Não vi o filme, que aliás só está indicado para o Oscar de melhor atriz (Rosamund Pike, no papel de Amy Dunne), mas o livro é, no mínimo, surpreendente e inquietante.
Dividido em três partes, a primeira intitula-se "Rapaz perde rapariga" e é estruturado como páginas de diário em alternância: o casal Nick e Amy vai celebrar o seu 5º aniversário de casamento e essas primeiras páginas servem para nos dar conta do seu passado, por vezes a raiar a monotonia - ambos perderam o emprego e o cancro da mãe de Nick determina a mudança do casal de Nova Iorque para uma pequena cidade do Missouri, igualmente sem grandes oportunidades de trabalho. Até que no dia do 5º aniversário, Amy desaparece misteriosamente de sua casa, tudo levando a crer que sem ser por sua livre vontade: há sinais de luta, o ferro de engomar está ligado e a investigação policial revela que o chão da cozinha foi limpo, mas que foi lá derramado sangue de Amy. E nestas coisas, já se sabe, o principal suspeito é sempre o marido. No entanto, apesar de algumas incongruências, eventualmente resultantes de pontos de vista diferentes, somos levados a acreditar que o casal se dava bem. Tal como os pais de Amy afirmam perante a imprensa, sobre aquilo que puderam observar ao longo dos anos.
A segunda e a terceira parte seguem num crescendo, cada vez mais emocionante e elucidativo, mas o próprio leitor não quer acreditar que a escritora Gillian Flynn praticamente os enganou "à grande" na primeira parte. Isto porque também é difícil acreditar em tanta maldade, mesquinhez, espírito vingativo, egocentristo e manipulação, tudo dentro da maior disciplina e aparente simpatia. Será isto um(a) psicopata? Sem dúvida. Resumindo: 511 páginas, cujo final não se adivinha e que dificilmente satisfaz. O final, porque a partir de certa altura o livro torna-se absorvente, deixando o leitor numa dúvida (quase) permanente. E mais coisa menos coisa esta foi a opinião que todos os membros do Clube de Leitura tiveram na discussão. Unanimidade a 100% só em relação às capas (são duas) que todas achámos horrorosas. E é curioso que é raríssimo falarmos de capas...
Citações:
"A minha mãe sempre disse aos filhos: se estão prestes a fazer uma coisa, e querem saber se é má ideia, imaginem vê-la impressa em papel para toda a gente ver."
"Com a Internet, o Facebook, o Youtube, já não há júris imparciais. Adeus tábua rasa. Oitenta ou noventa por cento de um caso é decidido antes de entrar na sala de audiências."
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A próxima sessão do Clube foi agendada para dia 11 de Abril, desta vez com o último livro do escritor português José Luís Peixoto, "Galveias".
Hoje comento a partir do Facebook.
ResponderEliminarPara registar mais uma sugestão de leitura.
Ando a ficar com as leituras muito atrasadas, confesso.
Beijocas
De vez em quando, acontece a todos, PEDRO! :)
EliminarBeijocas
Obrigada pela informação.
ResponderEliminarDepois me dirás de "Galveias "...
Bons sonhos , Teresinha, e beijufas :)
Digo, com certeza,SÃO! Embora não conheça a terra... :)
EliminarBons sonhos e beijocas!
Gosto muito, mas do José Luis Peixoto. Este não conheço-
ResponderEliminarSó li dois de JLPe também gostei, TIMTIM TIM. Espero que este não fique atrás... :)
Eliminar~ ~ Gosto de livros absorventes...
ResponderEliminar~ ~ Registei. ~ ~
~ ~ ~ Bjcs. ~ ~ ~
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Também eu, MAJO. E mais ainda daqueles que chegamos ao fim e ficamos com pena de ter acabado. Esses são cada vez mais raros... :)
EliminarBeijocas
Um filme que tenho o desejo de ver, mas só acontecerá se passar na TV.
ResponderEliminarQuanto a leituras as minhas andam muitíssimo atrasadas.
Beijinho Teté, tudo de bom.
Por acaso também não sei se o filme ainda vai em cartaz, FLOR DE JASMIM, de modo que também vou esperar que dê na TV.O suspense e o mistério foram-se com a leitura... :)
EliminarBeijocas e tudo de bom também para ti!
Não conheço. As minhas leituras continuam a incidir sobre os livros de Diana Gabaldon. Oitocentas e tal páginas cada livro. Estou a ler o oitavo (e último até agora) da série Outlander! Os protagonistas já fazem parte do meu grupo de amigos! : )
ResponderEliminarImagino que sim, CATARINA, há tantos meses a "lidares" com eles... :)
EliminarVi e escrevi sobre o filme aqui, Teté
ResponderEliminarhttp://cronicasontherocks.blogspot.pt/search/label/No%20escurinho%20do%20cinema
Na altura até arrisquei que Rosemund Pike era uma forte candidata ao Óscar ( hoje já não penso o mesmo)
Gostei imenso do filme, um Fintcher "puro" mas, como me disseram na altura, o filme não tem quase nada a ver com o filme. Não posso opinar, porque não li.
Beijinhos
Gracias pela sua opinião sobre o filme, CARLOS, que não é muito diferente da que tenho pelo livro - "enganaram-nos" propositadamente.
EliminarQuanto ao final, também não sei se é o mesmo. Sem ter visto os filmes, suponho que a Julianne Moore é a atriz mais bem cotada para o Oscar.Pelas razões do costume... ;)
Beijocas
Eu digo que o filme tem muito a ver com o romance.
EliminarNão li este, mas estou a ler Galveias do JLP. :)
ResponderEliminarHummm... depois terás uma opinião mais abalizada sobre o livro, isto se entretanto não escreveres sobre ele, LUISA. :)
EliminarComo eu gostaria de ter tempo para poder ler ao teu ritmo, Teté! Trabalho, casa, blogosfera e ainda vou conseguindo algum tempo para ler, mas nada como já o foi antes.
ResponderEliminarNão vi o filme nem li o livro, mas gosto muito do nosso José Luís Peixoto.
Beijinho e obrigada por estas preciosas informações e sugestões acerca das tuas leituras, que me deixam com vontade de acompanhar!
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Pois, só o facto de não trabalhar fora de casa dá-me uma enorme vantagem para gerir o meu tempo, E mais tempo também, JANITA! :)
EliminarSó li 2 livros do JLP, mas gostei bastante de ambos!
Beijocas
Do José Luís Peixoto li um livro de poemas.
ResponderEliminarLi o romance e vi o filme quando estive no Porto em Outubro.
EliminarGostei, MAS é difícil acreditar em tanta maldade, mesquinhez, espírito vingativo, egocentristo e manipulação.
O final não satisfaz, porque tanta perversidade tinha de ser castigada.
Enquanto que no romance de Isabel Allende, eu tinha uma certa simpatia pelo criminoso, porque compreendi a razão da sua vigança; neste romance tinha vontade de torcer o pescoço à psicopata.
Pois.eu poesia não leio, EMATEJOCA! E não é que não goste de alguns poemas, mas o que gosto mais num livro é a vontade de virar depressa a página e ler mais e mais, frémito que a poesia está longe de ter.
EliminarSe pensarmos bem, os psicopatas são isto mesmo, mas felizmente muitos não têm as capacidades mentais e organizativas desta, daí não se sairem tão bem. E é isso mesmo, numa moral judaico-cristã estamos à espera que haja um castigo... que não vem. Daí sentirmo-nos defraudados! ;)
Sim, de princípio ainda pensei que o casal estava bem um para o outro (só estragavam uma casa), mas depois mudei de ideias:castigo para a psicopata, JÁ!