokitas!
Obrigada, FERNANDA!
ResponderEliminarBeijinhos!
Nunca li nada deste autor, mas gostei do título! :)
ResponderEliminarParece interessante. já não é a primeira vez que falas deste livro, pois não? se calhar estou a confundir mas pareceu-me familiar (sem eu o ter lido)
ResponderEliminarJá falei, sim, MOYLITO, para dizer que era o próximo do Clube de Leitura, mas ler só li agora... :)
ResponderEliminarbem me parecia que reconheci qualquer coisa :)
ResponderEliminarBoa memória e ainda bem, que vivo rodeada de gente desmemoriada... :D
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