Certa vez, já há bastantes anos, o patrão lá da tasca queixava-se a alguns dos seus clientes mais antigos: "É uma chatice, só vêm aqui comer caracóis, durante o resto do ano nem aparecem!" E alguém, em tom de brincadeira, respondeu: "Ainda bem, é sinal que gostam dos caracóis cá da casa!" Mas o homem continuava irritado e insatisfeito, em parte com razão, porque a sua mulher que trabalhava (e trabalha) o dia inteiro na cozinha também era (e é) boa cozinheira de outros petiscos...
Com o tempo a tasquinha também teve de sofrer as suas remodelações, tanto o patrão como a patroa tiveram os seus achaques, que isto de passar todo o dia em pé ao fogão ou ao balcão é difícil para todos. A segurar as pontas estava o filho, rapaz simpático e conversador com todos os clientes e, por vezes, a filha, estudante universitária.
Mas a famigerada "crise" operou milagres no comportamento do homem, que além de já não se queixar de "clientes sazonais a mais", ainda adiou as férias do tasco até ao final da época do caracol. Exagerando no que antigamente era mera irritação, ainda recentemente o vi comprar uma rosa para cada uma das mulheres a aguardar mesa junto ao balcão, do "qué fror" do costume. Faz até questão de cumprimentar os clientes de saída com um aperto de mão. E, qual não é o meu espanto, quando um dia destes, seguindo em fila logo atrás do maridão, em vez da "bacalhauzada" recebi um beija-mão. Mãozinha essa ainda a cheirar ao tempero dos caracóis...
Não sei como contive o riso no momento, certo é que vim a rir até casa!
Imagem da net.
Só tenho pena que os comerciantes de um modo geral e aqueles que trabalham na restauração em especial, só ajam assim porque estamos em tempo de crise...
ResponderEliminarNa minha opinião, o cliente deveria ser sempre servido com a educação, delicadeza e sobretudo profissionalismo como esse senhor agora o faz. Mas diga-se de passagem que também não é preciso abusar, eheheh.
Beijinhos
imagina a vida uma tasca...
ResponderEliminaragora pensa quantas tascas ambulantes por aí andam!
só se queixam que lhes dão pouco enquanto recebem algo!:h
:) Mão com cheirinho a tempero de caracol. "Cheira-me" bem. Beijinhos
ResponderEliminarMais uma das vantagens (impensáveis) da "crise" ! rsrsrs
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(Engraçado que eu antigamente, na pobreza, também era assim mas num sentido inverso e surreal da coisa... hoje, com aquilo que como, com as excelências da gastronomia com que me delicio, não tenho gases...peido-me!)
ResponderEliminar;)
Então tiveste sorte em não te ter espetado a mão com um palito! Beijocas
ResponderEliminarIsso fez-me recordar outra tasca onde os petiscos eram a bela da francesinha, o segredo do molho e a filha do patrão.
ResponderEliminarEsse dos caracóis teve um achaque de simpatia! É como digo, fez-me recordar uma outra tasca e a filha do patrão.
Já marchavam, os caracóis!
ResponderEliminarFizeste-me lembrar uma situação no infantário do meu filho, não sei se a chegaste a ler.
ResponderEliminarEstava no recreio à sua espera, num dia de festa, quando sinto um beijo na mão. Olhei e estava um puto de 5 anos, ajoelhado, completamente compenetrado no beija-mão. O que me ri Ao que parece faz isso a quase todas as mamãs!:)
Cavalheirismo e educação nunca fizeram mal a ninguém, com conta, peso e medida. (há que distinguir homens de totós!)
Tenho pena é que alguns homens se julguem mais machos por dizerem meia dúzia de impropérios e avaliarem a sua masculinidade pela insensibilidade que mostram ter. Sabes que às vezes acho que esses tipos pertencem ao grupo de homens que levam na cara e fazem sexo de ano a ano, lá em casa(e fora dela)? Curioso, não é?:)
bji, linda.
(Ó oops!!!, essa personagem grosseira e ridícula não tem nada a ver contigo!:)
ResponderEliminarEstamos sempre a tempo de mudar...
ResponderEliminarOu estava bem disposto ou resolveu ser mais simpático, coisa que devia ser obrigatório a quem tem um estabelecimento aberto ao público.
Seja como for e mesmo com cheirinho a tempero de caracóis, foi um gesto bonito e fez-te sorrir :)
Beijinho :)
BEIJA-MÃO em Viena é a coisa mais normal do mundo, os meus amigos vienenses beijam-me sempre a mão, é o que se chama ... ein bisserl Wiener Schmäh!!!
ResponderEliminarMas que Chic!!!
ResponderEliminarPois a crise toca mesmo a todos e cada um faz o que pode para cativar os clientes. Pelo menos ficaste bem disposta e aposto que brevemente lá voltarás ehehehhe. Beijos :)
Porque é que julgas que há tantos brasileiros a atenderem ao balcão, KARENB? Na verdade costumam ser muito mais simpáticos, não se enxofram com tanta facilidade e raramente contra o cliente... ;)
ResponderEliminarMas pronto, claro que não era preciso exagerar! :D
Beijocas!
Os tugas, de um modo geral, têm tendência a queixar-se muito quando nem têm muitas razões para tal, VÍCIO! Quando estão realmente atrapalhados já não se queixam tanto... :)
ResponderEliminarDiga-se de passagem, que são "queixumes" que me custam entender! ;)
Bom, cheira melhor na travessa com os ditos caracóis, ISIS! :D
ResponderEliminarBeijocas!
Porqué, PAULOFSKI? A filha do patrão dessa tasca também te beijou a mão? =))
ResponderEliminarAi, que já troquei a ordem às respostas! Sorry! :D
ResponderEliminarRUI, não vejo grande vantagem no beija-mão, mas aprecio um atendimento mais simpático... :))
A língua portuguesa existe para ser usada, OOPS, nem sempre apetece recorrer a eufemismos... :D
ResponderEliminarSorte é que o homem deve estar enjoadíssimo de caracóis, RAFEIRITO, quando não não escapava... :D
ResponderEliminarBeijocas!
Marcham sempre, TEONANIZI! :))
ResponderEliminarPor acaso até li esse texto, NINA, mas o petiz até teve piada! :)
ResponderEliminarCavalheirismo é bom e eu gosto, com conta, peso e medida! Nem se percebe porque alguns fulanos gostam de se armar em "machos latinos", insensíveis e abrutalhados, mas quer dizer, também fazem a cama onde se deitam, né? Sabe-se lá se é algum trauma de infância ou da juventude... :D
A conversa entre ti e o Oops é só vossa, certo? ;)
Beijocas para ti!
Eheheh, MARIA, concordo que quem tem um estabelecimento aberto devia aprimorar a simpatia com os clientes (que até os há bem chatinhos, diga-se em abono da verdade!), mas também não é preciso exagerar... :D
ResponderEliminarFizeste-me lembrar um fulano que conheci, que de vez em quando tinham de o agarrar, pois passava-se dos carretos e queria dar umas bolachadas aos clientes. Felizmente, já não tem loja aberta ao público... =))
Mesmo assim, dispenso o beija-mão, mas que me fez rir, lá isso é certo! :))
Beijocas!
Olha, EMATEJOCA, não estou habituada ao beija-mão, nem de amigos nem de ninguém! Daí ter achado piada a esta... :))
ResponderEliminarIsto é o que dá não ter amigos vienenses, eheheh!
Continuação de bons passeios para ti! :)
Eheheh, PSIMENTO, é verdade que já passei por lá depois deste episódio, mas que não pretendo voltar a estender a mão ao homem também é certo! :)
ResponderEliminarNem acho especialmente chique, mais kitsch! Quer dizer, faz sentidos em certos meios, que não são aqueles em que circulo habitualmente... Na tasca dos caracóis ainda menos, mas que me fartei de rir, podes ter a certeza! :D
Beijocas!
a minha avó lembrava-se de os miúdos lhe beijarem a mão, como faziam a todas as pessoas da idade dela (quando ela era nova). ria-se sempre muito a contar porque lembrava-se dos putos todos ranhosos a besuntarem as mão todas... blhéc. confio que não tenha sido o teu caso =))
ResponderEliminarAh, felizmente não, MOYLITO!
ResponderEliminarMas esse beija-mão familiar teve uma época, suponho que tanto aqui como no Brasil, em que as crianças iam beijar a mão de pais ou avós, como cumprimento. Mas já não sou desse tempo, eheheh! :))