O rapaz era esperto e inteligente (segundo os professores), mas ainda andava a "pastar" no 6º ano de escolaridade, quando já tinha idade para frequentar o 10º.
Raramente punha os pés nas aulas, sem qualquer interesse pela aprendizagem. Mas nem por isso faltava à escola, onde organizou um gang de pequenos larápios, que se dedicava a assaltar os colegas (daqueles bens essenciais, como as poucas moedas na carteira ou o telelé). Sem armas, funcionava pela via do terror - rodeavam um aluno mais incauto ou desprevenido e "passa para cá, livra-te de abrires a boca!"
Constava que vivia num bairro social da zona e que os pais já tinham afirmado "não ter mão nele".
Com um conselho directivo em que nem se sabia ao certo quem o presidia, com docentes incapazes de motivar um puto tão completamente desinteressado, alguns até igualmente atemorizados, ele fazia o que queria, ou quase. Porque o porteiro da escola não se amedrontava com duas cantigas, não se ensaiava em dar-lhe umas traulitadas (por vezes retribuídas) ou de chamar a PSP (onde já era conhecido de ginjeira), quando o assunto se tornava mais grave. Mas no dia seguinte regressava ao estabelecimento de ensino, sorrindo perante a admiração dos comparsas, que o idolatravam como verdadeiro herói.
Ah, neste momento devem estar a imaginar um fulano alto, forte e espadaúdo, o que não pode estar mais longe da verdade: de constituição franzina, não aparentava em nada ser leader de um grupo daqueles!
Qual foi então a solução encontrada para acabar com o problema? Passaram o rapaz para o 7º, depois de completar os 16 anos, e com esse singelo gesto "descartaram-no" para outra escola.
Resolveu? Nem por isso! O gang continuou a actuar, com a impunidade de sempre...
Raramente punha os pés nas aulas, sem qualquer interesse pela aprendizagem. Mas nem por isso faltava à escola, onde organizou um gang de pequenos larápios, que se dedicava a assaltar os colegas (daqueles bens essenciais, como as poucas moedas na carteira ou o telelé). Sem armas, funcionava pela via do terror - rodeavam um aluno mais incauto ou desprevenido e "passa para cá, livra-te de abrires a boca!"
Constava que vivia num bairro social da zona e que os pais já tinham afirmado "não ter mão nele".
Com um conselho directivo em que nem se sabia ao certo quem o presidia, com docentes incapazes de motivar um puto tão completamente desinteressado, alguns até igualmente atemorizados, ele fazia o que queria, ou quase. Porque o porteiro da escola não se amedrontava com duas cantigas, não se ensaiava em dar-lhe umas traulitadas (por vezes retribuídas) ou de chamar a PSP (onde já era conhecido de ginjeira), quando o assunto se tornava mais grave. Mas no dia seguinte regressava ao estabelecimento de ensino, sorrindo perante a admiração dos comparsas, que o idolatravam como verdadeiro herói.
Ah, neste momento devem estar a imaginar um fulano alto, forte e espadaúdo, o que não pode estar mais longe da verdade: de constituição franzina, não aparentava em nada ser leader de um grupo daqueles!
Qual foi então a solução encontrada para acabar com o problema? Passaram o rapaz para o 7º, depois de completar os 16 anos, e com esse singelo gesto "descartaram-no" para outra escola.
Resolveu? Nem por isso! O gang continuou a actuar, com a impunidade de sempre...
Foto da net
Li e reli... gostava de acreditar que falas duma situação fictícia.. hipotética.. ou que acontece noutro país que não o nosso....
ResponderEliminarAcredito.. e sei.. que há rapazes assim.. que temos um sistema , não só de educação e ensino, mas principalmente de protecção de menores e tribunais, que muitas vezes deixam andar.. muitas vezes também porque a lei os impede de fazer algo mais "forte".. deixando passar o tempo sem se fazer nada.. e não dando uma oportunidade de vida a esses jovens, que são, salvo poucas excepções, fruto da má formação da família.. quando ainda têm algo a que se possa chamar de famíla... muitos crescem praticamente sós, sem orientação nem regras, apesar de pertencerem a uma familia, muitas vezes, numerosa..
Tema complicado e onde há tanto para dizer.. analisar.. fazer..
Oiço dessas historias todos os fins de semana. A m/irmã é do conselho executivo de um liceu no Porto....por isso é raro o fim de semana em que a revolta dela por falta de meios para poder cativar e ajudar esses putos é grande.
ResponderEliminarQuando pedem ajuda a DREN ou a entidades superiores a resposta é "Resolvam o problema...não podemos fazer nada".
Mas se algum papá vai a Dren apresentar queixa porque deram algum castigo ao filho aí lá vem a DREN com todos os meios.
Um país de hipocritas.
E olha que muitas dessas situações são com meninos de boas familias......só que os papás estão mais ocupados em ganhar dinheiro para as ferias ou um bom Mercedes do que em arranjar tempo para estar com os filhos.....e depois os putos anda com a corda toda solta e dá nisto.
Este tema tinha pano para mangas......
Beijinhos
Deparo-me diariamente com tretas dessas, Teté!
ResponderEliminarA mim, que sou do tempo da palmatória e da cana-da-índia, estas coisas causam-me uma certa perplexidade...
4EVER... OR NEVER, infelizmente, não é uma situação fictícia, nem aconteceu noutro país - o que também era mau, convenhamos!
ResponderEliminarHá muito a fazer nessa área, mas a vontade não parece ser muita - custos para cá e para lá, burocracias, um sem número de entraves...
PARISIENSE, não sei realmente se o rapaz pertencia a famílias carenciadas, era o que constava. Mas alguns dos amigalhaços viviam nas casas mais "chiques" da zona, sem terem aparentemente qualquer dificuldade monetária.
Nem sequer é um problema de classe social - é da sociedade mesmo! Há putos que não se conseguem integrar, a tacanhez vigente faz com que andem "à solta", sem ninguém para os agarrar...
Bem percebo a revolta da tua irmã, que um professor sozinho não faz milagres, muito menos com falta de meios e vontade política para resolver situações destas! Deixa andar...
Jinhos, nina!
Perplexidade, suponho que causa a toda a gente, CAPITÃO!
ResponderEliminarComo é que um puto consegue aterrorizar uma escola inteira? E ainda ter um grupo de fãs a seguir-lhe as pisadas?
E depois lá os "iluminados" do ministério a descartar a responsabilidade nos professores, sem meios nem sistema que permita integrar rapaziada (também existem raparigas, nada de confusões) desta laia?
Sai muito mais caro!
Reparto a responsabilidade pelo ministério da tutela, professores/conselhos executivos e... pais!
ResponderEliminarSim, quando a educação não vem de casa pouco ou nada há a fazer...
nem tempo tenho para te "ler" como deve ser, deixo um sorriso de bom dia!
ResponderEliminarE parece que é cada vez mais habito em todas as escolas no país. Os miúdos já não tem qualquer interesse pela escola, assim como os pais por eles e logo a partir dai é impossível que tenham a educação necessária para poderem estar em sociedade. Faz parte do trabalho de professor ajudar a manter essa educação, mas não são eles quem tem que a iniciar e fazer prevalecer.
ResponderEliminarConcordo, CAPITÃO: a "culpa" é repartida!
ResponderEliminarMas existem putos criados ao "Deus dará", que não enveredam por estes caminhos... Felizmente!
Neste capítulo, não há propriamente regras!
INÊS, então um sorriso de bom dia para ti também! :)
PSYCHO_MIND, claro que com uma educação de base familiar estável surgem menos problemas destes. Mas garantias, não há nenhumas...
Mundo e sistema complicado este.........eu quero que me eduquem á moda antiga, com limites e "nãos" aos meu caprichos!......sei que vou agradecer mais tarde se levar uns puxoes de orelhas de vez em quando...........nao quero vir a ser um anarquista que julga que não há limites nem fronteiras, que julga que tem liberdade para tudo.Isso sim é uma grande e perigosa ilusão!Ilusão que cria monstros!
ResponderEliminar....nao quero vir a ser um monstro!
Bem-vindo, NAUGHTY BOY!
ResponderEliminarOlha que para rapazinho malandro, até tens umas ideias muito assizadas... :)))
Este rapaz não era um anarquista: era um projecto de (futuro) meliante!
Um história que projeta um final não muito feliz.
ResponderEliminar"Ginjeira", aqui no Brasil, é uma árvore da família das cerejeiras. Quanto a "Telelé", não consta em nenhum dicionário daqui.
Não é por acaso que o seu blog chama-se Quiproquó.
OLIVER, ginjeira é a árvore das ginjas (que, a propósito, dá um licor delicioso), tal como no Brasil. A expressão de "saber ou conhecer de ginjeira", corriqueira, significa que se sabe ou se conhece há muito tempo.
ResponderEliminarTelelé também é outra expressão vulgarizada para telemóvel, telefone portátil ou celular (que suponho que é como aí denominam).
Mas obrigada pela chamada de atenção, que não pretendo fazer posts que sejam um quiproquó, a tender para a "adivinhação"... :)
Jinhos!
que tristeza...talvez a outra escola saiba o que fazer...ou talvez apareça um puto que enfrente os larápios e lhes diga que não e livra-te de abrires a boca.
ResponderEliminarAh, VAN, não há putos que se rebelem contra um gang... Até porque este não "permite" tal desautorização, que aí outros rapazes e raparigas podiam lembrar-se de fazer o mesmo!!! Lá se ia o "negócio"... :S
ResponderEliminarIsto cada vez acontece mais...por isso é que estou completamente de acordo em que tornem estes casos foro do Ministério Público...que seja considerado como crime e que existam penalizações adequadas à situação e "crime"!
ResponderEliminarSinceramente, já não sei até que ponto é que se deve andar com "pézinhos de lã" com esses meninos desafortunados em termos familiares...penso que é uma questão de personalidade ou até mesmo de genética (quem sabe?!). Conheço casos de miúdos que vêm de famílias problemáticas e em vez de se revoltarem contra tudo e todos, agarram-se à escola como se fosse a oportunidade da vida deles e tornam-se casos de sucesso...por isso é que cada vez mais acho que a maldade começa a formar-se não em adultos mas nas crianças...
Absolutamente de acordo, SU!
ResponderEliminarA par disso, suponho que também não era mal pensado criar programas de apoio (eficazes, não para "inglês ver") para crianças com este ou outro tipo de inadaptação. Se calhar saía caro, agora, mas talvez evitasse outros custos, no futuro...
Como bem referes, mal de nós que todos os miúdos com vidas familiares desestruturadas caíssem na banditagem! Alguns até se agarram à escola e aos amigos, como "tábua de salvação"! ;)