Fotografia de Ian Britton
Já aqui referi este assunto, mas nunca é demais repetir. Se há dois anos por esta altura já tinham sido assassinadas 43 mulheres pelos seus companheiros ou ex-companheiros (que no final de 2008 registaria 46 homicídios), em 2009 estes números tiveram tendência a diminuir. O que mesmo assim não vale de muito, porque 29 casos ainda são demasiados, tendo em conta que estamos a falar de seres humanos mortos por mãos sanguinárias. Que não voltam ao convívio dos seus familiares e amigos, devido à violenta crueldade de um homem que se julgou dono e senhor da vida daquela mulher, como se vivesse em plena época feudal ou esclavagista. Mas pronto, sempre havia a ténue esperança que estas situações começassem a tornar-se menos frequentes ou quase inexistentes, com uma maior consciência de cada um na sociedade actual.
Engano! Ontem foram divulgados os dados de 2010 (provisórios, logicamente, uma vez que o ano ainda não acabou) e já se contam 39 mulheres assassinadas, mais 11 vítimas mortais associadas - supõe-se que de pessoas que estavam com elas ou as tentaram defender durante o crime - e ainda mais 37 tentativas de homicídio. Assim, tudo leva a crer que os números ficarão próximos dos de 2008 (os mais elevados desde 2004, altura em que o Observatório de Mulheres Assassinadas começou a registar estas estatísticas), perfazendo já um total de 247 assassínios!
E quem são esses cobardes assassinos? Os do costume: na grande maioria são os companheiros - expressão genérica para marido, homem com quem se vive em união de facto, amante ou namorado; ou os ex-tudo-isso, o que ainda é pior, porque significa que nem após um divórcio, separação ou final de relação elas estão livres desses brutamontes!
Chamem-me radical ou feminista se quiserem, mas fulanos desta laia de macho-latino-de-trazer-por-casa, que lavam a honra que nunca tiveram com banhos de sangue, era mesmo encarcerá-los definitivamente, a "partir pedra" para ganhar o seu sustento. Mas não, daqui a uma década já andam por aí a assobiar para o ar como meninos do coro, até encontrarem a próxima vítima...
e encontram! porque elas descobrem tarde demais que "mais vale burro que carregue que cavalo que derrube"
ResponderEliminarrecentemente foi a primeira audiência dum caso desses em que acabou por matar também um dos meus melhores amigos, faz um ano no dia 29.
no correio da manhã falavam disso e nem imaginam o quanto me revoltou ler que ele se armou em coitadinho...
partir pedra? só se tivessem que usar a cabeça!
Felizmente não conheço ninguém envolvido em casos destes, VÍCIO, mas imagino a revolta de perder alguém próximo, directa ou indirectamente vítima destes trastes!
ResponderEliminarE sim, provavelmente teria uma opinião ainda mais radical!
ser feminista é ter aquela ideia radical de que as mulheres também são gente... todos sabemos o que esta gente(!) merece. devia ser pior... resta-nos a esperança de que eles sejam feitos esposa de alguém na pildra...
ResponderEliminarEnquanto lia o teu post, lembrei-me que ainda neste fim-de-semana li no jornal mais uma horrenda notícia de violência extrema sobre as mulheres. Não consigo entender estes actos cruéis e perversos por quem quer que seja.
ResponderEliminarÈ nessa altura que eu acho que a justiça de certos paises faz sentido (mesmo se não concordo)....mas para gente dessa faria todo o sentido......estou a falar de lhes cortar a mão com que matou, o braço com que apertou ou a perna com que pontapiou.
ResponderEliminarNão pena de morte porque isso seria aliviar-lhes a vida....mas sim fazê-los sentir na pele o que fizeram.....e para o resto da vida.
E depois sim manda-los limpar montes, abrir estradas de montanha e tanta outra coisa que há para fazer neste país até ao fim dos seus dias.....não haveria perdão de pena para ninguem.....
Cara Amiga
ResponderEliminarNo meu blog, está desde hoje aberto um concurso de Conto de Natal.
Convido-te a participares, bem como a todos os teus contactos que pretendam unir-se a nós.
Divulga e aparece.
Um abração
Licas
Tristemente as autoridades nada fazem quando uma mulher faz a sua primeira queixa... só actuam quando é tarde demais: ou quando a mulher morreu ou quando matou para se defender... dê por onde der, é sempre castigada, viva ou morra.
ResponderEliminarConvém não deixar em branco o facto de tb existir violência doméstica contra homens, por parte das companheiras mulheres. Ou de mulheres contra as companheiras mulheres. Ou de homens contra os companheiros homens. Ou ambos contra crianças indefesas.
E depois temos a violência permitida: as guerras...
Já para não falar da violência e agressividade que existe no trânsito!
O ser humano é violento, desde sempre... e a violência é cada vez mais gratuita e fomentada...
Mais uma coisa que quase nos torna misantropos... :(
Infelizmente conheço alguns casos destes :((((((( e é triste não poderes fazer mais nada senão a aconselhar e mimar. :((((
ResponderEliminarmmm, os bonecos eram para sair tristes lol :(:(:(:(:(
ResponderEliminarA esperança, MOYLITO, é que eles fiquem na pildra até apodrecer, virem ou não "esposa" de um qualquer outro "macho"... ~v
ResponderEliminarNinguém no seu juízo perfeito consegue entender, PAULOFSKI, facto é que erradicar para sempre casos de insanidade mental é impossível! Mas os outros? E são tantos...
ResponderEliminarConcordo que há penas que não deviam ter perdão, PARISIENSE! Aí era engaiolá-los até apodrecerem, mas com mãos, braços e pés para poderem trabalhar, que ainda andarmos a sustentar estes trastes com os nossos impostos é benesse demais... :s
ResponderEliminarOK, LICAS, já te respondi. Depois publico aqui uma nota para os possíveis interessados...
ResponderEliminarAbraço!
Os casos de violência de mulheres sobre homens, são em bastante menor número, VANI, e alguns deles provenientes dos maus tratos que eles lhes infligem constantemente. Mas defendo o mesmo em relação aos homens, note-se! Por exemplo aquela fulana que mandou matar o marido (supostamente para lhe ficar com a massa, já que ele se queria divorciar) também devia apodrecer na pildra!
ResponderEliminarErradicar toda a violência entre seres humanos é impossível, como bem sabes! Odeio guerras, mas apesar de tudo o inimigo não é aquele com quem comes à mesa ou dormes na cama! E essa diferença é abissal...
Pessoalmente não conheço nenhum caso de violência doméstica (ou, no mínimo, ninguém me conta esses "pormenores"), mas aconselharia sempre o mesmo: separação, divórcio, whatever! Se não há respeito e resolvem os assuntos à traulitada, que futuro poderá ter a relação? A descambar nestes casos, ou em muita angústia e sofrimento... :((
Mimar o quê, se a pessoa leva a vida em cenas de pugilato, sem qualquer dignidade? :(