Como alguns certamente estarão lembrados, este romance foi recomendado pela Catarina a 28 de junho deste ano, aqui.
Na altura fiquei entusiasmada com a sinopse e, com calma, fui bisbilhotando em livrarias e feiras de livros a ver se o encontrava. Fui bem sucedida - lá estava ele na feira do livro de Portimão, em saldo, a piscar-me o olho com o convidativo preço de 5,60 €.
Grande defensor dos valores tradicionais, o major Pettigrew leva uma vida solitária e pacata no campo, desde que enviuvou. As suas preocupações prendem-se com evitar as coscuvilheiras lá da terra, a futilidade e a ganância do seu único filho e a urbanização desenfreada que ameaça os arredores da sua casa. Mas parece que de repente tudo e todos se conluiaram para não lhe dar sossego...
A morte do seu irmão propicia uma amizade inesperada com a senhora Ali, uma paquistanesa também viúva e dona da loja da aldeia, que também atravessa um período crítico, com a família a querer decidir por ela o seu futuro. A solidão e o amor pela literatura aproxima o casal, mas a sociedade considera este improvável romance no dealbar da terceira idade como inadequado, dadas as diferenças culturais e religiosas. Será que eles arranjam maneira de ultrapassar todos os preconceitos ainda vigentes no século XXI?
Este despretensioso livro de estreia de Helen Simonson cedo se tornou num bestseller, por razões que me parecem óbvias: à ingenuidade enternecedora de um romance tardio alia-se um sentido de humor very british, um pouco cínico, mas certeiro e irresistível. Muito bom!
Citações:
"O Major desejava que os jovens não refletissem tanto. Parecia sempre dar origem a movimentos revolucionários absurdos ou, como no caso de vários dos seus antigos alunos, a poesia muito má."
"Não se fala de religião, de política, de sexo só através de insinuações, não admira que vocês os britânicos sejam obcecados pelo tempo, querido."
"Já se faziam as coisas mais espantosas no Oriente enquanto nós ainda andávamos a ver se aprendíamos a construir casas com paus e lama e a tentar encontrar ovelhas tresmalhadas. [...] Infelizmente, nada disso conta a menos que entreguem as patentes antes dos americanos."
Vou anotar a sugestão. :)
ResponderEliminarEntão anota, LUISA! :)
EliminarComo tu conseguiste um óptimo livro por um preço tão baratinho.
ResponderEliminarVou lembrar-me deste teu post e nunca se sabe quando um dia vou pegar avidamente no livro de Helen Simonson
Beijinhos Teté
Pois,nunca se sabe, MANU! :)
EliminarBeijocas
Como a luisa, vou anotar a sugestão.
ResponderEliminarBeijocas
E fazes muito bem, PEDRO! :)
EliminarBeijocas
Desde que me mudei aqui para o Estoril, voltei a ser um devorador de livros. Neste primeiro mês ( completado ontem ) foram sete, mas nenhum polcial. Ando a ve se arranjo balanço para escrever sobre eles, mas como ainda não instalei Internet em casa, a minha vida blogueira tem sido escassa.
ResponderEliminarBeijinhos
Este também não é policial, CARLOS, mas um romance. :)
EliminarContinuação de boas leituras e beijinhos!
Lembro-me da Catarina mencionar este romance, cujo tema pouco me entusiasmou.
ResponderEliminarOs alemães não são obcecados pelo tempo, daí o meu novo vizinho (viúvo) andar a meter conversa, coisa que considero muito desagradável. A minha vida não é solitária, tenho uma grande família e muitos amigos.
No entanto, fiquei com curiosidade em saber, se eles arranjam maneira de ultrapassar todos os preconceitos ainda vigentes no século XXI.
Beijocas tradicionais.
Pois, também não sou dada a conversas com a vizinhança e, normalmente, se calha haver alguma é mesmo sobre o tempo, EMATEJOCA. Mas também sei que por vezes esse meter de conversa, ainda por cima em pessoas que vivem sós, é uma necessidade para trocar algumas palavras com alguém... ;)
EliminarOs preconceitos que interferem na relação deles, não todos ainda em vigência no século XXI, se não não teriam mãos a medir... E mesmo assim, só raça, cultura e religião já é dose! ;)
Beijocas
mais um para a lista :)))
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Essa lista já deve estar longa, LOPESCA... :)))
EliminarGostei que tivesses gostado do livro! : )
ResponderEliminarEu é que tenho de agradecer a excelente sugestão de um livro para férias, CATARINA!:)
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