Desde criança que assisto a uma prática corrente na sociedade portuguesa (talvez também exista em outras...), que me irrita bastante: a mania do pessoal gamar pequenos objectos que lhe surjam pela frente, como se fosse mero jogo do "gato e do rato".
Vizinhas gabavam-se dias a fio dos caramelos que surripiavam nas tiendas de Badajoz, colegas de liceu exultavam por terem aumentado a sua biblioteca sonegando uns quantos livros dos escaparates na Feira de Lisboa, quatro companheiros da viagem de finalistas foram detidos em Londres, por fanarem uns anéis de pechisbeque, caixas de fósforos e um guarda chuva, num grande armazém. A polícia londrina já na época não brincava em serviço, eles não voltaram com a malta, foram extraditados para Lisboa com um carimbo no passaporte de "personna non gratta"!
Ao longo dos anos já vi de tudo um pouco: rolos de papel higiénico que desapareceram da casa de banho do café de bairro, copos, chávenas, pratos, cinzeiros, bases para copos, saleiros e pimenteiros de bares, restaurantes e discotecas, muitos deles abandonados pelo caminho, que o objecto em si não é relevante. E ainda há quem orgulhosamente faça questão de referir que os copos lá de casa são todos desiguais, porque é um verdadeiro artista do gamanço!
No Algarve, recentemente, observei a proprietária de um restaurante/esplanada completamente passada, porque um grupelho foi lá beber umas imperiais enquanto a filharada comia uns gelados, quando saiu faltava um copo na mesa. Queria ir atrás deles, que ainda estavam bem visíveis no horizonte, os colegas é que a seguraram, que afinal era só um, num recente grande jantar de advogados tinham desaparecido 18! E ela, ainda irritada com a cena, contou que uma moça amiga, a trabalhar como empregada de quarto num hotel de 5 estrelas da zona, estava a fazer colecção de colheres de café (daquelas todas GT, com uma curvinha para pendurar na chávena), porque as encontra frequentemente, após os veraneantes abandonarem o hotel: já tem quase uma dúzia! Mas o que é que esta gente tem na cabeça?!
Post-sriptum - consta que, em tempos, um ministro português (pós 25A) tentou sair de um avião levando consigo a mantinha que lhe aqueceu as pernocas na viagem em primeira classe, desculpou-se dizendo que pensava que era oferta... e o caso ficou por aí! Ou mais ou menos, que da gozação ninguém o livrou...
Vizinhas gabavam-se dias a fio dos caramelos que surripiavam nas tiendas de Badajoz, colegas de liceu exultavam por terem aumentado a sua biblioteca sonegando uns quantos livros dos escaparates na Feira de Lisboa, quatro companheiros da viagem de finalistas foram detidos em Londres, por fanarem uns anéis de pechisbeque, caixas de fósforos e um guarda chuva, num grande armazém. A polícia londrina já na época não brincava em serviço, eles não voltaram com a malta, foram extraditados para Lisboa com um carimbo no passaporte de "personna non gratta"!
Ao longo dos anos já vi de tudo um pouco: rolos de papel higiénico que desapareceram da casa de banho do café de bairro, copos, chávenas, pratos, cinzeiros, bases para copos, saleiros e pimenteiros de bares, restaurantes e discotecas, muitos deles abandonados pelo caminho, que o objecto em si não é relevante. E ainda há quem orgulhosamente faça questão de referir que os copos lá de casa são todos desiguais, porque é um verdadeiro artista do gamanço!
No Algarve, recentemente, observei a proprietária de um restaurante/esplanada completamente passada, porque um grupelho foi lá beber umas imperiais enquanto a filharada comia uns gelados, quando saiu faltava um copo na mesa. Queria ir atrás deles, que ainda estavam bem visíveis no horizonte, os colegas é que a seguraram, que afinal era só um, num recente grande jantar de advogados tinham desaparecido 18! E ela, ainda irritada com a cena, contou que uma moça amiga, a trabalhar como empregada de quarto num hotel de 5 estrelas da zona, estava a fazer colecção de colheres de café (daquelas todas GT, com uma curvinha para pendurar na chávena), porque as encontra frequentemente, após os veraneantes abandonarem o hotel: já tem quase uma dúzia! Mas o que é que esta gente tem na cabeça?!
Post-sriptum - consta que, em tempos, um ministro português (pós 25A) tentou sair de um avião levando consigo a mantinha que lhe aqueceu as pernocas na viagem em primeira classe, desculpou-se dizendo que pensava que era oferta... e o caso ficou por aí! Ou mais ou menos, que da gozação ninguém o livrou...
Nesta minha viagem à Turquia também trouxe um copo de Raki do restaurante, mas antes pedi a um amigo turco que o pedisse ao dono. :) Estes surripianços não contam, pois não?! :p
ResponderEliminarNão, não tenho desses hábitos e se tivesse com certeza não me gabava!
Beijocas
Também me irrita solenemente. Um país onde não entendem adistinção entre honestidade e desonestidade
ResponderEliminarserá que tenho de parar de contar as minhas aventuras de infância quando ia à fruta dos vizinhos?
ResponderEliminarHahahaha,e eu que pensava que essas coisas só aconteciam desse lado de cá!Qual nada!Vim atraída pelo cheiro desse café...huuummmmmmmm...
ResponderEliminarTeté muitíssimo obrigada por lembrar dessa miúda brasileira e bem soteropolitana,amei,amei.Vim cá deixar um cheiro meu pra ti e registrar que és mais que especial.
Beijos!!!
:))))))))))))))))
Comentário ao post scriptum:
ResponderEliminarEra o primeiro voo do ministro? Se calhar era novo nessas andanças.
;)
Realmente, também não consigo compreender isso. Será um hino à preguiça?
ResponderEliminarPor exemplo, nessas "hortas urbanas" que há em volta de Lisboa, os vegetais estão sempre a ser roubados... mas se perguntares àqueles artistas que passam os dias inteiros encostados às paredes nos bairros ali à volta se querem ter uma horta e comer o que produzem, arranjas uma batalha campal!
Beijinhos!
os portugueses são assim, é para dar um bocadinho de emoção às suas vidas, de outro modo, patéticas.
ResponderEliminarInfelizmente também já tive colegas de viagem assim...a sorte deles é que o fizeram sem eu ver!!!
ResponderEliminarbeijocas
não percebo aquela tua pergunta "o que têm na cabeça"
ResponderEliminarnunca visitaste um galinheiro?? e nunca viste aquelas coisinhas que estão lá pelo chão?? tipo... caca de galinha
Nada a ver, TONS DE AZUL! Em tempos, também gostei imenso de um cinzeirito de um bar/discoteca, perguntei ao empregado se podia comprar, ele ofereceu-mo embrulhado e tudo! :))
ResponderEliminarNunca entendi porque é que as pessoas se gabam dessa espécie de "façanhas"... :-/
Beijocas!
O mais curioso, TERESA DURÂES, é que quase todas estas pessoas se diziam católicas fervorosas, não achavam roubo (ou furto, melhor dizendo!), apenas uma "brincadeirinha"... :p
Nada disso, VÍCIO! Uma coisa é ser miúdo e estar pendurado numa árvore a comer os frutos dela, outra é esta idiotice de "fanar" qualquer coisa que esteja por perto... só porque dá "pica"! :p
Querida KÀTIA, até abri o parêntesis, porque sei que esta tendência existe noutros países. Um colega, italiano, do meu marido gaba-se de gamar objectos em casas para as quais é convidado, sem pedir licença a ninguém. (já lhe disse que cá em casa esse fulano não entra!)
ResponderEliminarBeijinhos e cheirinhos para ti, nina soteropolitana! :))
Bem-vinda, MIM!
Não, não era, ele é que imaginava que sendo ministro podia apanhar tudo que lhe viesse à mão... (ou, pelo menos, essa é a minha interpretação!) ;)
Para quê, MATCHBOX32?!
Se vão lá gamar as alfaces e as couves, à borliu, para que é que se deviam dar ao trabalho de cultivar a horta urbana? "Intelectualóides" estão acima dessas coisas ou, pelo menos, eles assim se consideram... :p
Desculpa que te diga, MOYLITO, mas patéticas são as pessoas que não vivem sem estas "emoções" mesquinhas de enganar o empregado do bar... ~xp
ResponderEliminarInfelizmente, também já passei por isso, GATINHA!
Daí ser cada vez mais esquisita com companheiros de farras, que a estas cenas não acho piada nenhuma... só me apetece dar-lhes marteladas na tola! :-w
Beijocas!
Por acaso, ESCARLATE.DUE, estava mesmo a pensar numa expressão brasileira muito semelhante: "titica de galinha"! ;)
LOOOOOOOL, há com cada mafarrico...
ResponderEliminarnao e preciso pedir desculpa. imaginei que tinha ficado subentendidonque era dessa gentinha que falava ;)
ResponderEliminarPodes crer, VANI! Gente que nem meio neurónio tem... :p
ResponderEliminarAh, agora entendi, MOYLITO! (às vezes a hora tardia faz com que as respostas não sejam as mais adequadas, sorry!) :)
Uma vez quando era criança (mesmo pequena) nos tempos em que as mães ainda levavam a cesta para as compras.. coloquei (inocentemente ~w) um chocolate na cesta.. quando fomos para caixa a minha mãe não reparou no chocolate, mas quando chegámos a casa e ela viu, obrigou-me a devolver o chocolate e pedir desculpa ao dono da loja... foi muito traumatizante, de modo que nunca mais mexi em nada :s
ResponderEliminarBeijoooo
Há males que vêm por bem, TÁ-SE BEM! :))
ResponderEliminarMesmo uma criança inocente deve ir aprendendo a não ser "amiga do alheio"... ~w
Beijooocas!!!
ps - essses "traumas" passam, a aprendizagem fica... :)
Creio que já todos cortamos uma flor de planta alheia. Um puxão de orelha com as devidas palavras servem bem de lição.
ResponderEliminarOs cleptomanos normalmente são guiados pelo impulso de roubar pequenas coisas sem grande importância, no desejo simples de ter o prazer de roubar. Piores são aqueles que nos roubam à descarada, os tais de colarinho branco. É um fartar vilanagem.
Não estava a falar de cleptomania, nem a ladrões (que também os há!), nem de crimes de gente de colarinho branco, PAULOFSKI! :p
ResponderEliminarMuito menos de putos a comerem frutos de uma árvore alheia ou a colherem uma flor para oferecerem à mãe! ;)
Refiro-me a gente que acha divertido (e emocionante!) gamar umas coisas para levar para casa, mesmo que depois não veja interesse nenhum no objecto! Será um parafuso a menos? :h