quinta-feira, 31 de março de 2011

MOMENTOS COR-DE-ROSA

"Há uns segundos breves, na vida de todos os dias que não padeçam de nevoeiro ou chuva, em que o Sol, no seu poente, como que acenando um derradeiro adeus em beleza, matiza céu e terra de cor-de-rosa.
É um instante fugaz, indeterminado, alheio ao mecanismo monótono dos ponteiros do relógio; mas, para aquele homem, que talvez fosse poeta, conquanto não soubesse fazer versos, esse momento cor-de-rosa na vida do mundo ocupava todas as horas do dia, antes na expectativa, depois na recordação."
António Victorino d'Almeida,  no conto "Um Caso de Bibliofagia", in "Os Devoradores de Livros"
Andava triste. Desalentada, sem saber porquê. Ou melhor, até sabia. Era aquela rotina, aqueles gestos diários e repetitivos, aquela mecanização do quotidiano em que se movia como um autómato. Um dia, outro e outro, todos em fila indiana, já eram tantos que lhes perdera a conta. Cumpria as suas tarefas sem ímpeto e sem garra, no final chegava à janela, indiferente, apenas para constatar que lá fora também  as tonalidades  pardacentas tomavam conta da rua, de quando em vez caía uma morrinha acinzentada. Sentava-se no sofá e abria um livro, para desistir da leitura poucas páginas volvidas. Ligava a televisão, mas no ecrã só desfilavam desgraças alheias até à exaustão, tanto reais como ficcionais. Fechava o aparelho e os olhos, apetecia-lhe dormir e só acordar noutra era planetária. Não adormecia.
Naquele fim de tarde folheava um álbum de fotografias à toa, quase sem reparar nas imagens. E foi nesse exacto instante que decidiu sair do remanso do sofá e agir. Dirigiu-se ao armário e tirou de lá a caixa escondida no fundo da prateleira. Hesitou ainda uma fracção de segundo, antes de levar o primeiro aos lábios. Voltou para o sofá, onde se estendeu, indolente, cerrando novamente os olhos. E, com a embalagem ainda firme na mão, foi colocando um a um na boca, como se fosse um ritual...
Adormeceu, finalmente! Pairava-lhe um leve sorriso nos lábios entreabertos, de onde pendia um fio de baba castanha que pingava no tapete, exactamente em cima dos bombons "mon chérie" que tinham sobrado...

quarta-feira, 30 de março de 2011

(DES)ILUSÕES...

(atenção: o diálogo que se seguiu a este encontro chocou todos os presentes, pelo que foi classificado para maiores de 100 anos de idade - daí não ser aconselhável reproduzi-lo, no todo ou em parte!)

Imagem recebida por mail.
(Obrigada, Marilú!)

terça-feira, 29 de março de 2011

CONSUMISMOS...

Há vários anos, uma tia contou-me os problemas que tinha tido com um cartão de crédito. Como inglesa,  quando os cartões de crédito apareceram no Reino Unido ela aderiu a um, satisfeita por lhe dar oportunidade de trocar os sofás da sala e de fazer mais umas comprinhas para a casa. Mas, como muitas vezes acontece nestes casos, esticou-se. Quando as primeiras contas apareceram eram elevadas, foi protelando alguns pagamentos, mas continuava a usar o bendito plástico sem grandes preocupações, já que ganhava bem. Como é habitual no sistema bancário, os juros dessas dívidas também foram aumentando, até que um dia descobriu que o próprio ordenado não chegava para fazer face à quantia de que era devedora. Aí, assustou-se! E, sem ver outra alternativa, pôs o meu tio a par da situação. Ele, português de uma geração habituada a fazer poupanças, mesmo auferindo uma remuneração inferior à dela, prontificou-se a pagar o montante devedor, desde que ela prometesse deixar de utilizar o dito cartão. E assim foi: ele pagou (ela depois fez questão de lhe devolver o dinheiro, em suaves prestações), enquanto ela garantiu a sua promessa cortando o plástico em pedacinhos.
Vem isto a propósito de quê? Que há muita gente por aí que caiu na mesma esparrela da minha tia e agora anda aí "ó tio, ó tio", sem ninguém que possa abonar? Também, mas pronto, não é novidade para ninguém que a sede consumista dos últimos anos muito contribuiu para isso e alguma daquela inveja de "se o vizinho tem, porque é que não hei-de ter?", idem! Com os bancos e outras instituições de crédito a facilitarem esse endividamento, mas agora não vem ao caso...
O que realmente queria evidenciar com o exemplo acima é que qualquer comparação do meu tio com a CE ou a Merkel, em relação ao nosso país, não passa de mera coincidência, por mais tendência que tenhamos em acreditar em milagres, em D. Sebastiões a aparecerem em dias de nevoeiro, em salvadores da pátria. A única e exclusiva preocupação dessa "gente" é com os credores, fecham os olhos às constantes mudanças das regras do jogo (mesmo que usurárias), exibem uma enorme indiferença perante as populações em geral. Importante é manter o sistema em vigor e castigar exemplarmente os culpados pelo não cumprimento. 
Nem sequer é necessário entender muito de política ou de economia para perceber isto. Escusado será dizer que também ninguém precisa de amigos assim!

segunda-feira, 28 de março de 2011

DESPOJOS DE INVERNO

Aos 17 anos, Ree Dolly tem ao seu cuidado os dois irmãos, Sonny e Ashlee, de 12 e 6 anos respectivamente, e a mãe, uma mulher alheada do mundo devido a uma grave depressão. Mal tendo dinheiro para o sustento da família, a jovem vê-se ainda confrontada pelo xerife, que a avisa que o pai, suspeito a aguardar julgamento pela produção caseira de drogas pesadas, pagou a fiança dando como contrapartida a casa onde residem e, se não se apresentar a tribunal na data marcada, ficarão sem ela. O pai entretanto desapareceu e ela resolve procurá-lo. Mas depara-se com uma barreira de silêncio e múltiplas ameaças - por parte de familiares e vizinhos, que supostamente também se dedicam ao mesmo negócio de drogas - caso continue a meter o nariz onde não é chamada...
Um drama duro e por vezes violento, realizado por Debra Granik (que em colaboração com Anne Rosellini, também assina a adaptação do argumento, baseada no livro de Daniel Woodrell), que conta com Jennifer Lawrence e John Hawkes nos principais papéis e que foi nomeado para quatro Oscars este ano, sem ter ganho nenhum. Vejam o trailer:


Um retrato de uma América pobre e desencantada, que luta pela sobrevivência à margem da lei, muito distante do habitual "sonho americano". Interessante, mas deprimente.

Imagem de cena do filme da net.

sexta-feira, 25 de março de 2011

SAIR DA TOCA...

... até os animais gostam! Mas estes não saíram propriamente da toca, mas sim da moto-serra de Randall D. Boni em confronto com troncos de madeira.

A escultura - porque é disso que se trata - começou por um dos lados do tronco de uma árvore e prosseguiu na sua mimetização da vida selvagem madeira fora.

Gazelas e ursos,

mochos (ou serão corujas?)

e raposas,

 perus e gansos

convivem harmoniosamente nas mesmas árvores esculpidas minuciosamente, graças à arte e engenho do escultor norte-americano, neste trabalho executado em 2009. O aspecto final foi este, mas as fotografias parciais fazem mais justiça ao pormenor:

Ao longo dos últimos 20 anos, Randall D. Boni tem-se dedicado a estas esculturas com moto-serra, em temáticas que incidem sobretudo na vida selvagem ou indígena, executando diversos trabalhos por encomenda e ensinando a sua arte a alunos interessados. Como podem verificar no seu site aqui.
Entretanto também já está na hora de sairmos da toca, para todos gozarmos um...

EXCELENTE E DIVERTIDO FIM  DE SEMANA!!!

Imagens da net.

quinta-feira, 24 de março de 2011

CONTRA-CENSOS?!

Os formulários dos Censos 2011 já foram distribuídos à população em geral - de porta em porta, por  jovens identificados - nem a todos em particular, até porque o método é falível. A entrega deverá ser efectuada em papel ou via net, neste último caso recebendo o cidadão um código específico de acesso. Suponho que quase ninguém recusará o preenchimento da papelada: as estatísticas são úteis para dar uma ideia geral do estado da Nação e, de 10  em 10 anos, nem é pedir muito.
O primeiro problema prende-se precisamente com o acesso ao site: estava entupido 2ª feira, ontem continuava. Pronto, OK, pode ser que após esta fase inicial resolvam isso.
O segundo, e a meu ver mais grave, serão os falsos dados que o Instituto Nacional de Estatística irá analisar, quando muitos recibos verdes forem tomados como trabalho por conta de outrem (sem as respectivas regalias, mas o que é que isso interessa?), os sem-abrigo como residentes no prédio mais próximo do local onde costumam pernoitar (leiam aqui) e, cerejinha no topo do bolo, que o sucesso escolar tenha sido tão estrondoso nos últimos anos - graças às maravilhas das Novas Oportunidades, a cursos equiparados ao 9º ou 12º do ensino oficial e até a algumas dificuldades administrativas impostas aos professores que pretenderam "chumbar" alunos desinteressados, desmotivados e cábulas (novamente, no ensino obrigatório) - que, tirando meia dúzia de velhotes analfabetos, bem podemos passar por um povo culto e letrado...
Não tenho nada contra os censos e logicamente vou responder (isto é, se o endereço fizer o favor de abrir)! Mas que nestes moldes me parecem um contra-senso e uma mascarada, "para europeu ver", lá isso é certo... Mais, agora com um governo demissionário, nem sei quem vai ser o "bode expiatório" desta farsa!

Imagem recebida por mail.
(Obrigada, Marilú!)

quarta-feira, 23 de março de 2011

VAMOS DAR À LÍNGUA?

"Desembestou. Cego da cabeça aos pés, atirou-se ao abismo. Infelizmente, as ensanchas do Zimbro eram outras. Tinha raiva, tinha dentes, tinha unhas e fôlego. Contra tais armas, que podia a sanha de um pobre mortal, gordo e lustroso? Servir de bombo da festa... É que nem a primeira acertou! Ágil e musculado, e com a maleabilidade de uma cobra, o inimigo furtou-se à sua fúria e ripostou a valer ao golpe esboçado. Depois, foi o bom e o bonito! A seguir a uma saraivada de investidas traiçoeiras, meia dúzia de navalhadas de liquidar um homem. Só visto! No fim da luta, quando já não podia mais e se confessou derrotado, sangrava e gemia tanto que até um polícia, em baixo, na rua estreita, se comoveu. O clube, esse, parecia doido de alegria. [...]
Fugiu desvairado pelos telhados fora. A lua, cada vez mais branca lá no alto, olhava-o com desdém. A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim. Da torre duma igreja saía um pio agoirento."

Miguel Torga, no conto "Mago" do livro "Bichos" (1940)

Adivinham quem foi o autor destas palavras, sem recurso à net? Pertencem a um livro de um grande escritor português, que pretendo reler em breve.
Há muito tempo que estava para dar resposta ao desafio literário do Rui da Bica, mas ainda não tinha calhado. Mas é limpinho que a resposta é fácil, sobretudo para quem cair na tentação de fazer uma pequena batota internética. Adiante!
Portanto, para complicar um bocadinho mais, fica o desafio de encontrarem sinónimos para as palavras sublinhadas no texto a bold - vale tudo, até utilizar vários termos para dizer o mesmo, em gíria ou calão, e nem é necessário que se enquadrem no sentido da citação. Um ou vários, conforme quiserem. Uma inspiração moylística, está claro!
Toca a dar asas à nossa língua. E à vossa imaginação e teclado...

A imagem é da minha amiga Teresa, a quem mais uma vez agradeço a lembrança e a simpatia!

ADENDA a 24/03:  O autor do texto já está identificado a verde. Graças ao contributo dos comentadores Paulofski, Moyle, Rui da Bica, Carlos Barbosa de Oliveira e Psimento (e do meu), apuraram-se os seguintes sínónimos:
Cabeça - cachimónia, mona, cachola, carola, tola, moca, cabeção, coco, cocuruto, capacete, bola, cérebro, miolos, e mente;
Festa - comemoração, celebração, folia, festança, farra, festejo, pandan, ramboiada, arraial, boda, banquete, festim, afago e carícia;
Bonito - jeitoso, belo, engraçado, gracioso, lindinho, giro, formoso, gostosão, giraço, janota, lindo, dândi e borracho;
Luta - peleja, liça, pancadaria, briga, porrada, Assembleia da República (eheheh!), batalha, guerra, pugilato, combate, contenda, discussão, debate, embate, confronto, desavença e travar-se de razões;
Doido - maluco, demente, varrido, louco, alucinado, marado, apancado, doidivanas, tresloucado, ensandecido, alienado, idiota, insensato, tonto, desajuizado, sem juízo, doente mental, com pancada (na bola), miolo mole e mal-cozido;
Branca - alva, pálida, clara, brilhante, deslavada, cândida, pura, desbotada, limpa, lívida, esquecimento (temporário), madeixa ou cabelo branco, de raça caucasiana e da cor da neve, do leite, etc.;
Pio - piado, pipilo, pipiar, assobio, fala, de assobios, chilreio, voz, chio, grito, piedoso e caritativo.
Continua em aberto, para quem quiser acrescentar mais algum sinónimo!

terça-feira, 22 de março de 2011

UNHAS COM GARRA!

"A curiosidade matou o gato" é uma expressão inglesa cujo significado não entendo, para lá do vago sentido de a desaconselhar. Curiosidade essa que foi tão útil para grandes cientistas e inventores, nomeadamente nascidos nas ilhas britânicas, como Graham Bell ou John Baird, por exemplo. Contradições!
Provavelmente o provérbio pretenderá significar que não devemos meter o nariz onde não somos chamados ou evitar curiosidadezinhas que não adiantam nem atrasam para a nossa felicidade. Não foi isso que fiz! E assim descobri, surpresa, que ao longo de todos estes anos de blogue o post que mais tem sido alvo de pesquisas via Google intitulava-se "Quem não tem unhas...". Cujo tema focava unhas, logicamente.
Então anda aqui uma pessoa a escrever sobre cinema, literatura, artes, cenas do dia a dia, um pouco de política ou de notícias controversas, umas músicas, historietas ou poesias de vez em quando e a malta quer é saber mais sobre unhas?!?
Para não defraudar as expectativas de futuros pesquisadores, aqui seguem outros exemplos internéticos de como podem pintar ou decorar as vossas unhas, algumas mais tipo garras de gel... mas são gostos:

Lindas, não são? E dão imenso jeito no dia a dia, quando o intuito é arrasar em termos de moda, sofisticação e beleza. Já para teclar ou descascar batatas não darão tanto, mas a elegância requer alguns sacrifícios!
Entretanto vou ali amuar e já volto... (mas sobre unhas não volto a escrever, pelo menos nos próximos dois anos: ouviram, oh pesquisadores?!)

Imagens da net.

segunda-feira, 21 de março de 2011

UM ANO MAIS

Tom e Gerri (este sentido de humor britânico...) formam um casal feliz de meia-idade, que leva uma vida profissional realizada já à beira da reforma, na pacatez e serenidade de fins de semana passados a cultivar legumes num terreno próximo de Londres, cidade onde habitam, ou em múltiplos encontros com familiares e amigos que convidam com regularidade. Mas, ao contrário deles, quase todos estão a atravessar diferentes crises existenciais: Mary (Lesley Manville), secretária no centro de saúde onde Gerri trabalha como assistente social, uma divorciada solitária e perturbada, com dificuldade em aceitar a própria idade e que fala ininterruptamente de trivialidades, pretendendo passar pela mulher jovial e sedutora que julga ter sido no passado; Ken (Peter Wight), um amigo com problemas de alcoolismo e que deseja dar uma nova oportunidade ao amor (mas que curiosamente Mary desdenha); Ronnie (David Bradley), irmão de Tom, que se encerra num teimoso e desconsolado mutismo após a morte da mulher. 
Assim, ao longo do ano e durante as diferentes estações eles vão semeando, cultivando, regando e colhendo os frutos não só da sua horta, como também no círculo daqueles que os rodeiam. Só Joe (Oliver Maltman), filho do casal já na casa dos 30, parece ter encontrado a felicidade ao lado de Katie (Karina Fernandez), uma jovem terapeuta. Facto esse que visivelmente contraria Mary, que aparentemente alimentava esperanças num relacionamento com o rapaz, mas que desaponta a amiga de longa data...
Este drama do realizador e argumentista inglês Mike Leigh é protagonizado por Jim Broadbent e Ruth Sheen (para além dos actores já enunciados) e foi nomeado para o Oscar de melhor argumento original este ano. Podem ver o trailer aqui:


Vê-se bem, mas sobretudo relembra que a paciência tem limites, quando os amigos tentam interferir nas decisões que não lhes pertencem. De um modo muito britânico, está claro!

Imagem de cena do filme da net.

sexta-feira, 18 de março de 2011

MALMEQUERES!

Lisboa, 18 de Março de 2011
Caros amigos:
Hoje resolvi escrever-vos uma carta, em vez do habitual post. Quem não tem saudades de receber uma carta ou um simples postal de um@ amig@ na sua caixa de correio, em vez das múltiplas contas para pagar (e isto se algumas não vierem já via correio electrónico) e publicidades de todo o género e feitio?
Bem sei que quando olharem a foto, tão banal, vão pensar se não arranjava melhor. Mas para mim encontrar estes pequeninos malmequeres, a despontar timidamente num relvado de uma rua movimentada de Lisboa, foi uma alegria: é o primeiro sinal da Primavera! E aqui e ali outros floresciam  em tufos esparsos, tremelicando ligeiramente ao sabor do vento, que ainda espairecia o odor da terra molhada. Apesar do trânsito e dos tubos de escape. E das pessoas apressadas que passavam sem reparar. Terei sido a única? Nesse aspecto as crianças são fantásticas, deslumbram-se sempre, como eu, com cada novidade que a natureza nos traz. Mas não andava por ali nenhuma...
A verdade é que ela está a chegar mesmo, já no próximo Domingo pelas 23h21m, assim asseguram os meteorologistas cada vez mais meticulosos. Coitada da dona L., que deve estar a dar voltas na tumba com estas modernices, ai da aluna que lhe respondesse que a Primavera começava a 20 de Março - certamente ferveria reguada! 
Portanto, há que preparar um novo ciclo de vida, aproveitar os dias mais longos (a hora também muda a 27 de Março) e a sua chegada, sair à rua para fotografar o que nos rodeia, passear à beira-mar, por jardins ou por onde nos aprouver, sentar nas esplanadas a ler aquele livrinho que há tanto tempo está esquecido na prateleira,  e, claro, proporcionar encontros com @s amig@s  para pôr a conversa em dia. Sim, porque não é só com um mail esporádico ou um telefonema rápido que a amizade se mantém e floresce. Mas também não é necessário andar sempre em cima, evidentemente, que todos gostamos de ter o nosso espaço. Bom, e por enquanto será só isso, que os mergulhos ficarão lá mais para o Verão, pois a água ainda deve estar gelada (brrrr!!!). Sem esquecer, obviamente, que entre estas tardes e noites cálidas ainda surgirão aguaceiros, que convidarão ao aconchego do sofá ou a uma ida ao cinema. Faz parte! Não se esqueçam é que este é o primeiro fim de semana do resto da vossa Primavera, há que saboreá-lo... Divirtam-se!
Beijocas da
Teté

FINALMENTE... ENTENDI!!!


Nunca percebi para que servem os seguidores. Mas há sempre um dia (ou noite) em que se faz luz... Foi hoje!
Portanto, resta avisar que este blogue vai estar em actualização até à próxima segunda-feira, com calmex, até lá não se aceitam reclamações.
A gerência agradece a vossa compreensão!


Imagem de Jim Davies, via net.

quinta-feira, 17 de março de 2011

CERROMAIOR

Foi por coincidência que peguei em "Cerromaior", de Manuel da Fonseca, logo a seguir ao "Livro" de José Luís Peixoto, já que há muitos anos me piscava o olho da prateleira. Obviamente não vou comparar os dois, nem tenho conhecimentos para tal, mas quase pareceu uma sequela - ambos descrevem terras alentejanas, parcialmente na mesma época, com a realidade das gentes que por lá passaram ou viveram. E  ambos com um leve toque de poesia, em algumas passagens, como esta: 
"Lá fora, a vila despegava-se da planície como uma paisagem de sonho. Decerto, em qualquer lado, algum menino ensonado mexia os dedos e falava coisas sem nexo. Vila quieta, debruçada no sono, adormecida antes de os olhos se fecharem."
Adriano está preso na cadeia da vila, mas tem liberdade de se movimentar durante o dia fora da sua cela, quando percebe que há qualquer coisa de errada com outro prisioneiro, louco, que em mais uma crise de loucura grita espavorido, enquanto os restantes presos protestam pela falta de sossego. O guarda prisional vem quando Adriano o chama - tratando-o respeitosamente por senhor - para ambos encontrarem o corpo de Doninha sem vida. 
Este primeiro capítulo é na verdade o último, porque o escritor volta para trás no tempo, para descobrirmos porque é que o jovem estudante voltou à terra natal, interrompendo os estudos em Lisboa, para ali ficar orfão de pai e mãe, aos cuidados de uma avó velha e lamurienta, enquanto os primos tomam conta das terras de cultivo da família, com mão de ferro. Ainda é menor e o pai deixou dívidas por pagar. "O tio e os primos conservaram sempre a mesma expressão carregada e foram unânimes em afirmar que os tempos iam maus, Adriano que esperasse - logo que as coisas melhorassem voltaria aos estudos". Eram os principais credores.
Mas ao longo das 209 páginas deste livro as histórias desenrolam-se em torno dos ceifeiros do campo, Maltês e Toino Revel, do carteiro Doninha a quem "provisoriamente, meteram na cadeia", da Antoninha "de olhos fixos e tristes", do intriguista Abílio Rocha, do prepotente Carlos Runa, entre tantos outros que rodeiam o taciturno Adriano, na sua vivência monótona entre o largo principal, a taberna e o grémio, à deriva sem nada que fazer, para lá de algumas bebedeiras, caçadas e desejos libidinosos... 
Este primeiro romance de Manuel da Fonseca, publicado em 1943, não precisa de elogios de ninguém. Fala por si! 

quarta-feira, 16 de março de 2011

GRANDE TACADA!

A notícia já é velha, com dois dias ou coisa, e provocou grande indignação: o IVA vai baixar... para o golfe! De 23 para 6%, como se o golfe fosse um bem de primeira necessidade, ainda com o Sócrates a ficar "sensibilizado" com os problemas no sector. Claro que lendo a notícia mais atentamente não há sensibilidade nenhuma, é apenas uma hipótese que o governo está a encarar, com o PEC-MAN (alcunha divulgada via  facebook) a ver os cifrões a fugirem-lhe em  frente ao narigão.
Evidentemente que se começasse a deslindar todos os dislates dos nossos governantes, o rol seria tão extenso que nem escreveria sobre mais nenhum assunto. Não tenho essa pretensão, muito menos intenção!
Mas como o espanto sobre esta reviravolta de IVA foi grande, houve quem se confundisse:


E esta, hein?!

Imagem da net.

terça-feira, 15 de março de 2011

JOGAR NO ESCURO

Fotografia de Ian Britton

Recentemente recebi um mail, supostamente do Montepio Geral, a informar que tinha sido feita uma transferência bancária para a minha conta de 800 e tal euros. Vinha com uma "imagem a ilustrar" - mas que curiosamente não abria (apenas um rectângulo em branco, onde a um canto figurava uma cruz vermelha) - como comprovativo. E no meio de uma grande lengalenga, aparentemente legal, vinha um link onde clicar, caso não conseguisse ver a imagem. 
Ora se não tenho conta nesse banco e ninguém me deve dinheiro, a que propósito é que alguém me faria uma transferência (e para onde)? É verdade que se fosse noutros tempos até clicaria, a informar que se tratava de um erro. Mas depois de receber milhentos mails de aviso sobre fraudes e "contos do vigário" informáticos (confesso que muitas vezes pensei que eram exagerados) e especialmente após "conhecer" Lisbeth Salander (eheheh!), concluí que era barrete! Portanto, as consequências do clique ficaram por descobrir, mas fica a nota que realmente andam por aí uns vigaristas a tentar-dar-não-sei-que-golpe, não é só treta!
Nem de propósito, poucos dias depois, recebo uma mensagem numa conta do facebook, onde praticamente só jogo poker. Como tenho estado à espera que a apaguem, tal como aconteceu com alguns amigos que usaram nicknames para as abrir, nem estranhei muito. Mas não era lá desses administradores, mas alegadamente dos do próprio poker, com outra grande lengalenga, desta feita em inglês, que embora estivesse conforme com as regras do jogo havia lá um erro e que se não carregasse no link anexo dentro das seguintes 12 horas apagavam o acesso a ele. Pois! Em causa estavam cerca de 3,5  milhões de fichas, que não valem rigorosamente nada. Ainda achei piada: já não se pode ser milionária virtual, que não venha logo um invejoso tentar fanar a "riqueza"? 
Enfim, estes trafulhas jogam no escuro e na ignorância ou ingenuidade alheia, por aqui não tiveram sorte nenhuma... (não gosto de dar ou receber conselhos, mas estejam atentos, só isso deve chegar...)

segunda-feira, 14 de março de 2011

BLUE VALENTINE

"Os homens são mais românticos do que as mulheres. Eles não se querem prender, mas quando encontram a mulher dos seus sonhos não hesitam em casar e constituir a sua família. Já elas, que suspiram por um príncipe encantado, contentam-se em casar com um homem porque tem um bom emprego e não as trata mal." * - desabafa Dean, o protagonista de "Blue Valentine", com um companheiro de trabalho. 
É difícil escrever sobre este filme sem desvendar parte do final, pois desenrola duas acções praticamente paralelas: a presente, em que são evidentes os sinais de desconforto e conflito na relação de um casal que tem uma filha de 5 anos de idade, e a do passado, em que cada um relembra o modo como se conheceram e a evolução do seu romance. E é a partir desse confronto entre presente e passado que os espectadores identificarão Dean e Cindy com tantos outros casais desavindos na sociedade contemporânea. Como é possível explicar que alguns anos antes parecessem tão apaixonados e agora qualquer trivialidade seja motivo para acaloradas discussões? A rotina chega como razão para o desencanto que se instala?
Simultaneamente terno e triste, não deixa de nos fazer sorrir em algumas cenas, como podem espreitar no trailer:


Gostei, não só por ser um filme que nos faz pensar na efemeridade das relações actuais, mas também  pela  música e pelas excelentes interpretações de Ryan Gosling e Michelle Williams - uma das nomeadas para o Oscar de melhor actriz em 2011, precisamente como protagonista desta película realizada por Derek Cianfrance. Apesar disso, é o jovem actor canadiano - que também já vi em "Ruptura" e "Crimes Calculados" ("Fracture" e "Murder by Numbers" nos títulos originais, respectivamente) - que mais sobressai no grande ecrã. Um nome a não esquecer, portanto!

* o sentido da frase é esse, as palavras exactas não, a "citação" segue de cor...

Imagem de cena do filme da net.

domingo, 13 de março de 2011

E O POVO, PÁ?

O povo saiu à rua para protestar o seu descontentamento, como comprovou o marquês no alto do seu pedestal. Ou comprovaria, caso tivesse boca para falar e olhos para ver. Visão privilegiada essa muito almejada por vários manifestantes, jornalistas ou mirones, que emaranharam pela coluna e candeeiros acima com o fito de melhor fotografar ou filmar o desenrolar da manifestação convocada pela já famosa "geração à rasca", a partir de um dos locais designados para a concentração.

É certo que veio o novo, o velho e o menino, tal como diz a canção dos Homens da Luta, que juntamente com Fernando Tordo e Rui Veloso, posicionados num palco improvisado num camião de caixa aberta, cantavam umas poucas das suas músicas mais emblemáticas, enquanto a malta as trauteava de cor e salteado, no meio de aplausos.

Outros empunhavam cartazes, gritavam-se palavras de ordem em coro e de conteúdos variados, mas prevalecia a serenidade e até alguma alegria na contestação.

Mas chegou a hora da debandada (até já passava) - anunciada por Jel no seu megafone - e lá seguiu a multidão compacta rumo ao Rossio, via avenida da Liberdade fora, que afirmavam os "empoleirados" estar repleta de manifestantes, já que aquele não era o único "ponto de encontro".

Cerca de meia hora depois ainda chegavam os atrasados dos costume e mais ainda se juntariam às fileiras da manifestação, pois fazendo o caminho inverso para casa encontrei grupos de pessoas que nitidamente se encaminhavam nesse sentido.

E aqui terminaria este relato da minha breve participação numa manifestação - a mais longa dos últimos 30 e tal anos, diga-se! - se porventura na noite de ontem não tivesse passado nos Restauradores e no Rossio e observado o lixo que lá deixaram espalhado nas calçadas, com garrafas de água vazias a rolar por todos os lados, entre papéis e outros itens não identificados. O povo é ordeiro e correcto a manifestar-se perante todas as injustiças de que tem sido vítima ao longo do tempo, mas em matéria de higiene e limpeza ainda tem muito a aprender, pá! 
ps - não me empoleirei em lado nenhum, porque bloguista estatelada não posta nada!  

sexta-feira, 11 de março de 2011

ADIVINHAM QUEM VEIO... ?

Com muito ESTILO,

CLASSE,


SOFISTICAÇÃO,

SENSUALIDADE e

CORAGEM...

... os "bons da fita" encantaram várias gerações! Quem são (ou eram) eles? Mas há qualquer coisa de "errada" com estas fotografias dos galãs e vamps do cinema do século passado... O que será? (obrigada, Rui da Bica, pela tua paciente explicação!)

UM EXCELENTE FIM DE SEMANA PARA TODOS!

ADENDA a 13/03/2011: O Paulofski acertou na Audrey Hepburn, o Rui da Bica em todas as restantes (via e-mail). Assim, por ordem da primeira para a última, temos Montgomery Clift, Audrey Hepburn, Marlene Dietrich, Rita Hayworth, Liam Neeson, Tyrone Power e Lana Turner. Todos (excepto a última) empunhando o seu cigarro, que os tempos eram outros...

Imagens da net.

quinta-feira, 10 de março de 2011

"SÓ POR MILAGRE..."

- Mãe, temos um problema! - avisou o meu filho, algumas horas antes da estipulada para o seu exame. Notei aquele plural e estranhei. Aguardei.
Ele tinha-se deitado cedo, pois no dia seguinte tinha marcadas duas aulas para as 7 e 8 da manhã, antes de ir para o exame às 10. Mas já o tinha ouvido a cirandar pela casa, pensando que era do nervoso. Nada disso! Acordou de repente, com um flash: "Onde é que tenho o meu cartão do cidadão?" Levantou-se, procurou por todo o lado... e nada!
Onde perdeu ou esqueceu a carteira não se lembrava, provavelmente durante o fim de semana, não voltara a precisar dela. Nada de inédito, mas irrelevante para solucionar o problema. "Ah, mas tenho fotocópia do cartão!", acrescentou, como se fosse tábua da salvação. "Achas que não dá?", perguntou, perante o meu olhar incrédulo. Fui franca. 
Na verdade divagava mais sobre a irresponsabilidade dele, tentava perceber se também tinha sido assim. Concluí que sim, embora em mais nova. Mas não duvidava que as hipóteses de ele conseguir fazer o exame de condução,  munido de uma fotocópia, eram mínimas... Já estava na fase seguinte, de quanto é que isso ia custar a mais, se teria de fazer mais aulas antes do próximo, uma vez que não era questão de preparação (que também é sempre relativa, convenhamos). Mas ele, teimoso e desejoso da sua carta, engendrara um novo plano: ia falar com o instrutor às 7, depois se necessário ia à loja do cidadão tirar novo cartão e seguia para o exame. Duvidei que resultasse! Quando saiu de casa nesta demanda, depois de uma noite quase em claro com todo este stress, desejei-lhe: "Boa sorte! Mas só por milagre..."
Ao meio dia telefonou e só disse uma palavra:  "Milagre!"

quarta-feira, 9 de março de 2011

LIVRO

É pegar ou largar! Peguei e não larguei! Adorei!
Nunca tinha lido nenhum livro de José Luís Peixoto, vivamente aconselhado pela Tons de Azul, uma leitora incansável. "Muito deprimente!",  afirmava outra amiga, igualmente assídua nas leituras. Perante estas duas perspectivas, decidi que o melhor era ler e tirar as minhas próprias conclusões. E começar pelo último título do escritor, sem essas impressões alheias sobre os anteriores. Calhou "Livro", em boa hora! 
"A mãe pousou o livro nas mãos do filho.
Que mistério. O rapaz não conseguia imaginar um propósito para o objecto que suportava. Pensou em cheirá-lo, mas a porta do quintal estava aberta, entrava luz, havia muita vida lá fora. O rapaz tinha seis anos, fugiu-lhe a atenção, distraiu-se [...]"
O nome do rapaz é Ilídio e não imagina ainda que a mãe está prestes a abandoná-lo junto à fonte da vila, decorria o ano de 1948. Josué, o pedreiro que construíra essa fonte - que certo dia jorrara da bica a fossa da D. Milú como se fosse um pesadelo - vai buscá-lo e leva-o para sua casa. Os anos passam e Ilídio vai crescendo na companhia de Josué, dos amigos Cosme e Galopim, namorando Adelaide às escondidas da velha Lubélia, tia da rapariga. Mas quando finalmente têm coragem para assumir o noivado, a velha ri-se muito e num instante manda a sobrinha fazer a mala e mete-a numa camioneta para França. O apaixonado Ilídio tenta seguir-lhe o caminho, na companhia de Cosme, desejoso de fugir à guerra... 
A partir daí o enredo foca a emigração, as más condições nos biddonvilles dos arredores de Paris, a dificuldade de entendimento de uma nova língua, mas também o espanto de encontrar outras vivências, mentalidades e culturas. Simultaneamente, uma história que retrata  a realidade de um povo pobre que tem de batalhar pela sobrevivência, longe da sua terra natal, à qual  está preso por raízes inexplicáveis racionalmente.
262 páginas lidas num ápice, divididas em dois capítulos, em que o primeiro nos dá uma imagem de outros tempos num pequeno núcleo de personagens da mesma aldeia (até à 204 e Abril de 1974) e o segundo assemelha-se a um epílogo prolongado, com divagações várias, sem norte...
Mesmo assim, repito: ADOREI!

terça-feira, 8 de março de 2011

PLIM!

Tocaram à porta. Era um plim. Só mais um. Fazer o quê? "Entra e senta-te!", convidei, desta vez sem grande vontade. Já se sabe que vai abancar, comer, beber, dormir, viver como se estivesse na própria casa. E um dia vai embora sem qualquer explicação e outro plim bate à porta. Vale que não dói, nem causa grande transtorno. Mas as rotinas também cansam, não é?
Enfim, desde que haja música e alegria, tudo se vai levando... Maestro?


CARPE DIEM!

Imagem da net.

segunda-feira, 7 de março de 2011

GARRAFAS RECICLADAS

Os e-mails são como os boatos: circulam, circulam e tornam a circular, às vezes até terem barbas. Não sei se este será um deles, pelo menos foi a primeira vez que o recebi (obrigada, Marilú!), mas achei a história curiosa.
Os monges budistas tailandeses de Wat Pa Maha Chedi Kaew (ou mais ou menos isso) - na província de Sisaket, próxima da fronteira com o Camboja - começaram a recolher garrafas de cerveja, em 1984, a decorar o templo e a edificar novos pavilhões com elas. 

Se de início as populações locais não viam com bons olhos a associação dos monges às garrafas de cerveja, à medida que o projecto foi avançando aderiram à ideia da reciclagem e o resultado da construção está à vista nestas fotografias.

Às garrafas verdes da Heineken, juntaram-se...

... as castanhas da Chang Beer, uma marca local.

Segundo consta, também as caricas foram utilizadas em alguns mosaicos de Buda (não encontrei fotos) e a população tailandesa passou a designar o local de "templo de um milhão de garrafas", pois mais de um milhão delas foi empregue na sua construção. Simultaneamente, resolveu-se um problema de poluição ambiental e abriram-se novos rumos para ajudar a solucionar uma questão mundial, que também é de todos nós, individualmente! Há gente com ideias fantásticas, não há?

CONTINUAÇÃO DE BOM CARNAVAL PARA TODOS!


Imagens da net.

domingo, 6 de março de 2011

LUTA É ALEGRIA

Não costumo ver o festival da canção da RTP, mas desta vez calhou! Diga-se em abono da verdade, que as canções eram bastante fraquinhas - uma miúda desafinou até mais não, outra parecia que ia de espartilho vermelho, uma das letras tinha o imaginativo título de "Boom, boom, yeah". Enfim, se não era o título, era o refrão, que fui vendo sem prestar grande atenção. O júri nacional votou, a miúda desafinadíssima ficou em segundo lugar, em primeiro "São os barcos de Lisboa", interpretada por Nuno Norte.
Porém, faltava a votação do público! Que contava 50%. E, surpresa das surpresas, este atribuiu a pontuação máxima aos Homens da luta, que assim venceram o festival, com "Luta é alegria":


O povo votou, pá, e eu fartei-me de rir! Especialmente a imaginar a cara do Sócrates e do Cavaco quando souberem a boa nova! E a da senhora Merkel, já que o eurofestival terá lugar na Alemanha, quando a informarem que eles incentivam a malta a ir para a rua lutar? (também deve ser desta que acabam com a votação dos telespectadores em espectáculos do género... eheheh!)

BOM DOMINGO DE CARNAVAL!
Imagem da net.

sexta-feira, 4 de março de 2011

CORSOS CARNAVALESCOS

Em tempos que já lá vão, passava um corso carnavalesco aqui na Estrada de Benfica, com todos os miúdos das escolas das redondezas que quisessem participar. Da infantil e da primária (ou básica), com o apoio da junta de freguesia e a participação activa de educadores, professores, pais e alunos, do ensino público ou privado. O trânsito era desviado para vias alternativas. Nas manhãs de sexta-feira de Carnaval, a animação era garantida!
Assisti a quase todos esses desfiles de putos mascarados. Por vezes as máscaras obedeciam a um tema proposto pela escola ou pela professora da turma, outras nem tanto. Espantalhos, palhaços, cowboys, princesas, espanholas salerosas. simples legumes ou cartas de jogar, lá seguiam todos ufanos das suas indumentárias, mais ou menos buriladas. Todos, é força de expressão, porque alguns poucos "mais velhos" recusavam-se a alinhar no corso, muito sérios já em crianças... Adiante!
Eram acompanhados por uma banda e iam cantarolando umas cançonetas no caminho. Alguns vizinhos quezilentos protestavam do barulho, do trânsito desviado, contra o Carnaval, a vida, a crise, sei lá que mais. Uma manhã por ano e não aguentavam que miúdos e graúdos se divertissem. Uma maioria barulhenta, é certo, mas que até lhes dava motivos para resmungar.
O corso não acabou devido a eles, mas a umas eleições autárquicas. Os novos detentores da autarquia nem quiseram saber da trabalheira de voltar a organizar tal coisa. Gente mais séria, evidentemente! Mas aposto que os resmungões da praxe ainda não sossegaram e encontraram outras razões para os seus queixumes.  Tempos divertidos que já lá vão...
   
BOM CARNAVAL!

Imagem da net.