sexta-feira, 25 de abril de 2014

OS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL!

Se há assunto que da direita à esquerda (quase) todos são unânimes é que hoje, em Portugal, vive-se muito melhor do que há 40 anos atrás. As exceções vêm de radicais de direita e de alguns taxistas, que gostam de falar por falar - em abono da verdade quase todos se esquecem (ou se calhar nem sabem, por ainda serem pequenos ou nem sequer terem nascido) que se fossem tão "faladores" na época, o mais provável era baterem com os costados na PIDE, num encontro pouco amigável com algum dos seus inspetores.

Um dia destes, em conversa com o maridão, concluímos que tínhamos tido muita sorte. Não só por viver aqueles tempos - na primeira semana pós 25 de abril a alegria esfuziante estava estampada na cara da grande maioria dos portugueses, como só voltei a ver anos mais tarde (e mais moderadamente) durante a Expo 98 - como por sermos a próxima geração a encaminhar para a guerra do ultramar. Quer dizer, eu estava safa, porque as mulheres não podiam ingressar no exército (ou marinha ou aviação), mas não deixaria de ver os meus amigos partir. Ou fugir do país, sem poderem voltar...

Por muito que aqui e ali os trilhos escolhidos não fossem os melhores, por muito que se possam criticar todos os governantes pelos erros do passado, certo é que o país teve um desenvolvimento inusitado, nomeadamente a nível de saúde e de educação - o analfabetismo rondava os 25% da população, quando atualmente está nos 5,2%. E de infraestruturas habitacionais, quando sobretudo no interior existiam inúmeras terras onde esgotos, água canalizada e eletricidade não chegavam. Quem se lembra de o único telefone da aldeia ser no café do ti Manel? Ou o televisor?

Bom, mas mesmo que hoje não nos possamos regozijar do governo que temos, que segundo dizia ontem Constança Cunha e Sá "a única promessa eleitoral que conseguiu cumprir foi a de empobrecer os portugueses", certo é que foi eleito democraticamente. Certo também é que o povo dificilmente cometerá a burrada de votar neles novamente (se bem que o líder da oposição também deixe muito a desejar - também ele formado nos jotinhas, com um perfil em tudo semelhante ao do PM). Mas os "homens dos tanques" não têm culpa nenhuma dessas más escolhas populares e estamos muito a tempo de lhes agradecer o que fizeram por todos nós! Já tenho um cravo vermelho a postos, em sinal dessa gratidão eterna...

Imagem do mural realizado por 4 grafitters dos Underdogs, na avenida de Berna, em Lisboa, tendo como figura central Salgueiro Maia (numa foto de há 40 anos, de Alfredo Cunha)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

NUM PAÍS LIVRE

V. S. Naipaul - prémio Nobel da Literatura 2001 - apresenta-nos aqui um prólogo, um epílogo, dois pequenos contos ("Um Entre Muitos" e "Digam-me Quem Devo Matar") e o livro que lhe dá o título: "Num País Livre". Como o próprio indica no final das 261 páginas, todas as histórias foram escritas entre Agosto de 1960 e Outubro de 1970 e decorrem em países supostamente livres, na época. Mas não exatamente para todos, como Naipaul faz questão de sublinhar, por vezes até com uma certa ironia.

Em "Num País Livre", a ação decorre num país africano recentemente reconhecido como independente, onde duas facções (e tribos) distintas lutam pelo poder. Até que a facção republicana, apoiada pelos países ditos civilizados, vence o confronto - pois tem o maior exército - e anda à procura do rei inimigo. É neste contexto que Bobby, um inglês funcionário administrativo do Governo Central e há muito residente no país tem de regressar à sua área de residência no Sul, em pleno território do rei, atravessando uma ampla região desde a capital, onde se encontrava a participar num seminário. Embora contrariado, acede a levar de boleia à fútil mulher de um conterrâneo radialista que mal conhece, mas sobre quem correm boatos de ser uma adúltera reincidente - por aí não há problema, porque ele próprio tem outra orientação sexual. Ambos brancos e very british, parecem não se dar conta do perigo que é atravessar aquela região africana praticamente ainda em guerra, pois de alguma forma ainda se sentem colonialistas e superiores aos bandos de negros que vão encontrando pelo caminho...

Muito interessante! 

Citações:
"Uma vez, quando trouxe o seu filho para nos ver, disse-nos: - O meu filho até agora nunca mentiu. - E eu pergunto ao rapaz:  - É verdade? - Ele responde: - Não - e Stephen desata a rir e diz: - Meu Deus, que má influência a vossa! O rapaz acaba de dizer a sua primeira mentira."

"Mas não, como todas as pessoas pobres, elas queriam ser as únicas a subir na vida. São os pobres que querem sempre obrigar os pobres a ficar por baixo."

"Lembro-me de como treinávamos os homens para irem para Salónica, para a Índia e outros lugares do género - disse o coronel. - Às vezes tínhamos de os atar aos cavalos. Ah-wa-wa! Ouvíamos eles a chorar do outro lado do campo. Alguns deles arranjavam, de cavalgar, feridas, esfoladelas do tamanho da palma da mão. Mas acabávamos por fazer deles verdadeiros soldados a cavalo."   

post-scriptum - o marcador da foto não vinha com o livro, foi-me oferecido por uma amiga - trata-se de um elástico negro, ornamentado com diversos botões pretos, cinzentos e dourados. Escusado dizer que adorei o miminho, que achei giríssimo, daí incluí-lo na foto!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O GRANDE HOTEL BUDAPESTE

Inspirado num livro de Stefan Sweig, este filme leva-nos a uma Europa entre as duas Grandes Guerras Mundiais e é uma história dentro de outras histórias: um escritor começa por explicar como se inspira para escrever e dá como exemplo um encontro que teve nos finais do anos 60 no Hotel Budapeste - então já no seu estertor de hotel glamoroso de outras eras - e a conversa que manteve com um misterioso Moustafa, dado como atual proprietário do mesmo. Assim, os acontecimentos têm lugar em 1932, quando Zero Moustafa se candidata a paquete do hotel, então dirigido com mão de ferro pelo exigente gerente M. Gustave. Devido a uma série de acasos os dois tornam-se companheiros de aventuras e desventuras, atravessando fronteiras terrestres e legais...

Um elenco de luxo, onde cada ator tem um pequeno papel, como podem verificar no trailer que se segue:  


Esta comédia realizada por Wes Anderson obtém a pontuação de 8,4/10 - o que pessoalmente considero um manifesto exagero. Mas dispõe bem, mesmo que não seja de rebolar à gargalhada...

Uma pequena nota sobre o titulo: o original é "The Grand Budapest Hotel" e, em não sei que língua, cá deram-lhe o de "Grand Budapest Hotel", ou seja, só deram sumiço ao artigo "the". Pior, um dia destes no concurso "Quem quer ser milionário", numa das perguntas pretendia-se saber em que filme contracenavam Brad Pitt e mais não sei quem - e as 4 respostas possíveis vinham todas em inglês, como se os títulos fossem assim conhecidos pelo grande público, e não pela sua tradução, o que dificultou a resposta da concorrente. 

Vamos por partes, nem sou esquisita - se querem manter os títulos originais (ingleses, franceses ou espanhóis, que isto de sermos poliglotas tem os seus limites), mantenham! Assim como assim, alguns deles nem são tradução, mas mera invenção nem sei de quem. Mas esta coisa de não serem carne nem peixe é uma autêntica aberração...

Imagem da net.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

MESMO COM CHUVA!

Fotografia de Ian Britton

Um dia destes enviaram-me este vídeo, via mail. E fiquei a pensar que, independentemente da música em si (que suponho ser do filme "Midnight in Paris", de Woody Allen, dado o título), iria agradar a muitos dos meus amigos bloguistas, que na infância e/ou adolescência viveram largos anos em Paris. Como a Safira, a Parisiense, a Luisa, a Nina e o Kim, dos que me recordo e sei, podendo haver outros que nunca o referiram. Pessoalmente, só passei uma férias em Paris, mas ao ver o vídeo fiquei com uma vontade enorme de lá voltar. Mesmo que chovesse, como nas imagens seguintes:


Como dizia Humphrey Bogart, "We'll always have Paris!" OK, o contexto era diferente, mas quem já lá esteve (ou viveu) dificilmente esquece a cidade luz. E em não podendo apanhar o avião e partir, pelo menos ficam as imagens. E uma certa nostalgia, também...

(Obrigada, Palicha!)

F E L I Z   P Á S C O !


quarta-feira, 16 de abril de 2014

OLHAI OS MALMEQUERES DO CAMPO...

Um dia destes, um jardineiro encontrava-se a aparar a relva de um campo próximo de casa. E à medida que o corta-relvas avançava, desapareciam também as pequenas florinhas que ali nascem espontaneamente na primavera. Uma coisa de causar dó: de um lado a máquina manuseada pelo homem e a relva aparada e verdejante, do outro o campo ainda pintalgado de brancos, rosas e amarelos, prestes a sumir com o corte.

O jardineiro camarário estava a realizar o seu serviço, ninguém o podia acusar de nada. Mas lá que dava pena, dava!

Alguns dias depois, passei por lá novamente. E a mãe natureza já dera conta do recado - as pequenas flores já se encontravam de volta ao relvado, novamente floridas. Comentei o caso com o maridão e o filhote e este sai-se a dizer que só uma mulher para reparar nesses pormenores. Não sei se ele tem razão, desconfio que daquele relvado só se lembre das muitas horas que lá andou a jogar à bola. Coisas de rapazes! Mesmo daqueles que fazem hoje 22 anos e, se calhar, ao verem relvados deviam ver mais do que apenas futeboladas... 

PARABÉNS, FILHOTE!


segunda-feira, 14 de abril de 2014

3 CASOS DE PERRY MASON

Ainda estamos em meados de abril e já li 12 livros este ano. O que não quer dizer muito, quando alguns deles são policiais de bolso, que se leem num ápice.

Não vou aqui falar do enredo de cada um destes casos de Perry Mason - Erle Stanley Gardner, também ele advogado criminalista, escreveu mais de 80 livros e ainda mais argumentos para séries televisivas onde o famoso causídico desvenda em tribunal os mistérios mais intrincados, com a ajuda sempre imprescindível da sua secretária Della Street e do detective privado Paul Drake. Isto fora os livros que escreveu com outros pseudónimos, nomeadamente A. A. Fair, com outros protagonistas.

A principal vantagem deste género de literatura (há quem não a considere como tal, mas não pretendo entrar nessa discussão) é a acessibilidade para quase todos os leitores: muito diálogo, muita ação, poucas descrições e, de um modo geral, uma linguagem simples. Mesmo que na base estejam crimes que à partida parecem insolúveis ou indicar numa única direção. Com estas características, dificilmente se perde o fio à meada, o que resulta numa rápida leitura - ainda mais tendo em conta que são livros de bolso, com cerca de 200 e poucas páginas cada. Outra vantagem, digo eu, é que não pesam muito (e cabem) dentro da mala...

Bom, mas como "não há bela sem senão" e depois de ler vários seguidos, começamos a notar que estão um bocado "datados": são os piropos de "boneca" atirados à secretária ou a outra protagonista nova e "jeitosa", é outra a considerar-se muito "batida" aos 23 anos, são os sobretudos e chapéus dos homens a demonstrar um certo status, é o "vai-e-vem" das corridas às cabines telefónicas em cada esquina, para se manterem a par dos acontecimentos, entre tantos outros pormenores. OK, não é que as histórias percam o seu interesse - vendo bem, quase todos os livros escritos há mais de 50 anos (como aqui é o caso) são um pouco "datados" - mas concluí que devem ser lidas de tempos a tempos, com a devida moderação. Para não se tornarem um bocado caricatas!  

Isto, claro, para além do facto de atualmente preferir diversificar leituras, em vez de ter fases de ler exclusivamente um único autor, como aconteceu tantas vezes noutros tempos. É engraçado como até nisto mudamos, com o passar dos anos... 

sábado, 12 de abril de 2014

A BIBLIOTECA ITINERANTE (que faltava)

No post "Uma árvore, um banco e um jardim" quase toda a gente adivinhou que se tratava do jardim do Príncipe Real, pelo que não foi necessário utilizar a foto que tinha "na manga", para possível futuro "enquadramento" do local. Aliás, a foto não era esta mas outra semelhante, pois nesta até se vislumbra a placa com o nome da praça - e bem sei que alguns têm olho de lince... Suponho que, tal como eu, ninguém aprecia "adivinhas" demasiado óbvias.

No entanto, considerei a ideia tão interessante, que não quis deixar de a divulgar: a biblioteca itinerante funciona naquela carrinha azul e os livros são de autores portugueses... mas traduzidos para inglês. Um projecto de um pequeno grupo estrangeiro, pretendendo assim dar a conhecer aos turistas anglo-saxónicos alguma da nossa literatura. Gostei!

Com ou sem passeatas, mas preferencialmente com boas leituras, tenham um...

EXCELENTE FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

FROZEN

Não tenho ido ao cinema, mas dos filmes que tenho visto por casa, este "Frozen - O Reino do Gelo" foi sem dúvida o que mais gostei: "Causa Justa" (1995), tem um bom naipe de atores, onde se inclui Sean Connery e Ed Harris (e a ainda  menina Scarlett Johansson), mas o argumento policial é um bocado estranho - quando julgamos que o filme vai acabar, ainda faltam 40 minutos, que mudam a história completamente; "Anything Else - A Vida e Tudo o Mais" (2003) é escrito, realizado e interpretado por Woody Allen e tem todos aqueles tiques que me irritam nos filmes dele, nomeadamente uma série de personagens neuróticas, sendo o protagonista (Jason Biggs) o totó mais chapado de todos. Tanto um filme como o outro não alcançaram mais de 6.3/10 e 6.4/10 na IMDb (e não sei se por especial favor...). 

Anna e Elsa são as duas princesinhas de Arendellle, que em criança gostavam de brincar com a neve, dado o dom de Elsa de transformar tudo em neve e gelo. No entanto, numa dessas brincadeiras infantis, Anna é atingida de raspão e Elsa fica com medo de a magoar gravemente. Os reis seus pais prometem protegê-la, mas ambos morrem e a jovem princesa vive reclusa nos seus aposentos, sem contactar praticamente com ninguém e negando todos os pedidos da irmã para a ver. Até que chega o dia em que Elsa vai ser coroada rainha do reino e, por mero descuido, esta transforma Arendelle numa cidade coberta de neve e gelo. Sendo acusada de feitiçaria ela foge para longe, mas a irmã vai atrás dela para a convencer a desfazer o encanto e voltar - deixando o palácio sobre o comando do seu jovem pretendente, Hans.

No caminho encontra Kristoff, um simpático vendedor de gelo, e a sua inseparável rena, bem como Olaf, um boneco de neve feito pela irmã. A viagem é recheada de aventuras e no final... Bom, são desenhos animados, é suposto terem um Happy End garantido! 

Fica o trailer, para quem quiser espreitar:


"Frozen" conquistou todos os prémios a que concorreu na sua categoria, Oscar incluido, o que me pareceu mais que merecido. E tem a classificação atual de 7.9/10, na IMDb, desta vez sem favor nenhum... Fica a dica para quem, como eu, adorar desenhos animados!

Imagem da net.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

UMA ÁRVORE, UM BANCO E UM JARDIM

Uma árvore,

um banco e...

um jardim. O difícil, ou talvez nem tanto assim, é adivinhar onde. Claro que se acrescentasse a biblioteca itinerante era "canja", mas vamos ver se chegam lá só com estas três fotos...

terça-feira, 1 de abril de 2014

A SENTINELA

Quando o Carlos Barbosa de Oliveira escreveu sobre este livro no seu blogue "Crónicas on the rocks", eu própria tinha acabado de o ler há poucos dias. Com a diferença que ele é grande fã do escritor, mas por aqui foi a primeira vez que o li. E, tanto quanto julgo saber, este género "policial psicológico" não é habitual nas suas obras, mais viradas para romances históricos.

Dito isto já há alguns anos que estava curiosa de ler Zimler, principalmente porque duas grandes amigas têm opiniões diametralmente opostas: uma que os livros dele são uma estopada, a outra que é um escritor fantástico e imperdível. Ora nestas questões alinho mais no ler para crer... Parece-me agora é que comecei pelo livro errado - não o escolhi por gostar de policiais (embora começar por aí se tornasse mais cativante), mas por ser o mais recente à venda no Círculo dos Leitores.

Bom, como policial, considerei muito fracote: Pedro Coutinho, um abastado construtor civil, é assassinado e Henrique Monroe, um inspector da Polícia Judiciária, é chamado a investigar o caso. As suspeitas seguem em dois sentidos: o envolvimento do empresário em casos de corrupção que alguém deseja abafar ou de tentar defender a filha adolescente de um caso de assédio sexual. Mas o crime depressa passa para um plano secundário, ao descobrirmos o segredo que tanto atormenta o inspetor e como ele também se serve dessa "arma fantasmagórica" para avançar na investigação. Para tal, muitas destas 424 páginas são passadas a descrever a infância infeliz de Monroe e do seu irmão mais novo, a relação muito próxima que ainda mantém com ele na atualidade e o seu dia a dia com a mulher e os dois filhos do casal. Resumindo: um enredo um bocado confuso, sem sabor a carne ou peixe.

No entanto, não li tantas páginas só para ver como acabava: a escrita é apelativa, mas onde o livro me parece ter mais mérito é no retrato realista que faz do nosso país, com a crueza de quem nasceu americano e decidiu viver em Portugal há mais de duas décadas (e naturalizar-se português). Agora está visto é que terei de ler outro livro mais caraterístico de Zimler, para formar uma opinião mais abalizada...

Citações:
"De perfil, parecia mais velha - e dava a sensação de ter acabado de compreender que se afastara tanto de tudo que sempre sonhara que nunca conseguiria voltar a onde queria estar."

"O Alentejo não tinha nada de monumental - nem montanhas com cimos de neve nem morros altaneiros como no Oeste americano -, mas as casas caiadas e as ruas calcetadas exibiam uma tal ordem e limpeza, e a variedade de verdes das suas paisagens era tão tranquilizadora - como um sonho de criança que tivesse tomado forma - que parecia ser o sítio perfeito para mim e para os miúdos."

"- Vamos andar todos a pedir pelas ruas antes de darem cabo de nós. É o que eles querem.
- Eles quem? - perguntou Ernie.
- Os que fazem as regras... O FMI e as agências de notação, os banqueiros e os tipos da bolsa... Dormem com os canalhas que governam este país. Todos eles sujeitinhos de fato de marca que vivem em Cascais e no Estoril..."

"Ao mesmo tempo, apercebi-me que o nosso sistema de filtragem  estava gravemente avariado: em vez de rejeitar as pessoas mais corruptas, o aparelho político permitia-lhes subir até ao topo." (na página 369, e após um resumo muito elucidativo da "licenciatura" de Miguel Relvas na Universidade Lusófona)