segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CREPÚSCULO EM LISBOA

No final de tarde de um Domingo abrasador, que tal ir dar um pequeno passeio por um jardim de Lisboa, quem sabe sentarmos-nos numa esplanada a ler um livro e a beber uma imperial geladinha? Assim fizemos... e não nos arrependemos!

Num dos lagos do Parque Eduardo VII, os patos e cisnes sulcam os reflexos do arvoredo e dos guarda-sóis coloridos nas águas calmas...


.... enquanto podemos admirar belas e
imponentes estátuas construídas durante o Estado Novo, numa remodelação do espaço idealizado pelo arquitecto camarário Keil do Amaral, responsável pelos dinamização de espaços verdes da cidade e respectivo equipamento - onde se incluem também o Parque Florestal de Monsanto e o Campo Grande.

As esculturas são da autoria dos escultores Euclides Vaz - figura feminina com cavalo (1958) - e Stella de Albuquerque - figura feminina com veado (1953).

Pesquisa na net.

Por cima do verde das árvores frondosas que circundam o local, avistam-se ainda as cúpulas de alguns edifícios emblemáticos de Lisboa.

As flores salpicam a paisagem com vários tons de rosa, branco e alaranjado...

... mas a lua já surge tímida no céu, entre as folhagens das buganvílias. É hora de regressar a casa e de nos prepararmos para mais uma semana rotineira!

Da música tranquila do bar ficou-nos no ouvido a voz melodiosa de Charles Aznavour: (OK, a pronúncia inglesa dele não é lá essas coisas, mas isso até dá mais graça...)



Aproveitem, que estou calma! [por isso deixo o tema de outras estátuas (?!) do local para outro dia...]

domingo, 30 de agosto de 2009

UP - ALTAMENTE!

Vai uma pessoa ao cinema ver desenhos animados, desprevenida, ao fim dos primeiros minutos já está com a lagriminha ao canto do olho?! Ai...

Carl e Ellie conhecem-se em criança, sonham com aventuras fabulosas num paraíso perdido na América do Sul, crescem, casam, (re)constroem a sua casa, mas entre felicidade e vários dissabores o tempo passa... Quando estão prestes a realizar a viagem almejada, já numa fase tardia da vida, ela adoece e morre!

Estes são apenas os primeiros minutos, em que perpassam cerca de 70 anos de vida. Logo de seguida encontramos o velho Carl sozinho em casa (outro!), rabugento, desconsolado e inconformado com a nova vizinhança de grandes arranha-céus, onde ainda abundam ávidos construtores civis que insistem em comprar o terreno onde habita, numa ganância desmedida por boas e lucrativas negociatas. Acidentalmente, o idoso atinge um trabalhador das obras com o seu andarilho, o que leva o tribunal a decidir que ele seja internado num lar (supõe-se que com alguma influência da equipa de advocacia das construtoras), por ser uma "ameaça à sociedade". Contudo, ele planeia outra coisa... e ao prender milhentos balões no telhado da sua casa, parte num voo rumo à aventura!

Mas, ao longo desse percurso, encontra a inesperada companhia de alguns parceiros - Russel, um jovem escuteiro entusiasta e carente de atenção, Kevin, um passaroco exótico, e Dug, um cão falante que deseja outro dono - e assim se inicia uma viagem atribulada pelos céus (florestas tropicais, rochedos, rios e cascatas) sul-americanos. Até ao momento em que se confrontam com Muntz, um explorador excêntrico e banido pelos seus pares, que domina matilhas de cães com as coleiras que inventou para o efeito, enquanto conduz o seu zepelim numa busca desenfreada...

Um filme carregado de simbologia - que os putos dificilmente entenderão - com alguns alertas para vários problemas da sociedade actual. Nomeadamente, a solidão de idosos "catalogados" como imprestáveis, a carência de afecto das crianças que crescem com pais ausentes e supostamente super-ocupados, ou o mau uso que as raças de cães criadas pelo homem podem representar, se "domesticadas" por déspotas.

Mais uma vez a Pixar, Peter Docter e Bob Peterson, que partilham créditos na realização e argumento, estão de parabéns! Um filme a NÃO PERDER, para os amantes do género!!!

Os que ainda não assistiram podem espreitar o trailer aqui, aos que já viram, pergunto: A forma da cara de Muntz não vos fez lembrar um velho actor norte-americano? Adivinhem lá quem...

Imagem da net.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

DE CASAMENTO MARCADO...

Ao responder a um 'quizz' no Facebook, tentando desvendar o que o futuro me reserva (?!), descobri que vou casar-me em breve. Fiquei preocupada! A bigamia já não é crime em Portugal?! Não me apetece nada ir bater com os costados no xelindró, só porque o "adivinho" lá do estaminé assim augura o meu destino...

E aí relembrei os meus tempos de solteira (e boa rapariga), e a quantidade de chatos, chatinhos e chatarrões que me perguntavam frequentemente se o casório estava para breve, quando até era notório e visível que não se vislumbrava nenhum namorado ou companheiro no horizonte. A partir de certa altura, fartinha daqueles inquéritos (parece que agora volto à mesma, mas pronto!), comecei a dar uma resposta "chapa 5":

- Só um homem me leva ao altar!

O "sortudo" era este:


Algo me diz que não teria resultado! Especialmente se ele me viesse buzinar ao ouvido o "Wake me up before you go-go", ainda meio estremunhada. Mas continuo a gostar da voz do rapaz, que até já nem é tão rapaz assim...



UM ÓPTIMO FIM DE SEMANA PARA TODOS!

(e continuação de boas férias para os felizardos!)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

TUBARÃO 2000

Em quantos quiproquós se pode meter um homem? Em muitos, se ele se chamar Marcelino Bandeira Fagundes da Gama...

No seguimento de "Coca-Cola Killer", António Victorino D'Almeida oferece uma leitura completamente alucinante, sobre as diatribes de Marcelino - homem fascizóide, mesquinho e centrado no seu umbigo, pouco esperto por natureza - que ascende a cargos diplomáticos à conta de muita lambebotice aos ricos e poderosos, em troca de alguns "favores" (evidentemente!), que o levam a enveredar pelos sinuosos caminhos da política, da diplomacia, da religião, da música rock, do futebol e da pornografia. Dono de um palavreado empolado, raramente entende o significado das missões duvidosas que lhe atribuem, o que o leva a vivenciar situações bastante caricatas e bizarras. Na sua ambição desmedida de promoção social (e consequente dinheirama), sem discernimento suficiente para se olhar ao espelho, considera-se um "cidadão correcto e exemplarmente cumpridor dos seus deveres sociais e privados, carenciado de faltas ou pecadilhos dignos de confissão..." Na verdade, arrogância e presunção não lhe faltam, nomeadamente junto aos seus subordinados e gente do povo.

Mas as personagens abstrusas de "Tubarão 2000" não se limitam ao narrador/protagonista, multiplicam-se em catadupas: o professor Napolearte Bonapão (cujo pai era adepto de Napoleão Bonaparte, mas, infelizmente, o funcionário do Registo era meio surdo e não entendeu bem o nome), que gosta de pregar estalos em caras alheias - inclusivé na de Marcelino; o cineasta Lúcio Luz, que realiza longuíssimas metragens muito aclamadas em França, mas que ninguém entende, e ainda tem uns "ataques" de baba quando alguém o critica; Carvalhedas, um anão devasso num cargo importante, que se esmera numa vingança contra um arquitecto camarário, por não conseguir chegar aos botões de cima do elevador; uns criados paraguaios, recomendados pela nova-rica Ludovina Mocho, que são hábeis no uso das armas; e muitos, muitos mais...

488 páginas de puro gozo e 'non sense', mas que de alguma forma retratam caricaturalmente algumas pretensas "elites" da sociedade actual. Em suma: ADOREI!!!

CITAÇÕES:

"Obriguei-me a reagir ao estado de estupor, espetando a ponta de um canivete numa nádega, o que me levou a soltar enormes gritos de dor, não tanto pela ferida, muito superficial, mas sobretudo pelo efeito do álcool que achei conveniente espargir na região atingida, e que escorreu como um implacável caudal de lava incandescente para zonas tão recatadas como sensíveis!"

"[...] um posto como aquele que ocupava em Londres exigia um conhecimento minucioso de todos os diários e hebdomadários: horas por dia ocupado a ler as linhas e outras tantas a decifrar as entrelinhas, que são muito mais complexas, pois não têm nada escrito!... [...]"

"De Lisboa, com viagens e estadias pagas por várias entidades oficiais, veio uma animada comitiva de trinta e nove pessoas, mas só oito estiveram na projecção, devido a enxaquecas, telefonemas urgentes e confusões de fusos horários que retiveram as outras nos hotéis, fora as que se enganaram nas ruas e deram por si na plateia de outros espectáculos."

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PARABÉNS, MICHEL!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O DESTINO MARCA A HORA?

Fez ontem 25 anos que o meu pai morreu. Afogado na praia, durante as férias, como já referi aqui. Quatro anos depois, noutras férias em Caminha, eu e a minha mãe assistimos pela televisão a imagens do incêndio do Chiado. As lágrimas corriam-nos cara abaixo ou no coração, num desgosto imenso e duplicado! Pela primeira vez, ao longo destas mais de duas décadas, não me deitei a pensar nesses dias infelizes, nem a data fatídica me ocorreu quando acordei. O tempo passa, os desgostos amenizam...

A irritação incidia exclusivamente no relógio de pulso, que parou. Se durante décadas nunca usei, por vontade própria, porque é que agora me faz tanta falta? Porque é que já não consigo adivinhar a hora exacta, com um diferencial de poucos minutos? Porque olho para ele tantas vezes, para me assustar com os ponteiros estáticos? Mudo-lhe a pilha ou meto-o na gaveta? Para já tirei-o, na verdade não simpatizo muito com relógios!

Mas como a vida tem destas coincidências, por volta das sete da tarde fui à lavandaria buscar algumas peças de vestuário. Distraída com uma montra que acabava de ver em tons de violeta - uma das minhas cores preferidas - escorreguei no passeio abaulado de uma entrada de garagem e aterrei nas pedras da calçada, acabando a rebolar por ela. As lágrimas saltavam-me dos olhos, com a dor intensa no joelho direito, mal consegui agradecer às duas mulheres que me auxiliaram a levantar. Não sei se para me animar, a empregada da lavandaria afirmou que o INEM tem socorrido muita gente naquele local, onde as quedas são frequentes.

Só algumas horas e um joelho negro e inchado mais tarde, relembrei que o dia 25 de Agosto costuma ser aziago para mim! Mas o que é um joelho dorido, comparativamente com as causas de desgosto do passado?!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

LADRÕES DE TRAZER PARA CASA...

Fotografia de Ian Britton

Desde criança que assisto a uma prática corrente na sociedade portuguesa (talvez também exista em outras...), que me irrita bastante: a mania do pessoal gamar pequenos objectos que lhe surjam pela frente, como se fosse mero jogo do "gato e do rato".

Vizinhas gabavam-se dias a fio dos caramelos que surripiavam nas tiendas de Badajoz, colegas de liceu exultavam por terem aumentado a sua biblioteca sonegando uns quantos livros dos escaparates na Feira de Lisboa, quatro companheiros da viagem de finalistas foram detidos em Londres, por fanarem uns anéis de pechisbeque, caixas de fósforos e um guarda chuva, num grande armazém. A polícia londrina já na época não brincava em serviço, eles não voltaram com a malta, foram extraditados para Lisboa com um carimbo no passaporte de "personna non gratta"!

Ao longo dos anos já vi de tudo um pouco: rolos de papel higiénico que desapareceram da casa de banho do café de bairro, copos, chávenas, pratos, cinzeiros, bases para copos, saleiros e pimenteiros de bares, restaurantes e discotecas, muitos deles abandonados pelo caminho, que o objecto em si não é relevante. E ainda há quem orgulhosamente faça questão de referir que os copos lá de casa são todos desiguais, porque é um verdadeiro artista do gamanço!

No Algarve, recentemente, observei a proprietária de um restaurante/esplanada completamente passada, porque um grupelho foi lá beber umas imperiais enquanto a filharada comia uns gelados, quando saiu faltava um copo na mesa. Queria ir atrás deles, que ainda estavam bem visíveis no horizonte, os colegas é que a seguraram, que afinal era só um, num recente grande jantar de advogados tinham desaparecido 18! E ela, ainda irritada com a cena, contou que uma moça amiga, a trabalhar como empregada de quarto num hotel de 5 estrelas da zona, estava a fazer colecção de colheres de café (daquelas todas GT, com uma curvinha para pendurar na chávena), porque as encontra frequentemente, após os veraneantes abandonarem o hotel: já tem quase uma dúzia! Mas o que é que esta gente tem na cabeça?!

Post-sriptum - consta que, em tempos, um ministro português (pós 25A) tentou sair de um avião levando consigo a mantinha que lhe aqueceu as pernocas na viagem em primeira classe, desculpou-se dizendo que pensava que era oferta... e o caso ficou por aí! Ou mais ou menos, que da gozação ninguém o livrou...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A PROPOSTA

O que é que se faz quando quase todos os familiares e amigos estão a gozar férias noutras paragens e as tardes de caloraça não convidam a passeatas?

Uma sessão de cinema, está claro! Ambiente fresco e calmo (se alguns anúncios não estivessem alguns decibéis acima do razoável), preferencialmente em tom de comédia romântica, para animar. "A Proposta" foi uma boa escolha: protagonizado pela impagável Sandra Bullock e por Ryan Reynolds, o filme realizado por Anne Fletcher conta ainda no elenco com Mary Steenburgen, Craig T. Nelson e uma Betty White em excelente forma, apesar dos seus 87 anos.

O argumento pode não ser muito original, mas diverte bastante: Margaret Tate é uma executiva arrogante, competente e exigente, numa grande editora de livros de Nova Iorque, facto pelo qual é temida e até odiada pelo restante pessoal, inclusivé por Andrew Paxton, seu assistente nos últimos três anos. Contudo, uma leve infracção às leis do Serviço de Estrangeiros lá da terra conduz a um processo de deportação para o seu país natal - o Canadá. Aí ela inventa que está noiva do seu assistente, que acaba por alinhar, com algumas condições. Este noivado repentino levanta suspeitas no funcionário encarregue da deportação, enquanto o casal vai visitar a família de Andrew ao Alaska, por ocasião do 90º aniversário da sua avó...

Trailer (legendado) aqui.

Fotografia do filme na net.

Post-scriptum - imagino que ninguém, mesmo após um casamento de longos anos, consegue responder às perguntas daquele funcionário inquisitório...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CONTOS DO GATO VADIO

Jeffrey Archer é um escritor prolífico, que desde 1976 até aos dias de hoje ainda não parou de escrever, com um enorme e retumbante sucesso de vendas a nível mundial. Um verdadeiro story-teller, em vertentes que vão desde o romance a peças de teatro, a histórias infantis ou contos, passando até por um diário de prisão (em três volumes)! Leram bem: este escritor britânico (um lord, na verdadeira acepção da palavra, uma vez que a rainha lhe conferiu esse título em 1992 - o tal annus horribilis dela!) cumpriu dois anos de prisão, após ter sido condenado a quatro num tribunal londrino, por perjúrio e qualquer coisa semelhante a obstrução da justiça.

Tendo-se distinguido também como político e deputado do Partido Conservador britânico, envolveu-se em várias polémicas (nomeadamente com os media) e processos em tribunais, que acabaram por determinar a sua condenação. Mas se a carreira de político findou aí - os seus adversários atribuem-lhe outros crimes de menor ou maior monta, como de falsificação de documentos para entrar na universidade de Oxford, de se abarbatar com "comissões" do dinheiro que angariou para campanhas contra a fome na juventude e sei lá que mais... - continua activo na de escritor! Mesmo que custe a engolir à elite intelectual, e aos ingleses de um modo geral, facto é que tem milhões de leitores espalhados pelo mundo, pessoalmente sou grande fã! Da sua escrita, que como eleitora não votava nele, nem lhe dava um chavo para as suas campanhas de angariação de fundos...

Mais constrangedor é ler críticas em blogs e jornais britânicos, que passam um atestado de ignorância a todos os leitores de Archer, porque não sabem o que ele "aprontou" lá na terrinha, nem o aldrabilhas que garantem que ele é! Sei, sim, mas o que é que isso interessa em termos de leitura agradável?! O barão de Weston-sur-Mare, Lord, Sir, o que quer que lhe queiram chamar, não cumpriu já a sua pena de prisão?! Tomara que todos os políticos corruptos (a par dos restantes criminosos) cá do burgo também batessem com os costados em instalações semelhantes!

O livro (com o título original de "Cat O'Nine Tales and Other Stories") tem imensa piada, porque o autor aproveitou a sua estada a-expensas-do-reino, para divulgar algumas das histórias dos seus companheiros prisionais, como indica logo no prefácio:

"Nos dois anos em que estive preso, em cinco estabelecimentos prisionais diferentes, recolhi várias histórias pouco apropriadas para preencher as páginas do dia-a-dia de um diário de prisão. [...]
Ainda que as nove histórias tenham sido embelezadas, não deixam de se basear em factos. Em todas, excepto numa, o prisioneiro em questão pediu-me que não revelasse o seu nome.
As outras três histórias neste volume são igualmente verdadeiras. Contudo só as conheci depois de ter sido libertado [...]"

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

OS AMIGOS

OS AMIGOS

Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria -
por mais amarga.

Eugénio de Andrade, in "Poesia em Verso e Prosa"



PARABÉNS, KÁTIA!
(com muitos beijos e cheiros, ao sabor do teu contentamento e felicidade!)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PASSARÕES E PASSARINHOS!

Em conversa com uma jovem professora/formadora universitária, ela referiu alguns problemas existentes no ensino português, nomeadamente em termos de carreira docente. Até aqui, nada de novo!

Obviamente que os plágios não são permitidos - ainda há quem faça um copy+paste de teses ou livros alheios, sem divulgar a fonte, assim do género de 8 páginas, com a esperança que ninguém note (?!), o que só por si demonstra alguma dificuldade de raciocínio - mas alguns passarão, se o júri não for especialmente atento. Mais intrigante ainda é o vazio legal em relação a alunos que compram ou encomendam as suas teses e dissertações a alguns "iluminados" da escrita, para depois a papaguear como obra própria, na respectiva discussão. Nada impede que estes profes do amanhã finalizem o doutoramento deste modo (desde que paguem, está claro!). Topam?!

Indignações à parte, fica uma adivinha: que pássaro é este? Apesar da plumagem fascinante (mais em vôo, que isto foi o mais próximo que consegui chegar, com zoom - para ver melhor é necessário clicar na imagem) e não tendo paciência para o "bird watching" que está tão em voga, a pesquisa internética mostrou-se quase infrutífera! Mas alguns saberão, por ter mais contacto com a natureza, aguardo curiosamente as vossas respostas...


post-scriptum - tenho uma vaga ideia sobre a família do passaroco, mas certezas não tenho nenhumas...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

DOM CASMURRO

Machado de Assis (1839-1908) publicou este clássico da literatura brasileira no final do século XIX, retratando a sociedade vigente de então. Embora contemporâneo do "nosso" Eça de Queiroz, o enredo não é tão descritivo, basta referir que se divide por 148 pequenos capítulos ao longo de 309 páginas, em que narrador e personagem principal são uma e a mesma pessoa, com a mesma subjectividade, mas pontos de vista diferenciados pelo tempo.

Bentinho está destinado a ser padre, por promessa de sua mãe - D. Glória, matriarca e viúva - que vive rodeada de familiares, criados e um tal de José Dias (que eventualmente hoje apelidariamos de "pendura", refastelado e bajulador q.b., para manter o seu status de conselheiro naquele meio digníssimo). Problema é que Bentinho não sente vocação para padre e ainda se apaixona por Capitu, vizinha do lado e amiga de infância...

Da ingenuidade do adolescente ao "Dom Casmurro" da velhice perpassa a história de uma vida, conturbada por ciúmes e receios de traição, em que cada leitor tira as suas próprias conclusões - mesmo tendo em conta a época, certo?!

CITAÇÃO:

"[...] concluo que um dos ofícios do homem é fechar e apertar muito os olhos, a ver se continua pela noite velha o sonho truncado na noite moça."

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Obrigada pela dica, S.G.! (no link que colocaste sobre a entrevista a Chico Buarque, que o livrito já estava dependurado na prateleira...)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ALGARVE "À LA MINUTE"!

As fabulosas cores das buganvílias...

... ou as dos guarda-sóis no areal? (dá uma ideia do que é a "hora de ponta" na Galé num final de tarde, se bem que aqui já não estivesse a tal maré cheia a encurtar a praia, certo?!)

Luz, céu e mar em sintonia, enquanto as ondas fixolas (palavra da minha sobrinha mais nova, note-se!) embatem nos rochedos, desfazendo-se em espuma. E não é que a linha do horizonte denota o arredondado da superfície terrestre? Mistério!!!

E as sombras das palmeiras reflectidas nas águas da piscina, ao anoitecer?

As falésias da Praia da Rocha, emolduradas por edifícios exuberantes...

... ou o aroma dos figos maduros, que amadurecem nas árvores - sem que aparentemente ninguém os colha - em locais menos movimentados? Não, não comi este figuinho, mas que o seu perfume tentava todos os que passavam, lá isso...

Encontrar as típicas chaminés algarvias não é difícil, problema é fotografá-las junto ao litoral, pela parafernália de parabólicas e antenas televisivas que as circundam. Sinais dos tempos!

Umas petisqueiras a preços exorbitantes! (disso ninguém se safa nas esplanadas à beira-mar, mas dias não são dias, né?) Quem disse que no Algarve não existiam tremoços? Segue a prova concludente...

Depois das férias, claro, fica-se a ver navios (OK, o da foto é apenas um veleiro!) até para o ano... acho... que desta vez a programação foi muito atrapalhada por vários quiproquós!


PARABÉNS, PREDATADO!
(continuação de boas férias e que venham muitos dias felizes pela frente!)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

HÁ COISAS NA VIDA...

... a que uma mulher nunca escapa: a um amor forte e profundo e a comer mais uma tapa! (leia-se: tosta com manteiga, queijo, paté, doce, etc. e tal, nada a ver com lambadas - que em dança até pode ser giro, mas de resto nem por isso - certo?!)

Daí que se em final de férias se suspeitar que a barriga cresceu ou as calças encolheram - em qualquer dos casos uma chatice - não vale a pena chegar a casa e pular para cima da balança habitual: para além de eventualmente avariar o mecanismo da dita, ainda pode adquirir um enorme desgosto...

Depois do azul, vale a pena pensar em cor-de-rosa:



(e um coração a bater vale por tudo!)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

HORA DE PONTA

É verdade! Em Agosto, o Algarve assemelha-se muito ao Metro à hora de ponta. OK, não é subterrâneo, mas o congestionamento é idêntico, cada um a tentar estender a toalha pelo menos a um palmo de distância das alheias e a espetar o guarda sol no reduzido espaço disponível no areal. Com a maré alta aumenta a dificuldade...

Mais que previsível, não é?! Mas não foi por escolha própria que tirámos férias em Agosto. Portanto, há que borrifar e mergulhar nas melhores ondas possíveis. Nem por isso deixo de me espantar com o comportamento dos 'tugas', que se julgam reis e senhores do pedaço. Na praia como na esplanada, tanto a bombardear a malta com bolas de vários tamanhos - muitos desportos, desportistas de todas as índoles - ou a massacrar a empregada do bar, porque o menú não explicita que o linguado não tem o mesmo preço da sardinha! (para quem não quer ler, evidentemente!) Hello?! Tem em algum local do país???

Curiosamente, estes veraneantes começam a puxar dos seus pretensos galões, a clamar pelo livro de reclamações - a ASAE dá um jeitaço para bufos e gente mesquinha - quando não acabam com um arrogante "mas não sabe quem eu sou?" Quoi? É que nem se vislumbram paparazzis por perto, para a adivinha complicar...