Fico sempre indignada quando vejo mulheres a escreverem que as nossas avós é que tinham uma vidinha refastelada, em casa, a tratar do lar e da família. Que agora todas temos de ser polivalentes em tudo: no emprego, com os filhos, com os pais, agradar ao companheiro (senão ele troca-nos por outra!), bem aperaltadas e sem esquecer as lides domésticas. A queixarem-se de barriga cheia?!
Por ser tão bom é que algumas lutaram arduamente para conquistar direitos essenciais, como o de estudar, trabalhar fora de casa ou o de votar, por exemplo. As mulheres do povo sempre trabalharam de sol a sol. As restantes dependiam da sorte e de um "bom casamento", muitas vezes combinado pelos pais. Se porventura ficassem solteiras ou viúvas, o futuro preconizava-se negro, dependente da boa vontade alheia. Maus tratos, que as adúlteras apanhadas em flagrante pudessem ser assassinadas pelo próprio marido (acto desculpável) ou ainda que, em pleno século passado, todas carecessem da autorização do cônjuge para viajar são meros pormenores "insignificantes"... Independência igual a zero e ponto final!
Analisando as "mágoas" desse mulherio suspirando por tempos remotos (e deseja de volta?), que assegura não ter nada a ver com o feminismo "ai, c'órror! umas tipas a queimar soutiens?!", a onda soa estranha, mais machista do que a de muitos homens. Palavras que alguns certamente gostarão de ouvir, tal e qual canto angelical, até que enfim encontram uma mulher tradicional, pronta a servi-los como um verdadeiro senhor feudal! Será?
Acusem-me de feminista, a ver se me ralo! Prezo demasiado a minha liberdade e independência (relativas, como as de todos nós) para ir em cantigas. Mas, mais que isso, considero que amor, carinho e ternura não se coadunam com subserviência!
Por ser tão bom é que algumas lutaram arduamente para conquistar direitos essenciais, como o de estudar, trabalhar fora de casa ou o de votar, por exemplo. As mulheres do povo sempre trabalharam de sol a sol. As restantes dependiam da sorte e de um "bom casamento", muitas vezes combinado pelos pais. Se porventura ficassem solteiras ou viúvas, o futuro preconizava-se negro, dependente da boa vontade alheia. Maus tratos, que as adúlteras apanhadas em flagrante pudessem ser assassinadas pelo próprio marido (acto desculpável) ou ainda que, em pleno século passado, todas carecessem da autorização do cônjuge para viajar são meros pormenores "insignificantes"... Independência igual a zero e ponto final!
Analisando as "mágoas" desse mulherio suspirando por tempos remotos (e deseja de volta?), que assegura não ter nada a ver com o feminismo "ai, c'órror! umas tipas a queimar soutiens?!", a onda soa estranha, mais machista do que a de muitos homens. Palavras que alguns certamente gostarão de ouvir, tal e qual canto angelical, até que enfim encontram uma mulher tradicional, pronta a servi-los como um verdadeiro senhor feudal! Será?
Acusem-me de feminista, a ver se me ralo! Prezo demasiado a minha liberdade e independência (relativas, como as de todos nós) para ir em cantigas. Mas, mais que isso, considero que amor, carinho e ternura não se coadunam com subserviência!
Carpe diem!
Nem mais, Tetezinha. Mas agora parece que os direitos que tanto (e não só esforço, mas vidas também) custou conquistar (os da mulher, os dos trabalhadores e os mínimos da dignidade humana) estiveram aí sempre caídos do céu. Por não falar das que continuam a morrer às mãos de quem as considera propriedade sua (e pior, elas também se consideram propriedade alheia).
ResponderEliminarEspantam-se das muçulmanas de pano na cabeça e não se espantam das velhas das aldeias de pano e roupas negras da cabeça aos pés?
Vidas, esforço, prisões e clausuras, não é nada, SUN, para quem já nasceu em liberdade! Pfff!
ResponderEliminarDignidade humana? Só se for a própria a estar envolvida, que isso é que não pode ser! O centro é o próprio umbigo!
Muçulmanas ou velhotas da aldeia? Ná, isso interessa pouco, que elas é que têm de tratar da sua vidinha, que cada uma sabe da sua... ARGH!
Fiiuuuu, quando "las chicas" se põem falar de serio destas coisas o melhor e ... Respeitar (e não dizer nada)... Mas ... O tempo nunca voltou para trás...
ResponderEliminarE ainda bem que não, CONDADO!
ResponderEliminarPor muito que algumas agora digam que preferiam ser donzelas do passado... Pois! ;)
Sua feminista dum raio! Antes é que era bom, a malta podia levar amantes para casa e a legítima ainda tinha de servir cházinho. Agora? Ainda é capaz de nos mandar limpar os pés no tapete e tudo!
ResponderEliminarBeijocas!
Concordo com você me gênero,número e grau.
ResponderEliminar:)
Ainda me deparo com algumas situações de machismo ( não comigo!) e fico a pensar: oh meu deus, coitada da senhora.
Dá vontade de dizer : ESTAMOS EM OUTROS TEMPOSSSS!!!!
mas enfim...faz parte para chegarmos a evolução.
Beijokas
Feminista, com muita honra, RAFEIRITO!
ResponderEliminarO bule de chá na cabeça ainda era pouco, para a matrafona que me aparecesse cá em casa como amásia do maridão!
E limpar as botas no tapete é um hábito muito saudável, para quem não quer ter a casa toda patinhada... :D
Beijocas!
Dá vontade de dizer isso e muito mais, MYLLANA!
Mas a evolução depende de cada uma... ou um, não é verdade? :)
Beijokas!
Deixo um aplauso, Teté, é bem verdade o que escreveste!
ResponderEliminar"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades."
:)
apoiadíssimo. não sei como ainda é ossível discutir estes assuntos nos dias de hoje. mas infelizmente muitas mulhures são culpadas disso, ao aceitarem a subserviência.
ResponderEliminarbj
Teté, assino por baixo. Que experimentem viver como no "antigamente", nem sabem o que dizem, de tanto que têm. Nem sabem que muitas mulheres até a vida deram por elas, para que hoje sejam livres e possam dizer todos os disparates. Num homem ainda se vai desculpando algumas posições mais machistas, no final de contas defendem a posição deles, que tolamente, pensam estar ameaçada, mas vindo de mulheres não se admite. Foi para serem fúteis que as sufragistas lutaram? Gostariam elas de serem consideradas propriedade do homem?
ResponderEliminarNão sabem do que falam. E, francamente, eu tenho medo das gerações futuras, poucas são as que têm consciência do seu papel como mulheres activas e com voz na sociedade.
Umas ainda arreigadas a preconceitos, outras dominadas pelo medo, outras ocas. Mas não é por isso que se deve baixar os braços. Por isso me consideram rebelde, coisa que nem sou. O que não tenho é medo de ser quem sou e dou-me por muito feliz em ser privilegiada, pois nasci numa época em que pude estudar, escolher a profissão que queria e assumir os meus fracassos e vitórias pessoais.
Beijinhos
Isabel
Assim não vais para o céu...
ResponderEliminaro melhor para essas mulheres, que falam dessa maneira sobre as avós, era haver a possibilidade de lhes mostrar ao vivo e a cores essa vida! faze-las passar por isso.
ResponderEliminarÀs vezes esqueço-me de responder, Teté. É difícil entrar no meu blog porque está demasiado sobrecarregado de imagens. Já pensei em apagar algumas, mas os comentários ficavam eliminados e isso não o quero fazer. Também não tenho pachorra para abrir outro só com os selos e os comentários. Um já dá que fazer, mas as imagens sucedem-se compulsivamente, lá isso é verdade.
ResponderEliminarBeijinho
É ASSIM MESMO. GRANDE MULHER!!!!!!!!!!!
ResponderEliminartenho um conjunto de boas soluções para esse pessoal todo. não são muito originais mas funcionam :)
ResponderEliminarIsso não é ser feminista, homens e mulheres deveriam ter os mesmos direitos desde sempre.
ResponderEliminarBeijinhos linda :)
Olá Teté
ResponderEliminarEspero que tenhas percebido que o meu comentário ao post anterior era jocoso ...
Coitado do Darwin, que tanto se esforçou por fazer vingar a sua teoria...
Eu apenas quis brincar com o facto de todos atirarem a culpa para os outros, sem nunca concluirem, como tão bem dizes, que a culpa é de todos e que enquanto TODOS não mudarmos, o mundo não muda e mais feminista, menos feminista, mais combativa, menos combativa,todas queremos o nosso lugar ao sol e aquirirmos o Amor e a Tranquilidade, sendo iguais pelo menos na Felicidade, o que pressupõe, ter um lugar e voz na sociedade.
Beijinhos
Licas
voltar para trás que nem caranguejo??? é que nem pensar!! posso ter cara de parva mas garanto que não sou!!
ResponderEliminarvidinha boa?? haviam de a experimentar para verem o que é bom para a tosse, nem mucossolvan em dose tripla a curava
Claro...So acho que a mulher se sobrevalorizou e deixou a casa para trabalhar, é bom, é pois, mas, tem de trabalhar lá fora e lá dentro e o chefe continua sempre com os mesmos deveres de antigamente, agora até é melhor, vai pro café com a malta e so vem na hora de jantar e a muié já está estafada há muito..é so isso que acho mal, mas, cada uma que se amanhe como puder, porque muitas não gostam de estar em casa (eu, pessoalmente, adoro estar em casa e fazer o que me apetece...)e muitas têm de leva ros filhso ao infantário e o chefe fica na cama ananar que entra mais tarde e ela vai de autocarros...enfim, isto anda às avessas e não aproveita a ninguém..
ResponderEliminarBeijinho..amor é amor e entreajuda e tudo o que é feito a dois...laura..
Então não?? que bom que era o tempo voltar para trás... termos dor-de-dentes e não haver anestesia, sermos vesgos e não haver óculos, dar-nos uma dor de barriga e não haver wc (sim, é muito mais moderno do que as pessoas pensam)... carambas... como eram bons os velhos tempos!!
ResponderEliminarhihihihihi
enxofre
Infelizmente a Independência igual a zero ainda existe no globo e não é em poucos sítios :S
ResponderEliminarOlá Tété, desculpa só agora vir agradecer a visita, mas hoje com o dia das mentiras caí que nem um patinho, e não abri o computador por causa de um vírus na Internet__________________que estupidez, eu bem desconfiei, mas foram tão convincentes cá em casa, porque também acreditaram, e só agora abri.
ResponderEliminarNova postagem no OUTROS SORRISOS (desafio)
Beijinhos
Isabel
Hummm... RICARDO, já passaste por aqui, não já?!
ResponderEliminarClaro que até o Camões sabia isso... :)))
Subservência, alancar com todo o trabalho no lombo e depois queixarem-se de coitadinhas que são, S.G.!
Mais machistas que muitos homens, digo eu! ;)
Beijoca!
Pois, ISABEL, que os homens tentem ficar no "bem-bom" atirando todas as tarefas para cima da mulher é uma coisa. Que elas alinhem e depois venham com o choradinho do coitadinhas que são, é outra!
Pior, é que vi outras mulheres a concordar com a "teoria". E só pensam que teriam uma vida de marquesas, rodeadas de múltipla criadagem, nunca se lembram que podiam ser uma dessas criadas, que ainda tinha casa, marido e filhos para cuidar, sem quaisquer direitos!
Somos privilegiadas por nascer numa época em que podemos decidir sobre a nossa vida, com as vitórias e fracassos inerentes! Quem não dá valor a isso, também não percebe muito do que fala!
Beijinhos!
Não vou para o céu, REI, mas também não deixo que a minha vida se transforme num inferno... :)
ResponderEliminarEra pô-las numa máquina do tempo, VÍCIO, e passarem 24 horas na Idade Média ou assim! Aposto que abria algumas mentalidades... :D
Pronto, OK, ainda bem que não acontece só comigo, ISABEL!
Mas também não é o único blogue que tenho dificuldade de abrir (cerca de 3), suponho que deve ser pelo mesmo motivo... ;)
Beijinhos!
Não digo amén a tudo o que leio, se não concordo digo, RODERICK! :)
Muitas das mulheres que dizes reclamarem, são apenas inconscientes e provavelmente terão falta de assunto.
ResponderEliminarMuito provavelmente queriam estar em casa mas sem dispensar a Bimby, porque não sabem estrelar um ovo, ou a senhora que lhe passa a ferro e que vai lá a casa dar um jeito algumas vezes por semana.
As mulheres antigamente não só faziam tudo isto sem ajuda, como para por pão na mesa tinham de colaborar como o marido e trabalhavam tão duro como ele. Eram umas heroínas. Que me desculpem as de hoje, mas não se lhes comparam.
Beijocas
Ah, já conheço algumas dessas tuas soluções, MOYLITO! :D
ResponderEliminarMuito eficazes, por sinal! :)
Querer direitos iguais entre homens e mulheres é ser feminista, sim, CAPRICCIO!
Claro que há posturas mais radicais (como em tudo), mas nessas não alinho! :)
Beijoca, nina!
Percebi, sim, LICAS!
O que me aborrece é que algumas destas mulheres, na sua maioria jovens, não percebem que as avós não tinham voz em matéria nenhuma, as únicas palavras de ordem que tinham era obediência e sujeição - ao pai, ao marido ou a outros membros masculinos da família. E claro que algumas tinham sorte e uma vida pacata, mas nem todas, não é? Muitas fartavam-se de trabalhar e direitos não tinham nenhuns!
Beijinhos!
Também acho que sim, ESCARLATE.DUE, umas 24 horas em regresso ao passado e curavam de vez essa tosse... quando voltassem! Nem precisavam de xarope! :)
Vida refastelada em casa!
ResponderEliminarOlha, chama-me nomes... tudo o que queiras.. mas passei o dia em limpezas e te digo.. refastelar foi coisa que não me aconteceu, pelo menos hoje... :(
Daí a minha simpatia por aquelas que ficam no lar... tão sem valor, mas com tanto que fazer! E sem ganhos!
Ai, dói-me tudooo :p
Beijocassss sua, sua Feminista! ;))
Olha, LAURINHA, a maioria dos homens que conheço (não estou a falar da geração da minha mãe, obviamente) ajuda em casa e não é pouco, também mudou a fralda aos filhos, levou-os e foi buscá-los à escola sempre que necessário.
ResponderEliminarSe há quem habitue mal os parceiros e alanque com todas as tarefas domésticas no lombo, além de trabalhar fora, bom, depois queixa-se porquê? É evidente que cada um sabe de si, mas depois não venham com choradinhos... ;)
Beijocas, nina!
Oh, oh, DIABBA, se eram bons, com essas e outras nuances que ninguém se lembra!
Eh, eh, eh, a minha avó ainda guardava uma tina metálica onde os pais dela tomavam o banho semanal, embora ela já tivesse uma banheira com uns pezinhos... :)
Em termos de medicina, não havia cura ou alívio para quase nada, só os mais fortes sobreviviam.
Mas desses "pormenores" estas mulheres não se lembram... ;)
Beijoca enxofrada!
Tens razão, LOPESCA! Mas aí, quem a tem, devia dar especial valor a ela, não é? Conversas destas não abonam muito sobre os que pensam que independência e liberdade são pequenos pormenores... ;)
Ah, BC, nessas já não caio! :D
ResponderEliminarO desafio seguirá a seu tempo, tal como prometido à Isabel (do blogue Artista Maldito)...
Beijinhos!
PINOKA, conheci mulheres que faziam tudo e outras que não faziam nada, tal como ainda conheço hoje em dia.
A única barbaridade é dizerem que mulheres sem direitos estavam melhor que hoje, como se antigamente tivessem sido todas umas marquesas... endinheiradas!
Liberdade é bom e eu gosto! E mainada! :D
Coitadinho, TÁ-SE BEM!, ainda consegues teclar, com tanta dor? :)))
E feminista podes chamar-me todos os dias, que não afino, tenho uma vaga ideia porque é que foi associado a queima de soutiens e não a uma luta pela igualdade de direitos na sociedade (que em casa, cada um sabe de si!)
Beijocas e as melhoras para ti! :D
Concordo plenamente!
ResponderEliminarÉ urgente lutar por qualquer direito, no entanto é tembém preciso perceber quais os deveres que isso acarreta.
As mulheres precisavam desta Liberdade, mas não só a Independencia junto do pai e do marido, mas uma Liberdade de espirito.
Foi uma altura e uma forma de fazer as coisas bastante fervorosa, em que se exigiu direitos iguais, "igualdade de direitos", pois isso era o que se conseguiria...estavam lá elas a pensar em diversidade ou que os homens conseguiriam ver além disso.
Hoje precisamos de uma nova luta e, de fazer perceber a muitas mulheres que o desejável é a diversidade, a diferença. Sim!mulher e homem são diferentes, e sim, representam diferentes papeis (e não muda de um dia para o outro, é genético (porra)).
Isto tudo para dizer que precisamos avaliar as diferenças e conferir direitos/deveres consoante estas...E isto não serve só para F/M ...
.:S
Que a minha avó tinha uma vida melhor do que a minha lá isso tinha, Teté!
ResponderEliminarEla tinha 5 criadas!!! ... E eu sou a criada muito mal paga da família Hoffbauer.
De resto tens toda a razão, Teté, naquilo que escreves. A luta continua, pois ainda há muito a fazer para melhorar a situção da mulher no mundo inteiro. Tenho muito orgulho de ser feminista!!!
Beijocas da amiga de longe!
É urgente lutar por todos os direitos, S.A, que obviamente também englobam deveres!
ResponderEliminarA liberdade de espírito muitas ainda não têm, mas um dia chegará!
E nada de contestar a diversidade genética entre homens e mulheres - que ainda bem que existe - mas parece-me estar mais que na hora que todos acordem para estarmos em pleno século XXI, sem que ninguém suponha que o seu destino é ser capacho alheio! (quer dizer, pelo menos em países considerados democráticos)
;)
Pensavas que estava a brincar, EMATEJOCA?!
Também tenho orgulho em ser feminista, neste sentido de lutar pela igualdade de direitos!
Mas quando umas "meninas" armadas em esquisitas vêm dizer que as avós viviam melhor - obviamente, há casos pontuais - sempre gostaria de saber se todas são descendentes da aristocracia, para achar que iam ter uma vida de "lords".
Independentemente das "origens", cada uma traçar o seu futuro, conforme imaginar (mesmo que com erros de caminho), parece-me bem melhor!
Beijocas, amiga distante! :)*