terça-feira, 25 de maio de 2010

EM AÇÃO!

Já está em ação uma formação obrigatória para jornalistas, que dentro em breve vão passar a escrever segundo as regras do acordo ortográfico de 1990. Outras se seguirão, em empresas públicas ou privadas, no ensino será mais tarde. Em 2015 entrará totalmente em vigor.

Nos "bons velhos tempos" - como alguns teimam em apelidar os primeiros 74 anos do século passado - foram aprovadas várias reformas neste domínio, para actualizar a língua viva, conforme os seus falantes se pronunciavam. A primeira em 1911, surgindo outras em 1931, 1945 e 1973. A de 1945 foi acordada com o Brasil, ninguém se indignou por isso. Apesar de sempre se levantarem algumas vozes discordantes, passaram a vigorar sem grande preocupação das populações em geral.

Actualmente, os "iluminados" da escrita são tantos como os treinadores de bancada ou da sofazada lá de casa. Podem não saber alinhavar duas linhas seguidas sem dar inúmeros erros ortográficos ou gramaticais, inventar novos léxicos, usar estrangeirismos, suprimir acentos ou hífens! Ah, foi erro de digitação, o teclado estava marado ou as pressas. Oh, pra mim, a acreditar... A liberdade e a democracia têm destas contradições, muitos dos grandes opositores ao "novo" acordo ortográfico (um acordo com 20 anos não é velhinho, quase a cair da tripeça?!), mal sabem escrever e nunca se deram ao trabalho de o ler. Mas são contra!

Ah e tal que estou armada em doutora?! Nada disso, também dou erros, tal como toda a gente. E vou ter várias dúvidas, mas nem por aí gostaria de voltar aos arcaísmos da escrita do século XIX. A língua é viva e sofre alterações constantes. E com tantos problemas mais prementes em Portugal e no mundo, não me parece que seja um C, que não se lê, que motive as minhas ações. (leia-se "causas", que das bancárias estou sem!)


Imagem da net.

13 comentários:

  1. Last but not least, ontem perguntaram como se escrevia pára-choques (pára choques ou párachoques, ou as mesmas versões sem acento?), também fiquei a apanhar bonés!

    Mas não será assim tão difícil aprender algumas novas alterações ortográficas... :D

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  2. também não sou nenhum iluminado e nem li o acordo mas do que pude ler sobre o acordo não concordo por achar que nos vai levar a um afastamento da escrita de línguas que são as mais faladas a nível mundial.
    as consoantes mudas são usadas, por exemplo, no inglês e ao elimina-las vamos distanciar a nossa escrita desse inglês para ficarmos a escrever como o brasileiro que eu considero um atentado quando dizem que é português.

    quanto ao teu comentário... descobri a resposta! escreve-se com duas separadas e lê-se mamas :D (e podem ser acentuadas)

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  3. Vou continuar a escrever como até aqui - mal.
    Como já disse 578 vezes, quero que o acordo ortográfico-comercial se f...
    Os brasileiros que se divirtam com ele.

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  4. Cá em casa discussão com a Vanessa por causa de eu não aceitar as regras do novo acordo ortográfico da língua alema.
    Na blogosfera contigo pela mesma causa, mas da língua portuguesa.
    Eu sei que, a língua é viva e sofre alterações constantes. Também não quero escrever como no tempo de Goethe ou de Camões.
    Contudo "ações" só com um C dá-me arrepios na espinha - confesso, eu detesto a língua brasileira, quer falada quer escrita!!!

    Saudacccccções de Düsseldorf!

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  5. Vou tentar otimizar tal obrigação. No me gusta,pero ...
    E vai custar muito entrar em ação!
    Não escrevo mais nada porque me estou a arrepiar!
    Beijinho Tété

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  6. Costuma-se dizer: “burro velho não aprende línguas”. :))
    Não que me considere burro ou velho, mas sim mais, distraído e com a desvantagem de não escrever em word com corrector, mas directamente nos comentários dos posts, muitas vezes à pressa e quase sempre sem rever o que escrevo (boa desculpa para os meus erros ortográficos ! :)) )
    Acresce ainda o facto de nesta forma de comunicação, em geral, não se valorizar muito
    a ortografia (em geral, fecham-se um bocado os olhos).
    Lembro-me que quando fiz a 4ª classe, quem desse 4 erros no ditado de exame, substancialmente extenso, não passava na instrução primária !...
    Hoje facilita-se muito. Mesmo na imprensa escrita se encontram muitos erros gramaticais e nas TV´s se ouvem muitas “calinadas”. :))
    .

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  7. ... ainda por cima, escrevo que me farto (o que aumenta o risco) !...
    Tenho que começar a reduzir os comentários a dus ou três linhas :))))

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  8. Are you brincating to me, VÍCIO? O inglês é das línguas mais simples de aprender, não tem parecença nenhuma com o português. Quer queiras ou não, os brasileiros falam português, que a origem da língua é comum, mas cerca de 2 séculos após a independência tornaram patentes bastantes diferenças. Mas nada que não se resolva, eles também vão ter algumas alterações, nomeadamente porque ainda usavam muito o trema (tal como nós, originalmente, eheheh)!
    E claro que não era a esses "pára-choques" que me estava a referir... :D

    Por acaso, REIZÃO, deves ser dos poucos bloguistas a quem nunca detectei um erro... :))
    Opiniões todos temos, por vezes discordantes! :p

    Oh, EMATEJOCA, ainda me ri contigo: saudações não têm C antes do Ç! (nem antes, nem depois do acordo) Por essas e por outras é que se simplifica ao cortar as letras que não se lêem, especialmente para os miúdos que começam a aprender a ler. Já nos casos em que se lê, por exemplo Acto, Facto, Ficção, Rapto, etc. mantêm-se as duas grafias (embora ache que no Brasil também escrevem/dizem rapto). :)
    A Vanessa parece ter muitas opiniões semelhantes às minhas, na língua alemã certamente também será necessário fazer alguns ajustes de ortografia de vez em quando... ;)
    Saudações, amiga!

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  9. Já não volta atrás, KIM! E mais, já chateia tanta polémica ao longo de 20 anos, porque não são assim tantas as palavras alteradas. Claro que todos ainda vamos escrever acção durante uns tempos, mas o facto dos jornais começarem a usar as alterações em breve, vai fazer com que daqui a uns 5 anos já quase ninguém se lembre como se escrevia antes do dito acordo! Vais ver que os arrepios passam depressa... :D
    Beijinhos!

    Oh, RUI, tirando aqueles velhinhos mesmo já muito antiguinhos, toda a gente vai aprender rápido, até porque não são assim tantas as alterações: uns hífens a menos (quase ninguém já escrevia fim-de-semana, por exemplo, nem me parece que façam muita falta), alguns acentos a menos também e cortar as tais letras que não se lêem (e nesta palavra parece que também sai o acento, mas pronto). Acrescentar o K, W e Y ao alfabeto faz todo o sentido, até já era incorrectamente usado para falar de teorias de autores com nomes com essas letras (p.e. o idealismo kantiano). Não iam chamar Cant ao homem, não era? =))
    Os erros no jornalismo devem-se muitas vezes a estagiários novinhos, que não tiveram essa tal de 4ª classe em que se chumbava com 4 erros no ditado. Não sei se ainda é assim, mas houve uma época em que nem ditados se faziam, prós meninos não ficarem traumatizados com os seus próprios erros... ~xf
    O corrector dá jeito para os tais erros de digitação, mas também é muito chato, por vezes sublinha palavras correctas, lá nos suscita dúvidas e ida ao dicionário... :))

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  10. não concordo. sou um purista diletante nesta matéria. por mim ainda escreveríamos como no século XVII/XVIII, já que escrita mais elegante é difícil.

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  11. E estás no teu direito, MOYLITO! O que me faz mais confusão é que toda a gente ache ridículo escrever pharmacia, prohibido, annuncios e outras palavras dessas, e depois andar a discutir durante 20 anos uma nova alteração...

    "Lo que queda es lo seguro.
    Señor, venga acá ese esprito!"

    escrevia Gil Vicente, n' "Os Autos das Barcas" (com tradução paralela, para a malta entender!)

    Mas enfim, não te sabia tão vicentino... :D

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  12. ahahahha, boa tentativa mas o Gilito é quinhentista ;)

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  13. Sim, MOYLITO, e daí?! Nessa época não havia reforma ortográfica, mas no século seguinte já tinham mudado, mesmo sem ela...

    "Humildes, pobres cousas, como eu sou
    Dor acesa na nossa escuridade...
    Sou, em futuro, o tempo que passou -
    Em num, o antigo tempo é nova idade."
    Teixeira de Pascoaes, 1898, verso de "Sempre"

    Encontrei na net, mas lembro-me de em miúda ter lido um poema do autor numa aula, que não percebi muito bem.

    Mas se nunca se devia ter mudado, não devíamos voltar à fala do Afonso Henriques e da Tareja? :D

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)