AS REGRAS DE MOSCOVO

Daniel Silva nasceu nos Açores, mas emigrou para os EUA com a família quando ainda era jovem. A única novidade foi ter-se tornado escritor de best-sellers de espionagem lá nos States, o que me acicatou a curiosidade.

Em má hora, diga-se em abono da verdade, que andei a arrastar "As Regras de Moscovo" por todo o lado, quase durante um mês, com pouca apetência para o ler: pegava no livro à noite, lia duas páginas quando muito e... TARUZ! adormecia redonda.

O autor tem uma escrita bastante acessível, mas o protagonista desta série (sim, este é o oitavo) - o espião israelita Gabriel Allon - é um mero assassino, para lá dos seus atributos de sedutor! Claro que se considera salvador da sua pátria e do mundo, contra aqueles russos corruptos do antigo regime estalinista que enriquecem a vender armas à Al-Qaeda... Se isto só por si já é um tédio déjà vu, podem imaginar o resto?  Não, ainda é pouco...

Como se não bastasse, o tal Gabriel (que de anjo não tem nada) casou e resolveu afastar-se da espionagem, pelo menos durante uns tempos, para gozar a lua-de-mel numa villa italiana. Mas, coitado, não o deixam em paz e lá vai o "rapaz" salvar a humanidade. Com tanto talento, que até faz cópia de um quadro de uma pintora consagrada para vender à mulher do russo mauzão. Auxiliado por uma antiga colaboradora apaixonada por ele (só podia!) convence a criatura a trair o marido e a desvendar os segredos que conhece sobre o tráfico de armas - a coitada também estava preocupada com tanta maldade - abandonando uma vida de fausto e ripanço. Claro que nem tudo decorre conforme o planeado, com mortos e feridos de permeio. Resumindo: uma americanice pura, adequada a autênticos mentecaptos!

Detesto livros que me tiram a vontade de ler!