Um dia destes comentei num blog, em tom de brincadeira, que na recriação histórica de Arouca existiam muitos óculos pendurados nos narizes do povo e estes ainda não tinham sido inventados... PIIIII!!! O meu erro foi duplo: o primeiro, e óbvio, é que já tinham sido inventados há um tempão! (ou os seus primórdios?); o segundo, porque supus que se retratasse uma época anterior. A correcção surgiu e lá fui googlar e pesquisar, até admitir que grande parte da razão estava do "outro lado"...
Então um monge de seu nome Roger Bacon (que viveu aproximadamente entre 1214 e 1294, século XIII, portanto!), na obra mais científica elaborada na época - "Opus Maius" - já refere "leis da refracção e reflexão da luz e descreve o uso de lentes para corrigir os defeitos de visão". E, de facto, essas lentes foram usadas durante vários séculos, inicialmente pelos monges copistas ou tradutores e a primeira imagem que se conhece, de um "parente" dos óculos actuais encontra-se num fresco em Treviso, representando um desses elementos do clero - Tomás de Módena, em 1352*.
Então um monge de seu nome Roger Bacon (que viveu aproximadamente entre 1214 e 1294, século XIII, portanto!), na obra mais científica elaborada na época - "Opus Maius" - já refere "leis da refracção e reflexão da luz e descreve o uso de lentes para corrigir os defeitos de visão". E, de facto, essas lentes foram usadas durante vários séculos, inicialmente pelos monges copistas ou tradutores e a primeira imagem que se conhece, de um "parente" dos óculos actuais encontra-se num fresco em Treviso, representando um desses elementos do clero - Tomás de Módena, em 1352*.
Tal como fui elucidada, Benjamin Franklin (1706-1790), que consta que via muito mal e já usava óculos como os entendemos hoje (com as hastes penduradas nas orelhas), inventou as lentes bi-focais. Na minha enciclopédia não refere o assunto, preferindo antes dar relevo à invenção do pára-raios, a obra mais famosa deste "iluminado" cientista, político e escritor norte-americano. Mas na net essa invenção é-lhe atribuída, o que não custa a acreditar...
Apesar das múltiplas referências em livros a lornhões (a imagem ilustrativa inicial é de um com armação em ouro), pince-nez, monóculos, lupas, lunetas, etc. e tal - nem imaginam a quantidade de nomes que lhes foram dados - certo é que o povo não os usava: a comercialização começou a ser efectuada por joalheiros, que tinham os conhecimentos técnicos necessários à lapidação das lentes e aos encastes mais ou menos luxuosos em ouro, marfim, tartaruga e ligas metálicas diversas. Em suma, eram tidos como jóias, não como objectos utilitários para todos os que tinham problemas de visão!
Apesar das múltiplas referências em livros a lornhões (a imagem ilustrativa inicial é de um com armação em ouro), pince-nez, monóculos, lupas, lunetas, etc. e tal - nem imaginam a quantidade de nomes que lhes foram dados - certo é que o povo não os usava: a comercialização começou a ser efectuada por joalheiros, que tinham os conhecimentos técnicos necessários à lapidação das lentes e aos encastes mais ou menos luxuosos em ouro, marfim, tartaruga e ligas metálicas diversas. Em suma, eram tidos como jóias, não como objectos utilitários para todos os que tinham problemas de visão!
Como as imagens exemplificam, já no século XIX, tanto Camilo Castelo Branco como Eça de Queirós, duas ilustres figuras da época, ainda não usavam óculos: o primeiro um pince-nez, o segundo um monóculo! Modas? Eventualmente!
Mas uma coisa é esses avanços científicos chegarem ao alcance do clero e da nobreza, mais tarde da burguesia, outra o povoléu esfaimado - Ah, a Revolução Francesa aconteceu só por um "vaipe" do momento, querem lá ver?! - ter acesso a essas lentes caras, autênticas obras de joalharia, por mais cegueta que fosse...
Francamente, agradeço todas as correcções quando estou errada em factos, ortografia, gramática, etc. e tal, até porque não me considero nenhum suprassumo (nem da beterraba, nem de qualquer outro legume ou vegetal). Também não tenho dificuldade em aceitar opiniões divergentes, NUNCA me ofendo ou zango com isso (insultos à parte, evidentemente, que não foi de todo o caso)! Já me chateia quem vem aqui comentar em spam, mas a esses varro-os pura e simplesmente, com todo o "carinho" que emprego com moscas-mortas, após uma valente dundunzada...
*******
* Lamento não reproduzir a imagem do fresco do Seminário Episcopal de Treviso, cidade situada perto de Veneza, que encontrei na página 33, do tomo I de "Ciência e Técnica", da Lexicoteca do "Círculo dos Leitores" - mas não são exactamente uns óculos, mais parecidos com um pince-nez (a palavra francesa que me parece mais adequada para descrever uma espécie de pinça encavalitada no nariz, onde se sustentam duas lentes).
Mas uma coisa é esses avanços científicos chegarem ao alcance do clero e da nobreza, mais tarde da burguesia, outra o povoléu esfaimado - Ah, a Revolução Francesa aconteceu só por um "vaipe" do momento, querem lá ver?! - ter acesso a essas lentes caras, autênticas obras de joalharia, por mais cegueta que fosse...
Francamente, agradeço todas as correcções quando estou errada em factos, ortografia, gramática, etc. e tal, até porque não me considero nenhum suprassumo (nem da beterraba, nem de qualquer outro legume ou vegetal). Também não tenho dificuldade em aceitar opiniões divergentes, NUNCA me ofendo ou zango com isso (insultos à parte, evidentemente, que não foi de todo o caso)! Já me chateia quem vem aqui comentar em spam, mas a esses varro-os pura e simplesmente, com todo o "carinho" que emprego com moscas-mortas, após uma valente dundunzada...
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* Lamento não reproduzir a imagem do fresco do Seminário Episcopal de Treviso, cidade situada perto de Veneza, que encontrei na página 33, do tomo I de "Ciência e Técnica", da Lexicoteca do "Círculo dos Leitores" - mas não são exactamente uns óculos, mais parecidos com um pince-nez (a palavra francesa que me parece mais adequada para descrever uma espécie de pinça encavalitada no nariz, onde se sustentam duas lentes).
Imagens da net.
"...essas lentes foram usadas durante vários séculos, inicialmente pelos monges copistas ou tradutores" Hehehe! Desde criança queria usar óculos e inventava dores de cabeça para a minha mãe me levar ao oculista. Nada. E não foi que precisei por primeira vez aos vinte e tal, quando comecei a trabalhar em tradução?!
ResponderEliminarMas, sim, venham lá correcções que a gente está no mundo para aprender (e mais se a consequência do erro dá um resumo fantástico a partilhar connosco).
Enquanto aos SPAM, pam!, como às moscas. (`_^)
Beijoquita
Túnel do tempo :) hehehe
ResponderEliminarUi, SUN, é que nunca tive vontade nenhuma de usar óculos, mas um dia lá teve de ser...
ResponderEliminarE sim, tal como tu, estou aqui para aprender, não para ficar enxofrada por "dá cá aquela palha"! (`_^)
Nos spam, pronto, é limpinho: PAM, neles! Com a mesmíssima consideração do que com as moscas...
Beijoca!
É, MYLLANA, às vezes perdemos-nos nesse túnel... :h
Ahahahahah....o que deu a recriação histórica e os oculos...
ResponderEliminarMas olha que essa lupa ai em cima é mesmo uma obra de arte, lindissima.
E como tu eu também gosto que me corrigam quando estou errada e aprender não faz a cabeça grande. Hoje já aprendi muito ao ler-te.
Beijokitas e um excelente dia.
Não sou o outro lado, moça! Estou do teu lado!
ResponderEliminar;-)
Parabéns. Fizeste uma excelente pesquisa!
Fiquei mais elucidado do que estava.
Beijocas... de lunetas!
;-)
Teté fui ao google e encontrei isto:
ResponderEliminar"...história dos óculos começa 500 anos aC. com algumas referências em textos do filósofo chinês Confúcio. No entanto, como suas lentes não tinham graus, durante séculos eles foram usados apenas como adorno ou como forma de discriminação social, principalmente para os doentes mentais.
As primeiras lentes corretivas surgiram no século I d.C. e pedras semi-preciosas como o berilo e o cristal de rocha cortadas em camadas finas foram as primeiras lentes de aumento para perto. Mais tarde, passaram a ser usadas sobre os olhos e se transformaram na primeira forma de lentes corretivas..."
Não sabia que eram tão antigos!!!!
Mas... admito.
Só fui procurar isto para te provocar e meter contigo!
ahahahahahahahaah
Beijocas e não leves a mal as minhas provocações e brincadeiras. eheheheh
Nha, nha, nha, toma, toma!!
Beijos, linda.
Xiii, o que eu abominava usar óculos...:( :( odiava,pura e simplesmente, ter aquela coisa encavalitada no nariz, a dar-me um ar ainda mais de pato feio do que o que já tinha...;x Mas via bastante mal, a modos que tinha mesmo de ser...:-/ não vendo, também não ouvia, né...;))
ResponderEliminarBendita foi a invenção do LASIK, essa sim!! :z
Infelizmente, os ~xc e ~xp da miopia e do astigmatismo voltaram :( a modos que tenho de andar com os óculos na carteira...(deveria ser empinados no nariz ;x mas o trauma e o estigma de patinho feio são fortes demais, pelo que só os uso pra ver tv, cinema, conduzir, dar aulas ouem ambientes escuros - onde vejo muito mal, efeito secundário da operação)...
Aprendes tu e aprendemos nós contigo :D
Tu estás a chamar lupa a um lornhão deste calibre, PARISIENSE?! :))
ResponderEliminarÉ, segundo percebi o dito lornhão, do século XVIII, esteve à venda num leilão, mas cheguei tarde para o licitar... :D
Aprender faz sempre bem, nina, nem que seja à custa dos próprios erros! :h
Beijokitas e um excelente dia para ti também!
O "outro lado" da questão, RODERICK, certo? ;)
Li várias cenas dessas, que têm mais a ver com o uso de pedras preciosas para aumentar a visão humana, mas tanto quanto me pareceu sem qualquer espírito científico. Afirmam até que a palavra "brilho" deriva de berilo, o que é possível, mas não fui verificar!
Até já achei o post compridão, vê lá se ainda ia meter pormenores... :p
Fica descansado, que não levo a mal provocações ou brincadeiras! Normalmente, percebo o espírito! :)
(faltou-te um toma!) :e
Beijocas, moço!
será que estou a precisar de oculos ou tu falaste em Bacon e Sapm?
ResponderEliminara esta hora abriu-me o apetite... x)
olha, factos que desconhecia por completo mas que são sempre uma mais valia!
ResponderEliminarOlá. Por vezes dou comigo a pesnar como seria naquele tmepo em que aind anão havia óculos e as pessoas, claro, sempre viam mal a partir dos cinequantas, dependia, e assim lembro o óculo do nossos escritores, poetas, de correntinha a segurar, e mais tarde, benditos óculos que tanto jeito nos dão... Os meus avós, especialment eo avô manuel, lia o jornal e já naquele tempo tinha uns óculos esquisitos, mas, lia perfeitamente à luz do gasómetro...
ResponderEliminarBelissima página onde aprendemos imenso..Obrigada pelo trabalho que tiveste na pesquisa..
Beijinhos meus, laura..
Minha cara Tete!
ResponderEliminarOntem li este teu texto com muito atentamente, pois sabia pouco sobre o assunto.
Uma beijoca de Duisburg!
ora cá estão os oculos que enão eram de arouca
ResponderEliminare os caixa de oculos,,, yayaya
ainda be,m que os inventaram... assim podem ver ... as formigas no açucar...
taditos dos que não v~em bem e não tem óculos... café com formigas...
yayya
abrazo serranos
Sentimentos que te ficam muito bem, principalmente o da humildade, mas eu acho que foste mal entendida. O que tu querias dizer, acho eu, era que não se usavam óculos com hastes de titânio, super leves e que custariam, se os houvesse, um balúrdio que é como quem diz um saquinho de pano cheio de dobrões de ouro. Há é verdade, nem lentes progressivas feitas de um polímero a que os oculistas, para porem mais no rol, chamam de lentes orgânicas. Plástico é o que é!
ResponderEliminarObrigado pela lição, agora sei muito mais sobre algo que é parte do meu dia-a-dia desde os 8 anos…
ResponderEliminarBeijinhos,
FATifer
Tivesses publicado este post há uns dias atrás e teria fotografado a imagem do fresco de Treviso que aqui falss, pois acabei de por lá passar.
ResponderEliminarÀs vezes - nem com óculos conseguimos ver o que está mesmo à nossa frente!
Bj amiga
Kim
Patinho feio, toi, VANI??? Ah, OK, é sinal que vias mal... :h
ResponderEliminarTambém me deram para usar, lá para os 8 anos ou coisa, embirrava com aquilo! 8-o Não usava, nem acho que precisasse muito nessa altura, lá para os 20 e muitos sim, esporadicamente como tu, mas definitivamente só aos 30 e tais! (que aí, já não via boi à frente). :e
Mas nem sequer é caso para Lasik, tenho tudo (oh, oh pra mim a querer ser arrebanhadora! :D), mas nem sequer com aquelas dioptrias disparatadas!. O que não impede que sem óculos não veja quase nada... ;x
Aprender é booooom! :z
Oh, VÍCIO, até aprecio bacon, mas o Spam (com maiúscula) dizem que é uma zurrapa!!! :))
ResponderEliminarPesquisa enciclopédica, TERESA DURÃES, que na net há muitas contraditórias... :)
Bom, a bem dizer, LAURINHA, os pobres de outras eras não duravam muitos anos: se tinham saúde, trabalhavam de sol a sol, comiam mal, em condições de higiene praticamente inexistentes, etc. e tal; se não, ainda eram mais miseráveis. Óculos devia ser apenas um pequeno àparte, em tudo o que corria mal na sua vida... :[
Beijocas, nina!
Ah, também não sabia muito sobre o assunto, EMATEJOCA!
ResponderEliminarMas a dica deu-me para espiolhar mais, até porque não me parecia possível fiandeiras do século XVIII usarem óculos de massa no nariz...
Beijocas de Lisboa!
MIXTU, como não bebo café, nem ia notar as formigas no açucareiro!
Oops, mas no chá sim, e formigas sabem mal!!! Iác!
Abraço citadino para ti!
Eh, eh, eh, PREDATADO, por acaso tenho um saquinho desses de veludo vermelho, só lhe falta os dobrões de ouro lá dentro... :))
Mas ná, foi erro meu mesmo, que julgava que a invenção era mais recente. Mas uma coisa são os óculos, tal como os conhecemos, outra as lentes usadas em lornhões, "pince-nez", lupas, monóculos, binóculos, telescópios, etc. e tal, que continuo a dizer, não eram para todos! :e
Olha, essa não sabia que o progressivo e orgânico queria dizer plástico! Sempre a aprender, é o que é! :)
Longe me mim ser "lição", FATIFER! :)
ResponderEliminarAchei o assunto curioso e fui pesquisar, só isso! Até porque há muitos anos que também uso cangalhas penduradas no nariz... :h
Beijinhos!
Tens razão, KIM!
A minha avó costumava dizer ao meu avô: "nem com uma lupa do tamanho do Rossio encontravas outra igual a mim!"
Às vezes, não "encontramos" nada à frente, mesmo com óculos pendurados no nariz!
Hummm... por falar nisso, acho que vou trocar a frase lá do topo! :)
Foi pena, sim, mas a "discussão" ainda não tinha surgido... :))
Jinhos, amigo!
já leste/viste o Nome da Rosa? o irmão Guilherme de Baskerville já tem uns, sendo algo de muito recente como se depreende pela reacções. Apesar de aparecer pouco, é mesmo atribuída ao Franklin a invenção dos óculos, num sentido mais actual do termo :D
ResponderEliminarLi e vi há um tempão, MOYLITO! Na altura ainda não estava a procurar óculos, mas é sabido que nos conventos apareceram muito antes do Franklin, que esse sim já usava uns mais parecidos com os actuais... :h
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