O último livro de John Grisham publicado em Portugal tem a particularidade de divulgar crimes contra o ambiente que decorrem há cerca de 30 anos nos estados da Virgínia e do Kentucky, nos EUA - a impunidade da atuação das grandes empresas carboníferas que exploram a zona, destruindo montanhas uma após outra, arrasando o arvoredo e atirando a lama resultante da lavagem do carvão encostas abaixo, o que acabou por poluir os rios e fontes de água natural, provocando doenças graves tais como o cancro. E porque é que eles fazem isso? Pois, está claro, é o velho capitalismo na sua pior faceta, na ganância desenfreada das empresas gerarem mais lucro e mais rápido extraindo o carvão do cume em vez das anteriores minas subterrâneas, e munindo-se de advogados especialistas na matéria, subornando fiscais, polícias e juízes, tornando impossível que a população local empobrecida consiga meios para os combater judicialmente. Mais, muitos dos mineiros que lá trabalham têm as mãos e os pés atados, correndo o risco de perder os únicos empregos existentes na região.
É esta a história absolutamente espantosa em pleno século XXI, que serve de pano de fundo ao relato de Grisham. Devidamente romanceada, já se vê, em forma de thriller empolgante. E só por essa denúncia, já valia a pena lê-lo.
O ponto que considerei mais negativo no livro foi a fraca protagonista, Samantha Kofer. uma promissora advogada que trabalhava numa grande firma de NY e que acabou por ser despedida, na sequência do escândalo financeiro de 2008. Para manter a hipótese de regresso à firma aceita um estágio não remunerado nessa zona dos EUA e é aí que conhece a dimensão do problema. Mas é um bocado indecisa e legalista demais, até para quem usa e abusa de golpes baixos, pelo que não provoca grande empatia com o leitor. Ou, pelo menos, com esta leitora...
O ponto que considerei mais negativo no livro foi a fraca protagonista, Samantha Kofer. uma promissora advogada que trabalhava numa grande firma de NY e que acabou por ser despedida, na sequência do escândalo financeiro de 2008. Para manter a hipótese de regresso à firma aceita um estágio não remunerado nessa zona dos EUA e é aí que conhece a dimensão do problema. Mas é um bocado indecisa e legalista demais, até para quem usa e abusa de golpes baixos, pelo que não provoca grande empatia com o leitor. Ou, pelo menos, com esta leitora...
Citação:
"Perdemos cerca de seiscentas montanhas nos últimos trinta anos para as minas de superfície e, a este ritmo, não devem restar muitas. A procura do carvão está a aumentar, o preço está em alta, por isso as empresas apresentam cada vez mais pedidos de licenças para iniciar novas explorações."
Uma escrita muitíssimo interessante, Teté.
ResponderEliminarBoa semana.
Um escritor muito empolgante mesmo, OBSERVADOR! :)
EliminarBoa semana também para ti!
Um livro sério portanto
ResponderEliminarQuando li, não li bem o título e pensei que era outra a montanha LOL
Blog LopesCa/Facebook
O tema é sério, o livro é de ficção, LOPESCA. Mas aqui dá ideia que oescritorescreve esta história para denunciar este escândalo ambiental.
EliminarSó li um romance de John Grisham, mas vejo na TV todos os filmes baseados nos seus romances.
ResponderEliminarSemana feliz com boas leituras, Teté!
Nos últimos tempos tenho lido vários, EMATEJOCA, só passo ao lado alguns que já vi em filme, que não gosto de ler depois de ver... ;)
EliminarObrigada e igualmente!
Este vai para a lista, mesmo.
ResponderEliminarSabes que existe o dono de uma mina estado-unidense afirmando que não limpa as escórias derivadas da mineração porque Jesus está para chegar muito em breve ? Se fosse coerente , então deveria parar a laboração, pura e simplesmente!
Beijinhos
Pelo que li no livro, SÃO, aquela gente é mesmo a pior escumalha à face da Terra. E hipócritas, ainda por cima!
EliminarJá li dois ou três livros dele. Faz tempo. :)
ResponderEliminarEu gosto muito, LUISA! :)
EliminarMuito em breve vou “regressar” aos livros de John Grisham. Há alguns que ainda não li.
ResponderEliminarHá alguns que não vou ler, CATARINA, pois vi os filmes e lembro-me bem deles. É o caso de "A firma" e "Tempo de matar". Este último então é particularmente marcante... ;)
EliminarVou registar sugestão para próxima ida a Fnac ou Bertrand, obrigada :)
ResponderEliminarum beijinho e uma boa semana
Gábi
É para contrabalançar as boas sugestões que me tens dado, REDONDA, e que me têm feito poupar alguma massa... :)
EliminarBeijoca e boa semana!
Registo a sugestão.
ResponderEliminarPara procurar adquirir aqui na Livraria Portuguesa.
Beijocas
Nem sabia que havia um livraria portuguesa em Macau, PEDRO. E tem muita saída? ;)
EliminarBeijocas
Finalmente, parece que consegui recuperar a concentração e o interesse pela leitura. Tenho muito para recuperar e, para recomeço, estou a ler o prémio Leya de 2015 " O coro dos defuntos".
ResponderEliminarAinda bem que recuperou o gosto pela leitura, CARLOS, que é sempre uma vantagem para "viajar" nos tempos livres... :)
EliminarEsse ainda não li!