segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O MORDOMO

Em 1926, Cecil Gaines é um rapaz negro que trabalha numa quinta do Sul dos EUA na apanha do algodão, mas o patrão abusa da mãe a mata o pai à sua frente. Enquanto o rapaz chora junto ao corpo baleado do pai, a matriarca dessa quinta (Vanessa Redgrave) diz-lhe que não é tempo de choradeiras, que vai ensiná-lo a ser um bom criado doméstico - tão discreto, como se fosse invisível! O que acontece realmente, mas quando o rapaz cresce resolve abandonar a quinta, com receio de não ser tão invisível assim para o homem branco que lhe matou o pai. Depois de um longo período de fome e vagabundagem, encontra por fim um emprego ao balcão de um bar, mais tarde é convidado para um clube chique de Washington e, em 1952, para mordomo da Casa Branca.

Os 34 anos que se seguem são a servir os presidentes americanos - aí já a interpretação está a cargo de Forest Whitaker - ao longo de 8 administrações, em que estão em causa os direitos civis dos negros, bem como várias guerras. Mas se ele continua um poço de discreção e de alheamento político, o mesmo já não se pode dizer do seu filho mais velho, Charlie (Isaac  White), que é detido e preso várias vezes, por aderir a movimentos negros. E é do dia a dia do modesto mordomo, sempre ocupado a engraxar sapatos, a limpar pratas ou a servir tão ilustres homens que o filme se debruça, bem como na sua má relação familiar com o filho mais velho, das discussões com a mulher Gloria (Oprah Winfrey)  ou das gargalhadas com o mais novo, que acaba por morrer na guerra do Vietnam. sem esquecer o relacionamento com os rstantes mordomos da Casa Branca, todos eles negros, até que em 1986 e durante a presidência de Reagan acaba por pedir a sua demissão...

O filme é um pouco longo e bate muito na mesma tecla de coitadinhos dos negros que foram tão injustiçados durante tantos anos - e foram, mas toda a gente sabe isso e não era necessário evidenciá-lo ao ponto de mostrar dois homens enforcados nas ruas - sendo que também dá ideia que o papel de Oprah foi desenvolvido demais, dando azo a que a apresentadora e atriz pudesse brilhar. Dito isto, o filme vê-se bem e a pontuação de 6.5/10 da IMDb ao filme de Lee Daniels é uma rematada sovinice. Sobretudo se compararmos com aquele grande "sucesso" de Spielberg que dá pelo nome de "Lincoln" e que foi o maior pastelão que vi este ano, que embora a descer significativamente ainda vai em 7.5/10. Whitaker arrisca-se até a ser candidato ao Oscar de melhor ator do próximo ano... Mas o filme está também recheado de estrelas em pequenos papéis, como podem verificar no trailer:



Imagem de cena do filme, da net.

13 comentários:

  1. Gostei do filme, como já tinha mencionado algures. E o grande “buzz” agora é “Twelve years a slave” que foi exibido aqui há duas semanas no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

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    1. Também gostei, CATARINA, e tinha ideia que já o tinhas visto. Na verdade aqui já estreou o novo filme do Woody Allen, que tenho interesse em ver, mas não será esta semana... ;)

      Desse ainda não tinha ouvido falar... :)

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    2. Este foi o mais popular no festival. Já falam em Óscar! ; ) Mais um filme sobre escravidão. Uma produção de Brad Pitt.

      Outro muito bom segundo uma amiga minha me disse por ter visto a estreia durante o Festival é “Gravity” com Sandra Bullock.

      Os bons filmes estão a chegar! Grace of Monaco (embora não escolhesse Nicole Kidman para desempenhar o papel de Grace; tb não sei quem seria a melhor atriz... : )), The F Word, The Face of Love, The Fifth State, Rush.... : )

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  2. Já tinha decidido ir ver e agradeço-te o resumo.

    Claro ´que o vídeo não abriu, buáaáá

    Beijinhos

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    1. Não me perguntes o porquê, porque não faço a menor ideia da razão de não conseguires abrir os vídeos, SÃO...

      Beijocas!

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  3. Se for em breve ao cinema será para ver este, sem dúvida ! Vi o trailer no último filme que vi !

    beijoca ! :))
    .

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    1. Apesar de um pouco longo demais, o filme é interessante, RUI! Um bocadinho moralista demais para o meu gosto, também, mas não deixa de focar a história dos States do século passado, nalguns pontos fundamentais...

      Beijocas! :)

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  4. Não sei se me apetece ir ver... Vi a apresentação e ... achei um bocado forçado. Logo se verá se vou se não vou... Mas agradeço a tua opinião.

    Beijinho.

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    1. Pois é, GRAÇA, não podemos ver todos e se à partida não nos apela muito, o melhor é ver outro. Agora que os bons filmes estão a regressar a cartaz, nem deve ser difícil encontrar outro mais apelativo... :)

      Beijocas!

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  5. "O filme é um pouco longo"
    É a segunda vez que hoje deparo com este reparo/crítica ao filme.
    Quando puder ver, comento melhor.
    Que tal a banda sonora (Rodrigo Leão)?
    Beijocas!

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  6. Vi-o e não fiquei extremamente deliciada!
    Muito lenta a primeira parte, alguns clichés- o negro bom servidor, com dois filhos que defendem princípios opostos, um morre no Vietnam, outro passa a vida na cadeia por defender os direitos cívicos dos negros, uma mulher muito balançada...isto numa análise muito superficial como é meu hábito!
    Na banda sonora pouco reconheci de Rodrigo Leão...agora gostaria de voltar a assistir ao filme de olhos fechados para sentir a música e reconhecê-la!

    Abraço

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  7. a critica não tem sido muito simpática com este filme..pelo menos a banda sonora é boa :)

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  8. Este ainda não fui ver... Aproveitei antes para ver o último de Woody Allen, o "Blue Jasmine". Surpreendeu-me bastante. Gostei imenso da interpretação da Cate Blanchett. Adoro esta mulher! ;)

    Beijocas

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)