Foto da net
Uma ida à praça é sempre uma lição de vida. Um mar de gente de todas as raças, credos, latitudes e idades circula por entre as bancadas, onde se expõem frutas e legumes, peixes de variadas origens, galináceos e ovos, um sem fim de géneros alimentares, já para não falar da multiplicidade de flores.
Uns caminham apressados, como se soubessem exactamente onde se dirigir, na ânsia de despachar as compras, que a hora de almoço está a chegar. Outros parecem ter todo o tempo do mundo, comparando preços, tentando verificar a olho nu a qualidade dos produtos. Alguns, mais idosos, arrastam-se vergados pelo peso dos sacos, excessivamente carregados para braços cansados.
Nas bancas de legumes e frutas abundam todas as cores do arco-íris, do vermelho ao roxo, embora as diversas tonalidades de verde estejam em vantagem. Por sua vez, as vendedoras asseguram que as ervilhas e as favas são tenrinhas e acabadinhas de descascar...
As peixeiras, solícitas e atentas, mal vêem alguém deitar uma olhadela distraída a uma pilha de cachuchos vermelhos e luzidios, espicaçam: "então o que vai hoje, freguesa?" Regateiam-se preços, a algazarra é imensa! Homens fortes e tatuados empurram enormes caixas plásticas até junto das bancadas, onde depositam camadas de gelo moído, para acamar a pescaria que não foi vendida.
Duas mulheres altas e avantajadas, vestidas de negro em trajes aparentemente muçulmanos, passeiam calmamente até se acercarem de uma banca. Apontam um pequeno carapau um pouco amassado e a rapariga que as atende pergunta qual é a quantidade que pretendem. Por gestos, indicam que não! Querem que a moça lhes dê aquele carapau. Ela acede, transparecendo alguma confusão e piedade no olhar. Uma cliente, impressionada, oferece-se para pagar às mulheres um quilo do peixe. Orgulhosas, recusam! Ou será que não entenderam, uma vez que não falavam uma palavra de português?
Aprendemos sempre, até quando vamos à praça...
Uma ida à praça é sempre uma lição de vida. Um mar de gente de todas as raças, credos, latitudes e idades circula por entre as bancadas, onde se expõem frutas e legumes, peixes de variadas origens, galináceos e ovos, um sem fim de géneros alimentares, já para não falar da multiplicidade de flores.
Uns caminham apressados, como se soubessem exactamente onde se dirigir, na ânsia de despachar as compras, que a hora de almoço está a chegar. Outros parecem ter todo o tempo do mundo, comparando preços, tentando verificar a olho nu a qualidade dos produtos. Alguns, mais idosos, arrastam-se vergados pelo peso dos sacos, excessivamente carregados para braços cansados.
Nas bancas de legumes e frutas abundam todas as cores do arco-íris, do vermelho ao roxo, embora as diversas tonalidades de verde estejam em vantagem. Por sua vez, as vendedoras asseguram que as ervilhas e as favas são tenrinhas e acabadinhas de descascar...
As peixeiras, solícitas e atentas, mal vêem alguém deitar uma olhadela distraída a uma pilha de cachuchos vermelhos e luzidios, espicaçam: "então o que vai hoje, freguesa?" Regateiam-se preços, a algazarra é imensa! Homens fortes e tatuados empurram enormes caixas plásticas até junto das bancadas, onde depositam camadas de gelo moído, para acamar a pescaria que não foi vendida.
Duas mulheres altas e avantajadas, vestidas de negro em trajes aparentemente muçulmanos, passeiam calmamente até se acercarem de uma banca. Apontam um pequeno carapau um pouco amassado e a rapariga que as atende pergunta qual é a quantidade que pretendem. Por gestos, indicam que não! Querem que a moça lhes dê aquele carapau. Ela acede, transparecendo alguma confusão e piedade no olhar. Uma cliente, impressionada, oferece-se para pagar às mulheres um quilo do peixe. Orgulhosas, recusam! Ou será que não entenderam, uma vez que não falavam uma palavra de português?
Aprendemos sempre, até quando vamos à praça...
Há quanto tempo não vou já eu à praça... é sempre uma experiência digamos que enriquecedora! Aprende-se imenso sobre o regateio, que acham?!
ResponderEliminarÀs vezes, sabe bem, aquela agitação eufórica... é um consumismo diferente, menos urbano, logo, menos consumista.
Uh? Deve ser do dia de hoje, desculpa! :D
É provavel que não tenham entendido.
ResponderEliminarMas não é improvável que tenham compreendido e declinado.
Em termos globais, e pondo de parte o terrorismo que colam aos povos muçulmanos, que como nós têm merda a mandar neles, parece-me que as civilizações muçulmanas têm um sentido da dignidade que está em vias de extinção no Ocidente...
Tem de tudo, IGNOTA! Gente que trabalha, gente que passeia, gente que compra, com mais ou menos pressa.
ResponderEliminarMas é um mundo diferente do consumismo urbano dos centros comerciais - as compras são para comer!
E sem isso, ninguém passa... ;)
(quanto ao dia, pois, não alegrou ninguém!)
Desde o advento dos supermercados que nunca mais fui à praça...mas isso tb é culpa da degradação da mesma e de ter sido preciso o actual mayor chegar ao poder para reabrirem aquilo com jeitinho. E agora, que beleza. Uma praça carregada de influencias árabes! uma reliquia restaurada! =) Mas entretanto mudei de cidade...
ResponderEliminarE a praça de barcelona, heeeeem???? ou será que era de madrid...ora bolas, ja não me lembro...oh paaaaah...
isto foi em Portugal? parecia um relato de uma viagem à Birmânia... o mundo é mesmo pequeno não é? deve ser por isso que todos os dias surgem novos casos de claustrofobia e há tantas guerras. como as pessoas são as mesmas em todo o lado, quando combatem, cada um está a tentar matar-se por estar farto de si próprio.
ResponderEliminarCAPITÃO, entenda-se que não fui eu que fiz a oferta! Mas também pagava, que não morro mais pobre por 3 euros ou coisa.
ResponderEliminarNão associo muçulmanos a terroristas com essa rapidez toda. Aliás, o que tenho mais contra essa religião é o modo como tratam as mulheres: como seres de 2ª categoria!
Quanto à dignidade, concordo que não vive só de aparências e cifrões...
Não tenho o costume de ir,porque faz-me confusão sitios onde está muita gente em movimento e a falar alto...taras minhas!!
ResponderEliminarBeijos
GRAFONOLINHA, a praça a que fui foi aqui a de Benfica. Conheço várias, do Algarve ao Sul de Espanha e Caminha, mas na verdade, nesta parecemos estar num mundo global. Ou calhou, não sei...
ResponderEliminarMas incomoda-me a "pobreza", verdadeira, sem pedinchices. Se em Barcelona ou Madrid é semelhante, não faço ideia.
E pronto, anda-me a dar para o sentimento, que este fds foi para esquecer... :/
Foi sim, MOYLE, na praça de Benfica!
ResponderEliminarMas tens razão, podia ter sido em qualquer outro país do mundo, para além do facto da maioria falar português... ou mais ou menos!
As pessoas têm sentimentos iguais, o modo de estar culturalmente é que é diferente... ;)
GATINHA, não vou com muita frequência (normalmente dá para abastecer o congelador durante um mês ou dois), também me faz confusão sítios muito movimentados.
ResponderEliminarNum dia mais calmo, dá para perceber esta pobreza "envergonhada"...
Jinhos, nina!
Adoro ir à praça...
ResponderEliminarDesde pequeno que o faço, regularmente. E, facto notável, em todas as 'praças' as peixeiras dirigem-se a mim da mesma forma:
Ó filho!!!
Sou filho das peixeiras há mais de 50 anos. É obra!
já não vou há praça há muitos anos (a última vez que fui acho que foi em Sesimbra) mas é uma experiencia muito interessante e onde se arranja, de certeza, produtos com uma qualidade muito superior aqueles que se compram nos hipermercados.
ResponderEliminaro atendimento é outro :)
quanto às senhoras que não aceitaram o kg de peixe, talvez não quisessem mesmo. há quem seja assim. necessite mas não queira dar o braço a torcer. depois há os outros... que querem tudo de mão beijada mesmo que não mereçam
Gosto das cores dos mercados, mas passava sem os atropelos e a gritaria.
ResponderEliminarQuanto ao orgulho das senhoras, não me caberá a mim julgar, talvez não tenham mesmo percebido. Pelo menos prefiro acreditar nisso, porque acho que é feio recusar gratuitamente algo oferecido de boa fé. Nestas coisas de cultura, às vezes percepcionamos as coisas de forma diferente...
Mas pronto, vamos acreditar que as senhoras não precisavam mesmo, e que só queriam o carapau amassado para dar a um gato.
"o modo como tratam as mulheres: como seres de 2ª categoria!"
ResponderEliminarÉs muito bondosa, Teté!
Eu diria que as tratam abaixo de cão!
Penso que nem sequer as tratam. Apenas as destratam.
ResponderEliminarlindo, lindo é ouvir os pregões dos ciganos na feira!
ResponderEliminardo tipo... olha a cueca barata!
há cueca para todo o cú!
não andem sem cuecas!
é sem duvida um espectáculo!
Já aprendi que a aprendizagem na vida é constante e se estivermos atentos aos pormenores ao nosso redor acabamos sempre por ver mais do que o aparente. :))
ResponderEliminarJá não vou ao mercado ou à praça há muito, muito tempo...penso que a última vez foi mesmo em marrocos, numa medina em Marraquexe. O ambiente é diferente...mas o "conceito" em si é igual! :)) A mistura de tudo desde as pessoas aos cheiros e às cores é inebriante e única!
Beijinho bem grande, amiga.
O Sky já foi tirar os pontos e agora está a cicatrizar...mas ainda anda com o candeeiro a chateá-lo!! :)
Gostei muito da forma como descreveste esta tua "ida à praça"!
ResponderEliminarEm miúda ia muito à praça com a minha mãe e numa dessas idas perdi-me dela! Encontrou-me no mesmo dia, à tarde, no posto da polícia.
Sempre gostei dos mercados, pelas cores, pelo barulho, pela quantidade de pessoas que encontramos...
Eu gosto muito de ir aos mercados e feiras....adoro aquele ambiente em que se discute o produto com o comerciante....é mais pessoal, menos esquematizado.
ResponderEliminarDetesto centros comerciais em que tudo é igual em todo o lado em que as pessoas compram tudo igual e parecem automatos programados.
Tento sempre arranjar tempo para ir aos mercados e feiras e sou mãe de familia e trabalhadora......por isso não me venho cá que é preciso tempo e que nos centros comerciais é mais rápido (sobretudo se apanhas uma fila na caixa de km....hihihihih).
Claro que no dia a dia compro no supermercado mais proximo...mas sempre que á feira ou mercado é lá que vou.
Beijitos
Bem-vindo, JONAS!
ResponderEliminarSempre é melhor filho do que tiozinho ou coisa...
A mim, chamam-me freguesa! :)
Também não tenho dúvidas quanto à melhor qualidade dos produtos, a começar até pelo atendimento personalizado, FAUSTO.
Sim há os muito pedinchões e aqueles que, necessitando, não pedem nada ou até recusam o que lhes oferecem... :/
Ah, SAFIRITA, ainda me ri contigo. Queriam o carapau para dar ao gato??? :)))
Mas sim, tenho a sensação que foi por uma diferença cultural...
Pois, REI, é realmente brando demais falar em seres de 2ª. Se calhar, nem de 5ª... :S
ResponderEliminarVIOLETO, tens razão! :S
VÍCIO, por acaso a vender cuecas, não calhou... Mas havia uma a vender túnicas a 2 € e outra a vender um par de combinações (de aspecto bastante manhoso) por 5... Só uma delas é que era de etnia cigana! ;)
SU, tirando a maioria falar português, podias pensar encontrar-te em qualquer local do mundo (talvez excluindo a Ásia, embora houvesse mulheres de sari e de outros trajes tipicamente asiáticos)...
ResponderEliminarA curiosidade está mesmo aí, em ver algo para lá do aparente!
Ah, ainda bem que o Sky está melhorzinho. Essa do continuar com o "candeeiro", deve ser para não coçar e reabrir as feridas, não? Há-de ser só mais uns diazinhos... :)
TONS DE AZUL, a sensação estranha é que podias estar em qualquer cidade de Angola, Moçambique ou Brasil...
ResponderEliminarAh, ah, ah, eras "malandreca" em miúda, não? :)))
PARISIENSE, costumo ir mais nas férias, até porque vamos comprando a comida assim para um ou dois dias, quando em Lisboa faço compras (de carne e peixe) para um ou dois meses e congelo...
Em Caminha, também nunca perdia a feira, que era à 4ª... Não é que comprasse lá muita coisa, mas gostava de bisbilhotar! :)))
Jinhos!
São 16:12 horas e eu esfomeado e sedento!
ResponderEliminarQuando era miúdo acompanhava muitas vezes a minha avó ao célebre Bolhão. Ela fazia questão de comprar lá as hortaliças e os legumes com que fazia a intragável sopa que depois me obrigava a comer!
ResponderEliminarEu achava aquilo muito divertido, tal era a confusão e a barulheira de vozes esganiçadas! Uma vez por outra até havia umas confusões e desatava tudo à gadelhada. eheheh!! Era a cereja em cima do bolo!
Aquele abraço infernal!
Ah, REI a esta hora já deves ter saciado a tua fome e a tua sede - são 17h37m. :)
ResponderEliminarOlha, BELZEBU, a do Bolhão não conheço, a não ser de a ver nos comícios do Paulo Portas :(
Quando era miúda também não gostava de sopa, mas hoje em dia quase a prefiro ao resto...
Por acaso nunca calhou ver ninguém à traulitada, na praça, mas lá umas discussões mais acaloradas parece o pão nosso de cada dia... :)))