domingo, 16 de setembro de 2007

LIVROS PARA SEMPRE

“Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria. Deve certamente haver outras maneiras de se salvar uma pessoa, senão estou perdido.”

Almada Negreiros (1893-1970)

Não podia estar mais de acordo, mesmo sem entrar numa livraria. A nossa biblioteca tem cerca de 1139 livros, sem contar com livros escolares e os do filhote, a grande maioria dos quais foram lidos, mas alguns suspeito que nunca chegarei sequer a folhear. Todos os familiares e amigos sabem que adoro ler, todos me oferecem livros e, não me perguntem porquê, acham que o gosto pela leitura é proporcional ao volume do mesmo. Noção errada, como é lógico! E ele é com cada calhamaço... O que interessa realmente é o seu conteúdo e temática, que até aí sou um pouquinho esquisita - a preferência vai para policiais, romances, sátiras, comédias e alguns históricos, raramente pego noutros géneros. Ficção científica e políticos, nunca! Amo poesia, mas nunca a leio por atacado, porque me parece ser necessário saborear os seus versos, para perceber o significado e o sentimento que o poeta pretendeu transmitir...

Bom, mas como o tempo é insuficiente para ler tudo quanto nos chega às mãos, nunca faço fretes: se um livro não me agrada, nas primeiras 20 ou 30 páginas, largo e parto para outro. Está na moda, a crítica é genial? Pois, mas felizmente somos todos diferentes e cada um tem a sua própria capacidade de entendimento, de emoção e de análise. Nos livros, como nos filmes, na música e na própria vida.

Entretanto, e ainda a propósito de livros, a minha amiga Su – amiga virtual, note-se, que como já referi, não conheço pessoalmente ninguém que reside nos quiproquós favoritos – pediu-me para lhe fazer um comentário sobre um livro que ambas adorámos: “A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Zafón. Para ela colocar numa rubrica da sua Teia de Ariana, denominada “Fora da Prateleira”, o que fiz com imenso prazer. Para quem nunca leu e esteja interessado em saber mais um pouco sobre esta obra fantástica da moderna literatura espanhola, então... é dar lá uma espreitadinha!

Uma boa semana para todos!

22 comentários:

  1. Entrei aqui por intermédio da rubrica da Su: "Fora da Prateleira" e gostei de ler estas tuas palavras.
    Partilho de alguns dos teus pontos de vista. Também não gosto de ler poesia assim de seguida, pois causa-me confusão nos sentidos.
    Quanto aos géneros, acrescento mais um... ficção científica. Tenho uns quantos em casa, que de certeza te conseguiam deixar rendida a eles. :)
    Quanto ao livro de Zafón... que poderei mais acrescentar... deixou-me maravilhada.
    Um abraço e boas leituras

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  2. Poesia por atacado seria imperdoável...tal prática um desrespeito contra o sagrado das emoções via palavras! O que geralmente faço é abrir um livro de poesia assim ao acaso e ir lendo e depois "pesco" mais um poema e depois outro e mais outro e, quando me dou conta, já li o livro...assim por acaso...de um modo leve, agradável e ao sabor do destino das palavras.
    Porque existe um chamamento na poesia.
    Já me deu para fazer uma contagem dos meus livros mas desisti. Existem e a maior parte deles é com tanto gosto meu, são mais um membro familiar! Quase! O livro é uma das minhas prendas preferidas para oferecer e de receber...quem me conhece já o sabe!
    Já conhecia essa citação de Almada Negreiros e não poderia estar mais de acordo com ele...nem vale a pena pensar muito nessa questão e ir fruindo o simples gosto de ler...que é um grande prazer.

    Beijinhos grandes aqui deste lado.

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  3. talvez pela razão que falas eu leia tão pouco!
    não tenho fama de leitor e por isso é raro oferecerem-me livros, comprá-los é um tiro no escuro porque tal como tu dizes, a critica pode ser boa mas nós somos nós e temos a nossa "critica" que nem sempre é igual!

    mas se começo um livro e me prendo vou até ao fim bem depressa!

    PS: porque disseste ao turco "Vai-te catar"? eheheheh

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  4. Não podia estar mais de acordo com o Alamada Negreiros e com a Tété. Subscrevo. No que respeita a géneros livrescos, acho que sou de fases! Gosto imenso de boa ficção cientifica (lógico, LOL), mas não vou muito à bola com policiais...adoro romances históricos, narrativa poética, fantasia, ficção cientifica, um ou outro romance, criticas e satiras sociais, etc, etc. Adoro Arturo Perez Reverte, gabriel garcia marques, luis sepulveda, marion zimmer bradley, paul auster, josé rodrigues dos santos (que é, acima de tudo, um excelente comunicador)...enfim, e outros cujo nome não fixei...não tenho um preferido.
    Também tenho essas sensações nas bibliotecas tecnicas...a primeira vez que entrei numa tive umacrise de existencialismo, por me ter apercebido que nunca iria poder saber tudo, e o quão dificil seria escolher o que poderia saber...

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  5. Nunca te ofereceram nenhuma obra (no sentido intestinal do termo) da Margarida Rebelo Pinto?
    Ouvi dizer que as cores dos livros dela conjugam muito bem com qualquer sofá...

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  6. mil e quantos livros? Acho que não sei contar até tanto...

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  7. Eu ainda só vou em 400...LOLOLOL, metade de agora, metade da adolescencia e infancia (e só falo dos "grossos", que não tive muitos dos outros, pois os grossos é que me interessavam). E fora os da minha mãe que já li.

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  8. Não faço ideia quantos livros tenho em casa. São muitos, todos eles lidos e relidos (excepto as farpas), mas não chegam nem nunca chegarão.

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  9. Bem-vinda, tonsdeazul!

    Mas sim, devo ter lido prái uns 3 livros de ficção científica, que me foram vivamente aconselhados, até gostei. Mas como há tantos para ler, prefiro outras ondas...

    Repara que não considero o 1984, de Orwell, um livro de ficção científica.

    Boas leituras para ti também!

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  10. É, a poesia também acabo por ler assim...

    Deu uma enorme trabalheira, fazer a listagem de todos os livros (não fui eu que a fiz), mas já não conseguíamos encontrar nenhum, a não ser enciclopédias e dicionários. Como resolvemos fazer uma estante de parede a parede onde coubessem quase todos, a lista foi necessária e imprescindível. Daí saber o número actual, que depois as actualizações são fáceis!

    Cá em casa, felizmente, todos temos o prazer de ler...

    Jinhos, Su!

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  11. Pois, Vício, nos últimos tempos nem tenho lido tanto, à conta da escrita...

    Quanto ao "turco", depois explico! Não quero atrapalhar a brincadeira de ninguém...

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  12. Claro, Vanadis, todos temos fases em que apreciamos mais uns autores que outros. A bem dizer, as leituras aos 15 anos, não são iguais aos 20, nem aos 30 ou aos 40...

    Nos últimos tempos, tenho tentado ler autores que ainda não conheço, onde por vezes se encontram grandes surpresas.

    Dos que referes, não conheço o primeiro e o Paul Auster está aqui em lista de espera...

    Achei piada à citação, mas já não tenho crises existenciais por causa disso!

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  13. Capitão, já sim senhor, mas não consegui passar a tal barreira das 20/30 páginas iniciais, ah, ah, ah!

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  14. 1139, Fausto!

    Olha, tem piada, só agora é que me bateu que é igual à data da declaração de Independência do Afonso Henriques, ah, ah, ah!

    Mas sim, tivémos ajuda do computador e da máquina de calcular...

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  15. Elora, não tenho as Farpas, nem nunca li, embora tivesse em casa dos meus pais. Mas os 14 ou 15 volumes daquilo assustam qualquer um...

    Mas surgem aqui alguns, oferecidos à minha cara metade, que não tenho a mínima intenção de ler: Zita Seabra, Bill Gates, Mourinho, só para dar alguns exemplos...

    Jinhos!

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  16. "se um livro não me agrada, nas primeiras 20 ou 30 páginas, largo e parto para outro. Está na moda, a crítica é genial?"

    Há alguns que se transformam, de súbito, ao fim de 50 ou mais. Mas, como tu, com alguns escritores, cada vez tenho menos paciência para ter paciência. Ou gosto/sinto ou não.


    "Amo poesia, mas nunca a leio por atacado, porque me parece ser necessário saborear os seus versos, para perceber o significado e o sentimento que o poeta pretendeu transmitir..."

    :)


    "“A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Zafón. Para ela colocar numa rubrica da sua Teia de Ariana, denominada “Fora da Prateleira”"

    São 3am. Espreito amanhã, que fiquei curioso.


    Gostei muito deste teu último post (e Almada Negreiros é um velho amigo que gostei de reencontrar por aqui).


    Boa semana, para ti também, Teté.

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  17. Eduardo, não expliquei muito bem, pois não?

    A Su não precisa de muletas, mas tem um cantinho, onde recebe participações dos restantes bloguistas. Para falarem dos livros que amaram...

    Não conheço mais nenhum que faça o mesmo! Como entretanto existiram por aqui umas mudanças de "casa", pode dar para não perceber...

    Boa onda é a dela, acredita!

    Todas as horas são boas para me responderes, com isso não te preocupes! Se estiver a dormir não bate nenhum sininho na cabeça, posso não responder logo, mas respondo mais tarde...

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  18. Não, não... eu é que não me fiz entender. Não era por favor que ia/vou espreitar. ;)

    Gosto muito de livros. Às vezes passo décadas sem ler mas depois devoro 2 Ulysses num dia e mando um email ao Joyce para mandar cá para baixo mais 4.

    Só por isso que fiquei curioso.

    E já costumo, de quando em vez, visitar o Leitura Partilhada - um blog de alguns amigos meus do Bookcrossing. É agradável.

    Por isso, obrigado pelo apontar.

    :)

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  19. Poesia, sou como dizem aqui, de vez em quando vou espreitando. Não é qq poeta que me chama a atenção. Nem consigo ler de empratada. Até hoje, poucos foram os que me chamaram a atenção, entre eles O Pessoa, a Espanca e, mais recentemente, o Poeta Poente.

    Também nãp considero o 1984 ficção cientifica. É mais critica e sátira social. É uns Maias projectados no futuro!

    Tete, o arturo escreveu a tábua de flandres, o cemitério dos barcos sem nome, o pintor de batalhas, a rainha do sul, o hussardo. Estes dois ultimos são os meus preferidos.
    Do paul auster o meu preferido é o Timbuktu...fartei-me de chorar!!!!!

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  20. Eduardo, ora aí está um que não consegui ler, porque não estava a entender patavina. O Ulysses do Joyce, quero dizer.

    Esse tal Leitura Partilhada tem bom aspecto... Tens lá nos teus favoritos?

    Jinhos e boa semana para ti!

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  21. Vanadis, obrigada pelas dicas sobre os livros do Arturo. Da próxima vez que for à livraria, hei-de dar uma espreitadela...

    O que tenho do Auster para ler não é esse: "Loucuras de Brooklyn".

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  22. Não, Teté, não tenho...
    E, por acaso, até me convidaram para daqui uns tempos comentar umas coisas no ciclo Eugénio de Andrade (que farei com muito gosto se andar por cá e tiver tempo). Sou assim: um pouco 'obliviado' por natureza... :|

    Deixo-te o link aqui:

    http://leiturapartilhada.blogspot.com/

    :)

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)