"Luz na Neve" é um romance peculiar de Anita Shreve, porque nele não se vislumbra a tradicional troca de palavras ou de olhares apaixonados entre homem e mulher (nem outras parecidas, certo?), debruçando-se essencialmente sobre o escarafunchar ou lamber de feridas dos que têm de seguir em frente, após uma tragédia familiar.
Robert Dillon, um arquitecto bem sucedido de Nova Iorque, vive nos arredores da cidade com a mulher e as duas filhas. Nas vésperas de Natal, a mulher decide ir fazer umas compras, levando consigo a pequena Clara, mas ambas perdem a vida num trágico acidente. Amargurado e desgostoso, desiste da sua carreira profissional, vende a casa e parte para destino incerto, arrastando consigo Nicky, que conta apenas dez anos.
"O que é que constitui uma família?, interrogo-me. Sob um ponto de vista técnico, eu e o meu pai formamos uma família, mas essa é uma palavra que nenhum de nós se lembraria de usar. É certo que somos pai e filha, mas o facto de termos feito em tempos parte de uma família que foi destruída, leva-nos a considerarmos-nos agora uma meia família ou a sombra de uma família."
Dois anos depois, ao caminharem nos bosques que circundam a casa isolada de "fim de estrada" onde habitam, encontram uma bebé recém-nascida abandonada na neve, salvando-a de morte certa! De algum modo, esse facto parece ditar um novo rumo na vida de ambos...
"Vem-me à memória a imagem do bebé imóvel na saco-cama. Que teria acontecido se não tivéssemos dado aquele passeio na véspera? Se não a tivéssemos descoberto? Começo a perceber que a sorte é tão aleatória como o azar. Parece nunca haver uma razão - não há qualquer sentido de recompensa ou de castigo. 'Acontece' - muito simplesmente - não há ideia mais incompreensível."
Muito bom e de leitura fácil, embora comovente e a soerguer alguns "fantasmas"!
A próxima sessão do "Clube de Leitura" terá lugar a 26 de Setembro, com o livro "Leite Derramado", de Chico Buarque da Hollanda. Acompanhada pela música do próprio, em perfeita sintonia...
Robert Dillon, um arquitecto bem sucedido de Nova Iorque, vive nos arredores da cidade com a mulher e as duas filhas. Nas vésperas de Natal, a mulher decide ir fazer umas compras, levando consigo a pequena Clara, mas ambas perdem a vida num trágico acidente. Amargurado e desgostoso, desiste da sua carreira profissional, vende a casa e parte para destino incerto, arrastando consigo Nicky, que conta apenas dez anos.
"O que é que constitui uma família?, interrogo-me. Sob um ponto de vista técnico, eu e o meu pai formamos uma família, mas essa é uma palavra que nenhum de nós se lembraria de usar. É certo que somos pai e filha, mas o facto de termos feito em tempos parte de uma família que foi destruída, leva-nos a considerarmos-nos agora uma meia família ou a sombra de uma família."
Dois anos depois, ao caminharem nos bosques que circundam a casa isolada de "fim de estrada" onde habitam, encontram uma bebé recém-nascida abandonada na neve, salvando-a de morte certa! De algum modo, esse facto parece ditar um novo rumo na vida de ambos...
"Vem-me à memória a imagem do bebé imóvel na saco-cama. Que teria acontecido se não tivéssemos dado aquele passeio na véspera? Se não a tivéssemos descoberto? Começo a perceber que a sorte é tão aleatória como o azar. Parece nunca haver uma razão - não há qualquer sentido de recompensa ou de castigo. 'Acontece' - muito simplesmente - não há ideia mais incompreensível."
Muito bom e de leitura fácil, embora comovente e a soerguer alguns "fantasmas"!
A próxima sessão do "Clube de Leitura" terá lugar a 26 de Setembro, com o livro "Leite Derramado", de Chico Buarque da Hollanda. Acompanhada pela música do próprio, em perfeita sintonia...
E a ti, que me tens dado tantos e bons conselhos de livros a ler, desejo muitos dias felizes pela frente, hoje e sempre:
PARABÉNS, TONS DE AZUL!!!
As citações que tiraste são bem interessantes.
ResponderEliminarBeijinhos!
Estive ontem para comprar o Leite derramado ao passar pela Feira (feirinha) do Livro de aqui de Cerveira, mas desisti ao lembrar a pilha que ainda tenho na mesa de cabeceira. Fica para mais adiante. Por enquanto continuo num flutuar lento pela prosa do Mia Couto, irresistindo-me.
ResponderEliminarEspero que tu o acompanhes não só com a música, mas com a cervejola da imagem. Hihihi!
A autora do outro não conheço, mas como tu acho que disseste nalgum momento se não assim na forma sim no fundo: não há vidas que cheguem para tanta leitura. (`_^)
Beijoquita
Ai, e os parabéns a Tons de Azul!
ResponderEliminarE a brincar a brincar, O Xico lá vai dizendo coisas sérias!
ResponderEliminarBeijinhos
Kim
Ou, pelo menos, pretendem ser daquelas que nos fazem pensar do que é passar por um "terror" destes, MATCHBOX32... =((
ResponderEliminarBeijinhos!
Pilha na mesa da cabeceira, SUN?! Tenho prateleira e meia de livros para ler (se bem que alguns, oferecidos, julgo que não vou chegar a tocar-lhes...) (`_^)
Mas disso estou certa: não há vida que chegue para tanta leitura... ;)
Durante a leitura não sei, mas na discussão a cervejola está garantida à partida... :D
Beijoquitas!
E enquanto disser coisas sérias, mesmo em tom de brincadeira, nada se perde, KIM! :a
Beijinhos!
O "Clube de Leitura" é uma excelente ideia! Vislumbramos livros que de outro modo, provavelmente, nem tinha ouvido falar
ResponderEliminarObrigada Teté pela lembrança e pelas palavras. :) Sim apesar do trabalho de fim-de-semana, foi um dia muito bem passado com a família e amigos, que só terminou mesmo à meaia-noite. :)
ResponderEliminarEste parece-me interessante, mas tenho muita curiosidade no "Leite Derramado", de Chico Buarque.
Beijocas
Obrigada Sun Iou Miou! :)
Eu li ainda não a muito tempo um livro dessa autora que agora não consigo lembrar o titulo e que gostei imenso.
ResponderEliminarJustamente são historias reais muito interessantes em forma de romance e de facil leitura.
Beijokitas
ainda bem que avisas sobre os fantasmas!
ResponderEliminareu tenho muito medo deles... ;x
Parabéns à tons de azul!!! :y :a ~xc
ResponderEliminarEpah...acho que não é boa ideia meter-me nessa onda...vou guardar esse livro para uma altura mais descansada e com mais defesas em cimas...;)
Mas se gostaste, li um, cujo tema recai mais ou menos no mesmo, embora não tão dramático e contudo muito crú, que retrata a vida de uma familia. As recordações da mesma viajam ao sabor das lembranças do irmão recém-falecido. Chama-se "Corpo Presente" (de uma escritora irlandesa, Anne Enright) e é o Prémio Man Booker 2007.
"Ao reconstituir o fio de uma traição e redenção através das gerações, este livro mostra como as recordações se transfiguram e os segredos inquinam. Com uma inteligência notável, Anne Enright dá-nos uma perspectiva nova e inesquecível do mundo"
«Uma reflexão poética sobre a memória e os laços que unem três gerações de uma família irlandesa. Onírica, sábia. […] Anne Enright é única.»
«Anne Enright escreveu um livro poderoso, inconveniente e, por vezes, irado. Corpo Presente é um olhar impiedoso sobre uma família enlutada, transmitido numa linguagem franca e surpreendente.»
Agradeço, Teté!
ResponderEliminarMas já jantei...
não conhecia o blog... passarei por aqui
ResponderEliminaro "clube de leitura" afrada-me muito :)
Anda um bicho literario lá no escritório. Duas colegas minhas estão loucas a comprar livros, e já me pegaram. Uma estupidez, pois tambem tenho prateleiras inteiras à espera. Mas hoje, mais dois: a história de Edgar Sawtelle (finalmente apareceu por cá, h´amais de seis meses que andava à espera) e deixei-me seduzir pela Stephanie Meyers, porque já n suporto toda a gente a falar dos crepusculos e luas novas e mai não sei que, e eu sem saber como é.
ResponderEliminarMas agora que vi este, palpita-me que a visita desinteressada que iria fazer amanhã à FNAC , se vai transformar em menos espaço na prateleira de novo...
ah, e troquei com uma colega o CODEX 632 pelo 'Orar, Comer, Amar'...livrei-me do mono. YES! eh ehe eheh
beijinhos
PS: Seria 'A Praia Roubada', Parisiense?
Tens razão, RODERICK, muitos livros nunca chegaria a abrir sem o "Clube" decidir lê-los... :)
ResponderEliminarAinda bem que tiveste um dia feliz, TONS DE AZUL! :D
Também estou curiosa com o livro do Chico, depois conto... ;)
Beijocas!
"A Praia do Destino" é o mais conhecido da escritora, que tem vários livros traduzidos e publicados em Portugal, PARISIENSE!
Não sei se são histórias reais (duvido), mas que podem acontecer na realidade...
Beijokitas, nina! :)
:] Ui, ui, não era para te assustar, VÍCIO! ~xf
ResponderEliminarNão tenho especial preferência por livros sobre famílias enlutadas, VANI, até porque, tal como tu, começo a ir-me "abaixo nas canetas"... =((
Calha um ou outro de vez em quando, esse deixou-me curiosa! Mas com tempo, nada de todos seguidos! Brrrr! :]
Obrigada pela dica, amiga! :)
Então bom proveito, REIZÃO!!! :D
Bem-vinda, TERESA QUEIROZ!
ResponderEliminarO clube de leitura foi uma excelente ideia, mas não foi minha... :)
Tens razão, SAFIRITA, vai por aí uma moda de Stephanie Meyers, que nem imaginas! (a Diabba já leu as 2000 e não sei quantas páginas dos 4 volumes, mas como aquilo mete vampiros, nem me convenceu muito...) :e
A troca não me parece grande coisa (embora não tenha lido o Codex, note-se!), que já li esse "Comer, Orar, Amar" (em Novembro do ano passado escrevi um post sobre ele - esqueci-me de anotar o link, sorry!) e achei um bocado banhada! Mas sempre tem a vantagem de trocar um mono lido por outro não lido, certo? =))
Esta escritora tem vários livros traduzidos para português (escreveu uns 15, mas não sei se todos estão), nas traduções dois têm "praia" no título, o que é estranhíssimo, dado que nenhum título original menciona a palavra (mar, água, surf, ilha, rochedos (?))... :h
Enfim, o costume! :)
Beijocas!
TETE, não podia deixar de te contar a curiosidade e coincidência de ontem :y
ResponderEliminarSabes quem esteve a jantar no mesmo restaurante que eu, ontem, em Loulé???????? 8-o O, mas O Mia Couto!!!!!! :a :a :a
A sortuda da minha irmã é que soube que ele iria estarem Loulé e conseguiu-lhe um autógrafo!!! aiiii a dor de corno que eu tenhooooooooooo! :D E, sabias que o senhor é biólogo??????? chamou colega à minha mana lol :))
E depois ainda nos cruzámos com ele no restaurante. Demos com ele a sair da casinha de banho ahahahahahah! =))
Ah, VANI, o que já me ri contigo e esse encontro à porta da casinha de banho, num restaurante! =))
ResponderEliminarÉ que não dá para pedir autógrafo nessa altura, né? :e
Mas só demonstra que o homem tem bom gosto, que a melhor cataplana que comi na vida foi em Loulé - numa época em que os restaurantes algarvios, desculpa que te diga, serviam umas doses miseráveis - nem anda aí a percorrer os circuitos da moda... :y :a
Cá para mim ele é mais escritor que biólogo, mas fica-lhe bem chamar colega à tua mana! :D
comecei e acabei, de uma assentada, o "Wilt", do Tom Sharpe (verdadeiramente de ir às lágrimas com tanto rir, apesar de, pessoalmente, ter gostado mais do Triunfo do Bastardo) e o "À Procura do Culpado", de James Humphreys (impressionando o facto de ser o primeiro deste autor).
ResponderEliminara história que postas tem muito bom aspecto mas vou agora até à Casa dos Budas Ditosos (sempre quero saber por que foi proibido nalguns supermercados)
MOYLITO, "Wilt" era o livro que o meu marido estava a ler quando fomos de férias há uns largos anos, ainda nem sequer éramos casados ou namorados. E ele tinha ataques de riso pelo meio da leitura e ia explicando a história a meio das peripécias, até lhe pedir para não contar mais nada e depois emprestar-me o livro! Mas fartei-me de rir à mesma, que a história é hilária... =))
ResponderEliminarEste é mais a dar para o comovente, mas na verdade gosto de ir variando leituras... :D
ps - anotei essas dicas de títulos e escritores, que agradeço sempre! :a