Há muito, muito tempo, numa vila distante dos confins do mundo... (OK, não foi assim há tanto tempo e o local distava apenas 420 quilómetros da capital do país, trata-se apenas de conferir algum mistério à pequena historieta) uma mulher aproveitou uma brecha nos céus diluvianos para visitar a feira semanal e comprar alguns alimentos frescos na praça. Acabadas essas voltas típicas de quem se encontra em férias com muito tempo disponível, verificou que os sacos das compras - carregados de frutas, vegetais, enchidos e até uns berbigões de aspecto delicioso - estavam pesados demais para regressar a casa sem empanar as costas.
Viera a pé até ao mercado, para desfrutar da paisagem acinzentada pelas nuvens que cobriam o céu, sentir o cheiro característico da terra molhada e da maresia, apreciar o festival das flores que enfeitavam janelas, varandas e jardins, aqui e ali tirando algumas fotografias de caminho. Decidiu então sentar-se numa esplanada do largo principal e telefonar ao marido para a vir buscar de carro. Assim ficou combinado, mas ele ainda iria demorar alguns minutos, pelo que entretanto pediu um refresco e um bolo de arroz. Repimpada, vendo os pombos esvoaçando junto à fonte secular ou debicando algumas migalhas pelo chão, apercebeu-se de algum movimento na mesa ao lado: um sexagenário brandia o jornal para enxotar os bichos das redondezas, enquanto a mulher que o acompanhava comia. Indignou-se! "Credo, não há mesmo respeito pelos animais neste país!", pensou, sem se manifestar.
O empregado trouxe o seu pedido, desenrolou o papel que envolvia o bolo e começou a comê-lo lentamente, ao mesmo tempo que retomava a leitura do seu livro. Um pombo veio debicar o papel que estava no prato em cima da mesa. Deixou-o sossegado! Mas depois surgiu outro e mais outro. O frenesim dos bichos instalara-se ali e aos seus pés, onde todos lutavam pelas escassas migalhas que caíam. A concentração desaparecera: de repente via-se rodeada de pombos por todos os lados! Levantou-se, ainda com metade do bolo na mão, o livro largado numa cadeira à toa. Ouviu rir atrás de si, um homem gesticulava demonstrando como se afastava aquela bicharada. Mas a batalha ainda não chegara ao fim - agora esvoaçava perto dela um outro de olho vermelho mais atento, embicado na tentativa de lhe retirar dos dedos a "fatia" mais grossa e desejada. Nunca lhe passara pela cabeça entrar numa guerra, muito menos no meio do pombal. Rendeu-se!!! Depositou o objecto tão ambicionado pelas frenéticas criaturas numa mesa vazia e as lutas desenfreadas prosseguiram, noutras paragens...
MORAL DA HISTÓRIA: Os pombos têm um grande sentido de orientação... para bolos de arroz!
post-scriptum - esta era a história para ti, Licas, mas como já puseste as restantes participações a votação, fica para a próxima! (escusado será dizer que voto à mesma, amuanços não moram por aqui... só que ainda não as li. Ah, claro, também não tinha foto própria para ilustrar!)
Viera a pé até ao mercado, para desfrutar da paisagem acinzentada pelas nuvens que cobriam o céu, sentir o cheiro característico da terra molhada e da maresia, apreciar o festival das flores que enfeitavam janelas, varandas e jardins, aqui e ali tirando algumas fotografias de caminho. Decidiu então sentar-se numa esplanada do largo principal e telefonar ao marido para a vir buscar de carro. Assim ficou combinado, mas ele ainda iria demorar alguns minutos, pelo que entretanto pediu um refresco e um bolo de arroz. Repimpada, vendo os pombos esvoaçando junto à fonte secular ou debicando algumas migalhas pelo chão, apercebeu-se de algum movimento na mesa ao lado: um sexagenário brandia o jornal para enxotar os bichos das redondezas, enquanto a mulher que o acompanhava comia. Indignou-se! "Credo, não há mesmo respeito pelos animais neste país!", pensou, sem se manifestar.
O empregado trouxe o seu pedido, desenrolou o papel que envolvia o bolo e começou a comê-lo lentamente, ao mesmo tempo que retomava a leitura do seu livro. Um pombo veio debicar o papel que estava no prato em cima da mesa. Deixou-o sossegado! Mas depois surgiu outro e mais outro. O frenesim dos bichos instalara-se ali e aos seus pés, onde todos lutavam pelas escassas migalhas que caíam. A concentração desaparecera: de repente via-se rodeada de pombos por todos os lados! Levantou-se, ainda com metade do bolo na mão, o livro largado numa cadeira à toa. Ouviu rir atrás de si, um homem gesticulava demonstrando como se afastava aquela bicharada. Mas a batalha ainda não chegara ao fim - agora esvoaçava perto dela um outro de olho vermelho mais atento, embicado na tentativa de lhe retirar dos dedos a "fatia" mais grossa e desejada. Nunca lhe passara pela cabeça entrar numa guerra, muito menos no meio do pombal. Rendeu-se!!! Depositou o objecto tão ambicionado pelas frenéticas criaturas numa mesa vazia e as lutas desenfreadas prosseguiram, noutras paragens...
MORAL DA HISTÓRIA: Os pombos têm um grande sentido de orientação... para bolos de arroz!
post-scriptum - esta era a história para ti, Licas, mas como já puseste as restantes participações a votação, fica para a próxima! (escusado será dizer que voto à mesma, amuanços não moram por aqui... só que ainda não as li. Ah, claro, também não tinha foto própria para ilustrar!)
não apanhaste peste negra? quer dizer, a protagonista não apanhou peste negra? já que os pombos são ratazanas com asas :D
ResponderEliminare para bombardeamentos anais em roupa clara...
ResponderEliminarOlá Amiga
ResponderEliminarVenho só reforçar o que ontem disse : Ainda está a tempor de mandar a História de Férias.
Eu é que me antecipei, porque para mim ontem foi dia 30 de Setembro..... Esta PI não perdoa.
Desculpe-me e envie por favor a história.
Beijinhos
Licas
Esta é terror mesmo, Teté. E depois ainda há quem se assuste duma simples aranha. Hihihi! (`_^) (Moral da estória: Não como mais bolos de arroz em esplanadas.)
ResponderEliminarAndam sempre atras de migalhas...E do que possa encher o bandulho...
ResponderEliminarMas também ser o alvo dessa guerra por comida não é nada fixe!
:)
Tadinho dos animais.
Bjks
Bem cozidinhos até que marcham, por exemplo numa canja com hortelã.
ResponderEliminarMas os borrachos são mais tenros. Bons para assar...
Engraçado é que há uns tempos, fui com a mãe da dreams ao hospital de santa maria e os pombos, de vez em quando, entravam no bar e tentavam comer qualquer migalha que estivesse no chão.
ResponderEliminarBeijinhos!
Nós aqui temos um passarinho de estimação que entra no café apanha as migalhas e saí conforme entrou e já ninguém diz nada.
ResponderEliminarMas a propósito de sentido de orientação se alguns seres humanos tivessem o mesmo.....hihihih
Beijokitas
Ratazanas com asas, dizes bem, MOYLITO! Eu... quer dizer, a personagem não apanhou nenhuma maleita, que a evolução da história foi mais rápida do que parece... 8-o
ResponderEliminarClara ou escura, VÍCIO, que os bichos não me parecem esquisitos... ;;)
LICAS, sem problema, como já disse! Não fazia sentido mandar a historieta quando a votação já tinha começado. Fica para a próxima! :)
Beijinhos, amiga!
Descrever a situação demora mais tempo do que a cena em si, SUN! Aranhas, pfsss, bichinhos amorosos, comparativamente... (`_^)
ResponderEliminar(tentar comer um à socapa dos pombos, deve parecer estranho à malta em redor... ihihih!)
Fixe não é de certeza, MYLLANA! :)
Beijocas!
Ui, REIZÃO, as tuas receitas culinárias continuam absolutamente tentadoras... :))
É, MATCHBOX32, os pombinhos são assim um bocado para o devoradores de tudo o que apanham a jeito... :D
ResponderEliminarBeijinhos!
Já vi pardais fazerem o mesmo em esplanadas, PARISIENSE, mas não chegam muito próximo das pessoas. Os pombos são bem mais atrevidos! ;)
Por acaso esse sentido de orientação para guerras até há quem tenha, basta mudar o "bolo" para outro local e o conflito segue noutro território... :S
Beijokitas!
Fazem pela vida, é o que é!
ResponderEliminarE estragam a dos outros, não é, PAULOFSKI? ;)
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