Há muitos anos que não sigo telenovelas - chateei-me principalmente com as constantes trocas de horários, ao sabor das lutas por audiências - esta não é excepção. Ou seja, é mais ou menos, porque a minha irmã e a minha mãe seguem o "Caminho das Índias", portanto quando jantamos juntas, em férias e não só, o capítulo da novela não pode faltar. Na verdade, mesmo só vendo um por semana ou coisa, não se perde o fio à meada...
Como sempre o enredo gira à volta de amores, ciúmes, traições, quiproquós e crimes para todos os gostos, esta tem a peculiaridade de focar alguns temas da cultura indiana, nomeadamente os casamentos arranjados pelas famílias dos noivos desde tenra idade, numa sociedade que aparentemente ainda dá muita relevância à casta a que cada um pertence. A telenovela está nos últimos capítulos (já há 15 dias, mas pronto!) e mais uma vez mudou de horário. Então, para não interromper o entretenimento das "meninas" com um telefonema de permeio (e levar a respectiva corrida em osso), há dois dias que vou mantendo a televisão acesa. Claro que, entretanto, acabo por ver algumas cenas.
Hoje, não estava a perceber patavina de uma: supostamente o marido de Maya morre (já se está mesmo a adivinhar que não, que existem para lá uns fios trocados), os homens da família trazem para casa o cadáver embrulhado nuns lençóis, a esposa desgostosa é chamada perante todo o círculo familiar e duas mulheres começam a dar-lhe reguadas nos pulsos. Qu'é isto? Querem ver que vai ser enterrada com o falso marido?! Nada disso! Esposa de defunto não pode usar jóias, de modo que lhe estavam a partir e a retirar as pulseiras e os anéis dos dedos. Cheia de sorte, ainda assim, que as orelhitas ornamentadas com aparatosos brincos escaparam da violência... Há tradições e costumes que não lembram a ninguém, não há?! Muito menos no século XXI...
Como sempre o enredo gira à volta de amores, ciúmes, traições, quiproquós e crimes para todos os gostos, esta tem a peculiaridade de focar alguns temas da cultura indiana, nomeadamente os casamentos arranjados pelas famílias dos noivos desde tenra idade, numa sociedade que aparentemente ainda dá muita relevância à casta a que cada um pertence. A telenovela está nos últimos capítulos (já há 15 dias, mas pronto!) e mais uma vez mudou de horário. Então, para não interromper o entretenimento das "meninas" com um telefonema de permeio (e levar a respectiva corrida em osso), há dois dias que vou mantendo a televisão acesa. Claro que, entretanto, acabo por ver algumas cenas.
Hoje, não estava a perceber patavina de uma: supostamente o marido de Maya morre (já se está mesmo a adivinhar que não, que existem para lá uns fios trocados), os homens da família trazem para casa o cadáver embrulhado nuns lençóis, a esposa desgostosa é chamada perante todo o círculo familiar e duas mulheres começam a dar-lhe reguadas nos pulsos. Qu'é isto? Querem ver que vai ser enterrada com o falso marido?! Nada disso! Esposa de defunto não pode usar jóias, de modo que lhe estavam a partir e a retirar as pulseiras e os anéis dos dedos. Cheia de sorte, ainda assim, que as orelhitas ornamentadas com aparatosos brincos escaparam da violência... Há tradições e costumes que não lembram a ninguém, não há?! Muito menos no século XXI...
BOM FIM DE SEMANA!!!
Foto da net.
Pois, que a viúva não use jóias, nem saia mais da casa (de festa, entenda-se, à missa pode ir), que vista roupa preta e rosto pálido. Isso vê-se ainda cá. Século XXI, sim, não para todos.
ResponderEliminarÉ, SUN, parece que ainda existe muita gente a viver no século XV...
ResponderEliminar«Como sempre o enredo gira à volta de amores, ciúmes, traições, quiproquós...»
ResponderEliminarmuito bem, até há novelas sobre o teu blog, muitos parabéns :D
no século XVI, logos nos inícios, Afonso de Albuquerque, o "Terríbil", o "Leão dos Mares", que era governador da Índia - não Vice-rei como por vezes dizem - proibiu que nos funerais indianos a esposa fosse cremada juntamente com o marido, como os papa-chamuças faziam há séculos. curiosamente, ou talvez não, apesar desta e doutras ingerências - hoje muito politicamente incorrectas - na cultura local, quando morreu, a consternação foi geral junto dos nativos que viviam nos territórios portugueses e o funeral dele teve dezenas de milhar de pessoas, obviamente indianos na sua maioria.
tens toda a razão, não é por uma cultura ser muito antiga e ter, obviamente, alguns aspectos absolutamente extraordinários, como é o caso da cultura indiana, que devemos aceitar todas as suas práticas. as declarações dos direitos humanos, etc., deviam ser mesmo universais, independentemente dos remoques dos intelectuais que gostam de abanar a bandeira do racismo e do totalitarismo cultural eurocentrista.
[acordei agora e estava fresquinho, desculpa a extensão :D]
bom fim de semana
Há costumes muitos loucos nesse nosso mundo.Vai lá entender. Mas é sempre bom saber sobre cultura e a novela termina por mostrar isso. Além do ator que por acaso é bem jeitoso :P
ResponderEliminarBom fim de semana
Bjks
Pffff disfarça, pensas que m'inganas?? hihihihi Telenoveleira!!!!
ResponderEliminarenxofre
Novelas! E viste aquela que começou no verão e que se chama "Escutas ou não"? teve um desenvolvimento no outro dia às 8 horas. Mas também não adiantou grande coisa... LOLOLOLOL!
ResponderEliminarBeijinhos!
Pois, MOYLITO, apesar de tudo muitas mulheres devem ter ficado agradecidas ao Afonso de Albuquerque essa ingerência. :)
ResponderEliminarNão é que elas fiquem grande coisa quando enviuvam (pelo que entendi são consideradas "a mais", ainda hoje em dia), mas pelo menos ficam vivas...
Não sou por uma cultura eurocentrista (que, aliás, acho um erro crasso quererem à viva força implantar democracias por todo o mundo, porque na Europa e na América se considera ser o sistema mais justo), mas tem limites no que respeita aos direitos humanos. Em muitos lados as mulheres continuam a ser seres tratados 10 furos abaixo de cão, e isso acho inadmissível!
Estamos no século XXI, não no XV! :g
Os actores da Globo são fantásticos, MYLLANA! :)
ResponderEliminarNão sei a qual deles te estás a referir, que há lá vários bem giraços, mas nesta especificamente o leque de actrizes parece-me mais forte. À excepção de Tony Ramos, o protagonismo delas parece-me maior.
Acaba por dar uma breve resenha da cultura indiana, sim, mas com este costume não concordo de todo!
Beijokas! :D
Mas eu gosto de telenovelas, DIABBA, qual é a dúvida?!
Se as deixei de seguir foi pelas razões mencionadas! Mainada!!! Oh pra mim preocupada com essa de telenoveleira... :e
Beijocas enxofraditas!
Xi, mas essa novela tem um enredo muito manhoso, MATCHBOX32! Nem sempre o que é nacional é bom... :))
Beijinhos!
Amiga Teté
ResponderEliminarAs suas Crónicas são uma delícia e plenas de interesse. Bem podiam ser publicadas em diários ou semanários onde escrevem (?) uns rapazotes de cabelo em pé ou umas psicólogas desempregadas mas filhas de papá.
Relativamente à telenovela, claro que vejo mas apenas uns bocadinhos. Normalmente estou em frente ao computador e a Tv está ao lado. Vou ouvindo e quando aparece a voz duma daquelas atrizes boas com'ó milho então sim, chego a cadeira para trás e dou a espreitadela.
Sempre que me desloco à baixa de Lisboa visito a Igreja de S. Domingos, a que ardeu quando eu era miúdo e lá andava na catequese. E lembro-me sempre dos fundamentalismos. Porquê? Porque embora não concorde, obviamente, com eles, há casos ainda em que, por exemplo: vestidos compridos e burkas deveriam ser obrigatórios, sim! Então está um indivíduo sentado na última fila de bancos a ouvir uma música gregoriana e a tentar meditar e não é que estão constantemente a passar diante dos seus olhos mulheres descascadinhas e tão apetitosas... Não há guru que se aguente na concentração.
Vou continuar a ler as suas delíciosas histórias e crónicas que também são uma delícia e com as quais já me distraí, pois já devia ter ido à Padaria, rsrs
Bom fim-de-semana.
Beijinhos
António
Pois, também penso como tu em relação aos horários das novelas e fico fula com a estratégia usada pelas televisões. Começam por aliciar os telespectadores com uma mostra, geralmente em horário aceitável e logo que captam a nossa atenção, mudam para horas impróprias.
ResponderEliminarA maior parte das vezes desligo a televisão, nem que seja pelo protesto, o que confesso poucas vezes fiz com a novela "Caminho das Índias. É a única que acompanho, mas tenho gostado bastante.
Embora imagine que a Índia actual já não seja isso, é de facto impressionante o que se fazia em nome da "tradição e costumes de um povo"! A novela gira à volta de interesses, tramas, intrigas e mentira, e vale tudo para "manter os costumes", mas no fim a verdade acaba por obrigar a cedências e surge uma Índía mais tolerante e mais branda nesses costumes tão macabros.
Dou comigo a magicar no trabalho de pesquisa que deve ter exigido à autora e no trabalho difícil e certamente dispendioso dos cenários. Mas tenho gostado de acompanhar e muito.
Jinhos
ummmmm...
ResponderEliminarpois... mas nem sei o que é pior, partir artefactos ou andar de preto...
tradições que vão passando ou não... é bom haver os localismos...
abrazo serrano
Finalmente, ao ler este post percebi porque é que a Maya posou em cuecas para a FHM. Foi porque o marido morreu. Assim também eu!
ResponderEliminarPois eu não vejo novelas ou raramente, mas conheço as historias de tanto ouvir 40 galinhas a falarem no bar lá do meu PT ( posto de trabalho).
ResponderEliminarE por mero acaso vi o episódio dessa novela sexta á noite em casa de amigos e que a tv estava ligada.
Infelizmente isso ainda acontece na Índia e em muitos países do médio Oriente e que é bem pior do que isso.
Isto só prova que a religião levada ao extremo tem mais poder que qualquer regime politico.Não há ditadura que consiga fazer pior.
Bom domingo.
Beijokitas
lool eu acompanhei essa novela quando estava em casa dos meus pais... além de os costumes estarem completamente detorpados a novela é extremamente reaccionária !
ResponderEliminar:)
bjs
teresa
Ah, amigo ANTÓNIO, desculpa mas ainda me ri: então as raparigas é que são umas descaradas que vão à Igreja só para atazanar a vida aos pobres rapazes, que SÓ querem meditar e ouvir cantos gregorianos?! Pois! =))
ResponderEliminarSabes que já houve tempos em que até um simples tornozelo era mirado com deslumbramento pelos "meditantes", não é?! Tudo depende dos olhos de cada um... :D
Não sei se o que se passa na telenovela espelha a realidade indiana actual, mas que aquela cena me arrepiou, sem dúvida!
Beijinhos e bom feriado! :)
PASCOALITA, a técnica televisiva é sempre a mesma: começam por dar as telenovelas às 10 da noite, quando o público já está cativado, adiam o horário para as 11 ou meia-noite! Entretanto, gramas com o telelixo (gosto desta palavra, que valeu o despedimento de João Carreira Bom no "Expresso"), se quiseres ver o seguimento ou o final... :P
Continuo a achar uma grande falta de respeito pelos espectadores, daí ter desistido de seguir! Sempre gostei das telenovelas brasileiras (das portuguesas nem tanto), mas o tempo de ficar presa à espera do capítulo seguinte já passou... ;)
Como só esporadicamente vejo esta, nem faço a menor ideia se a cena que me impressionou tem qualquer relação com a realidade actual! Espero bem que não, embora num livro recente tenha lido sobre a facilidade com que os "acidentes" acontecem com mulheres viúvas... "pesos-mortos" para todos os familiares!
Concordo que o trabalho de pesquisa deve ter sido enorme, mas não tenhas pena da autora, que tem lá pessoal para a ajudar a tratar do assunto! :)
Jinhos, nina!
Ora aí está uma frase com a qual não concordo, MIXTU! É bom haver localismos? Mesmo que ultrapassados e contra as regras mais básicas dos direitos humanos?!
ResponderEliminarVestir de preto (ou branco, no caso da cultura indiana) é como o outro, cada um segue ou não essa tradição! Mas as pessoas não têm direito de pensar pela sua própria cabeça? :h
Abraço citadino!
Não sei se terá sido bem por isso, PREDATADO, cheira-me mais a conta bancária! :))
Mas antes ela semi-nua numa revista, do que as outras a sofrerem pancadas porque o marido morreu... :p
Xi, PARISIENSE, depois de ouvires 40 galinhas ainda tiveste pachorra para vir ler o meu cacarejar?! :))
ResponderEliminarAté aí também já percebi: o fim de um capítulo repete no dia seguinte, no início do outro!
Já o Marx dizia que "a religião é o ópio do povo"! Cheio de razão, obviamente, pelo menos no que respeita a fundamentalismos... :e
Beijokitas e bom feriado!
Não tirei isso a limpo, TERESA: Se é a telenovela ou os costumes indianos que são reaccionários... ;)
Por mim, prefiro que seja a telenovela! :)
Beijocas!