De algum modo, também a associo à percepção de independência que, mais cedo ou mais tarde, (quase) todos adquirimos.
É a penúltima música de resposta ao desafio da Ahlka, por sinal suponho que da época em que o grupo se separou, e intitula-se:
Ao ler um post sobre memórias dos tempos de liceu nos anos 50 (excelente relato, por sinal), dei comigo a recordar um professor de história que tive duas décadas mais tarde, um homem que nos aterrorizava completamente: era muito alto e magro, para não dizer escanzelado, tinha uma cor amarelada - que hoje em dia associo a uma possível ascendência indiana – e a cabeça coroada por uma ampla careca. A sua cara angulosa parecia ter sido esculpida em pedra, onde exibia uma expressão sisuda constante. Estas características valeram-lhe a alcunha de “careca megalítico”.
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No primeiro dia, chegou à aula, caminhando com passadas largas até à secretária em cima do estrado - com cerca de 40 raparigas de 12 anos em frente - pegou no livro de ponto, bateu com ele na mesa com tamanha violência e estrépito, que todas estremecemos nas cadeiras, ao mesmo tempo que se levantava uma enorme nuvem de pó na sala. O discurso que se seguiu foi igualmente inquietante: que lá por sermos todas raparigas não tinha pejo nenhum em dar-nos dois pares de estalos, que não admitia insubordinações, rebeldias, más-criações, enfim, o rol de todos os “crimes” que poderíamos cometer.
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Nas aulas, explicava a matéria empenhado - o único brilhozinho nos olhos surgia-lhe quando falava em ôuuro (assim pronunciava ele a palavra). De seguida, caminhava entre as carteiras e fazia perguntas sobre o que tinha ensinado. Como? Na passeata, de repente, virava-se para uma aluna, esticava o indicador magro e comprido em frente ao nariz dela e, como se o gesto ameaçador não bastasse, resolvia: “TU!” Quer dizer, até mesmo as marronas se engasgavam, as restantes raramente conseguiam articular algum som...
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Foi um ano devastador nas nossas vidas, mais de 25% da turma chumbou (cerca de 11 alunas, se bem me lembro), até porque existiam outros professores igualmente intolerantes. A “sopeira” de matemática, por exemplo, também tinha uma boa máxima: “Ai não percebeste? A mim só me pagam um ordenado, portanto não explico segunda vez!”
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Naquele tempo (pouco antes do 25 de Abril de 1974), era comum terminar o terceiro período com uma valente raposa, até porque mais de uma negativa dava logo direito a ela. Aliás, conheço pouca gente destas gerações que não tenha tido um “azarito”, pelo menos uma vez. Claro que não é motivo de orgulho para ninguém e não é história para contar a filhos ou netos: “Olha, vê lá tu, eu era tão cábula e estudava tão pouco, só pensava na brincadeira, que acabei por chumbar um (dois ou mais) ano(s)!” O que me choca, é esta malta ter a lata de mentir descaradamente à sua prole, afirmando: “EU, fui um excelente aluno!!!”
Tão amigos que eles eram das "raposas" e agora saem-se com uma destas???
Está visto! Há muitos anos que não assistia a uma sangreira tão desatada, num filme de Hollywood, consagrado por quatro Óscares nas categorias mais importantes. De violência em violência, ao fim dos primeiros 5 ou 10 minutos já tinha deixado de contar os mortos...
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Texas nos anos 80, quando um xerife se desencanta com a única profissão que quis seguir na vida, moldada pela do seu pai e avô, que conduziam as suas carreiras sem utilizar armas.
Um negócio de droga que correu mal para todos os intervenientes, um ex-combatente do Vietnam que supõe que se safa com a massa, um psicopata atrás dele, mais um sem número de polícias (locais ou de departamentos federais ou governamentais), traficantes e bandos atrás da dinheirama, da droga ou de ambos os protagonistas, seguindo o rasto de sangue.
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Não gostei! Mas para quem quiser ver o trailler, basta clicar. Contesto ainda que Javier Bardem seja actor secundário, nesta sua interpretação de psicopata, bem credível por sinal.
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“Juno”, “Expiação” e “O Lado Selvagem” são excelentes momentos de cinema, se bem que dificilmente comparáveis entre si. Até “Michael Clayton – Uma Questão de Consciência”, movimentando-se em teorias da conspiração, assume um papel mais simpático...
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Então, começando pelo aspecto mais negativo: sabem aquelas pessoas cheias de coragem e bravura, que são capazes de partir para a mais intrépida aventura? Pois... não sou uma delas! Sou claustrofóbica, detesto andar de avião, de metro e evito todos os outros locais demasiado acanhados – quer pela sua exiguidade, quer pelo excesso de gente que lá se movimenta. Também me assusto com cães que ladram em redor das minhas pernas (sem pretender verificar a veracidade do provérbio, que dita que estes não mordem) e com pessoas que na rua ou em qualquer sítio ostentam um comportamento duvidoso ou agressivo. Isto para já não referir o pavor por abelhas. Resumindo, sou uma grande medricas!
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Preguiça, é outro dos traços menos abonatórios: faço o que tenho a fazer e depois deixem-me sossegada no meu canto! Não propriamente para dormir – só o mínimo indispensável – mas para ler, escrever, conversar, ver filmes, enfim, para me dedicar áquilo que gosto. De ginásios, tão em voga, prefiro distância...
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A sinceridade não significa que pretenda ser dona da verdade, nem que imponha aos outros os meus pontos de vista. Agora não me peçam para só dar palmadinhas nas costas e que diga amén a tudo com que não concordo. Normalmente sou compreensiva com opiniões alheias, mesmo que as considere facciosas em termos religiosos, políticos, sociais, culturais, raciais ou sexuais. Cada um sabe de si e ninguém é perfeito! Mas que não acuse o vizinho do lado por não ajuizar os padrões de forma idêntica. Que aí, raramente me calo!!!
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Lealdade a familiares e amigos, bem como a causas em que acredito piamente – direitos humanos, direitos dos animais, não às guerras ou à violência e por aí adiante.
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A net ontem parecia andar em câmara lenta, para não dizer lentíssima. Mesmo assim, depois de uma passagem pela blogosfera, concluí já não existirem temas por explorar. Na loucura generalizada dos poderosos deste mundo, em abono da defesa de todos nós - pobres, incultos e inocentes cidadãos – decretam-se mais uns quantos ensinamentos e mandamentos, que devem ser cumpridos à risca, sem escutar opiniões diversas.
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O papa Bento XVI resolveu que 7 pecados mortais não eram suficientes – gula, luxúria, ganância, preguiça, vaidade, inveja e ira – toca de acrescentar uns pecados sociais, a saber: poluição ambiental, manipulação genética, acumulação de riqueza excessiva, infligir pobreza, tráfico e consumo de drogas, causar injustiça social. Estou em crer que em manipulação genética não se está a referir ao uso de preservativos (mas nunca se sabe), quanto à acumulação de riquezas excessivas... pensará ele doar o vasto património da Igreja Católica Apostólica Romana???
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Segundo a administração Bush, a China entrou no bom caminho de respeito pelos direitos humanos. O primeiro ministro chinês atribui a culpa dos confrontos no Tibete ao... Dalai Lama! Ná, não teve nada a ver com a repressão exercida pelas forças policiais chinesas, tudo gente pacata e amistosa. Nem se percebe porque houve mortos e feridos em número indeterminado, que eles só chegaram ao local e disseram aos tibetanos “olhem lá... portem-se bem... que este ano temos Jogos Olímpicos, queremos a admiração mundial e boas fotografias.”
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Por cá, a mulher de António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), professora, participou na manifestação dos 100 mil docentes que percorreram as ruas da capital. Que não abalou as certezas do governo, na teimosia de estar sempre coberto de razão. Não podia ter direito a opinião própria, diferente (ou não) do marido? Quase foi acusada de “agente infiltrada”, por alguns jornalistas...
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O Presidente da República visitou o Brasil, na maleta levava a ratificação do “novo” acordo ortográfico. Depois de tanto barulho por nada, de petições on line e de bloguistas inflamados no contra, a malta acatou. Só entra em vigor daqui a seis anos, para quê preocupações?
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Na esfera do privado, congemina-se uma nova lei proibitiva de piercings e tatuagens para os mais jovens. Mesmo não sendo adepta de tais práticas, parece-me mais um passo na prepotência vigente! Tudo com a boa intenção de vigiar a saúde de todos, certo?
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Erasmo, meu amigo, quando elogiaste a loucura não imaginavas nada assim, pois não?
O holocausto deixou de existir nos livros de história ingleses, para não atrapalhar as relações com os muçulmanos...
O Lucky Luke perdeu o cigarro ao canto da boca, como qualquer cowboy que se preze. Em vez do dito, tem um palito??? Isto para não influenciar as gerações mais jovens a fumar?
“Palavras para quê? É um artista português e usa pasta medicinal Couto” foi frase que também desapareceu deste anúncio, que repassou na TV durante anos a fio...
Brincamos, não?
Pobres vítimas do(s) holocausto(s) – Anne Frank, por aqui ninguém te esqueceu! – pobre cowboy solitário, que já não te permitem fumar um cigarrinho em paisagens desérticas, do artista nem vale a pena falar...
Consta que o efeito prático dos homens escanhoarem a face diariamente surgiu durante a II Guerra Mundial: a pediculose (vulgo, piolhos) não alastrava! Ideia de americanos, seguida pelas restantes tropas Aliadas, a par de um cabelo cortado “à escovinha”.
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Os Beatles (re)implantaram a moda dos cabelos compridos, barbas e bigodes, para as novas gerações dos anos 60/70, o que desencadeou um acréscimo de pilosidades nos jovens de todo o mundo, como sinal de rebeldia contra os sistemas instituídos – movimento hippy, Maio de 1968, pacifistas contra a guerra do Vietnam e revolucionários pós-25 de Abril.
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Cá na terra, foi vê-los a (quase) todos com fartas cabeleiras e barbas farfalhudas, em discursos inflamados e zangados à população, que assustaram mais do que cativaram, numa teoria de politização muito própria...
Facto é que a desconfiança do povo português neste excesso de pelos e cabelos resultou em muitas idas ao barbeiro, por diversos políticos cá da praça, antes das aspirações a protagonismo se concretizarem: Guterres, Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Coelho, Luis Filipe Menezes são alguns dos exemplos conhecidos no activo, mas existem muitos mais! Outros até já ficarão em casa de pantufas, a ver futebol e telenovelas, lendo jornais e resmungando aqui e ali que “no meu tempo, não era nada assim!”
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Mickey Rourke em “Nove Semanas e Meia” (1986) reabilitou a barba por fazer, três dias está no ponto de arranhar, muito sexy! Pegou na moda das barbas masculinas de várias gerações, se bem que nem todos, actualmente, desejem “abraçar” a Kim Basinger.
Homens podem seguir estas modas, políticos com veleidades de governação é que não! Em Portugal, como na maioria dos países europeus...
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A notícia saiu mais ou menos assim, na net: um segurança do centro comercial Colombo foi encontrado morto, por volta das 13 horas, suposta vítima de esfaqueamento.
Curiosa, assisti ao noticiário televisivo da noite (SIC) e a informação era a seguinte: “o homem apresentava três facadas na zona do coração [...] mas não foi descartada a hipótese de suicídio.”
Oh! Nem percebi se isto são visionamentos dos episódios de CSI a mais, se uma pateguice completa de jornalistas e policiais, a tentar “tapar o Sol com a peneira”! (que o Colombo não pode perder clientes, não é verdade?)
Alguém - nesta ou noutras terras - vai trabalhar e a meio do expediente resolve suicidar-se, com 3 facadas no coração??? Numa zona não visionada pelas câmaras??? E a facilidade de realizar o acto? Agora aponto aqui, direitinho ao coração, se acertar ao lado volto a tentar, todas as vezes que forem precisas...
Por estas e por outras, quase não vejo noticiários televisivos. Manhosos, no mínimo!
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