Fotografia de Ian Britton
Desde que foram anunciadas as medidas de combate à crise, com cortes salariais e aumento dos impostos, que o patronato não descansa na constante tentativa de, também ele, obter os seus lucros e benefícios com a famigerada época de contenção de custos. E o habitual choradinho que as empresas assim não se aguentam no mercado, já deu azo a que alguns até propusessem que os cortes salariais fossem extensivos aos trabalhadores das empresas privadas. Enfim, a costumeira visão para o negócio: ganhava o Estado, ganhavam os patrões (e o Sócrates ainda fazia o papel de mau da fita), quem se lixava eram os mexilhões do costume. Nada de novo, portanto!
Acontece que o governo não caiu nessa esparrela (ou não, totalmente!), mas como sempre se curvou ao poder económico anda a tentar dar um bónus de compensação aos "coitados". E este surgiu agora numa nova proposta do cálculo da indemnização, em caso de despedimento do trabalhador - assim, se até agora era calculada na base de um mês por cada ano de serviço, passa a haver um tecto de 12 meses; ou seja, se um fulano trabalhou 6 anos recebe 6 meses de indemnização, se trabalhou 12, 12, se 30, também 12. A justificação para esta alteração é equiparar a lei portuguesa à de alguns dos outros países europeus...
Claro que esta lei só será aplicável a novos contratos, e até é previsível que no futuro sejam poucos os empregados que se mantenham tantos anos ao serviço de uma única empresa - a tendência é cada vez mais despedir os mais antigos, tanto por ganharem mais, como por se irem desactualizando das novas tecnologias, mas facto é que normalmente eram bons funcionários, quando não já teriam sido demitidos. Mas enquanto trabalharam durante esses tais 20 ou 30 anos também envelheceram, pelo que dificilmente encontram nova colocação no mercado de trabalho. Um presente envenenado para a meia idade dos jovens actuais!
Enfim, estava a ver a notícia na televisão, governo e associações patronais visivelmente concordantes com a medida. E depois foi dada a palavra ao representante do sindicato (UGT), que resumiu a situação mais ou menos desta maneira: "Seria muito bom equiparar as leis laborais portuguesas às europeias, se também equiparassem os ordenados!" E mais não disse, porque deviam ter muitas outras notícias importantes para dar e... cortaram-lhe o pio!
com os politicos também vai ser assim! estão lá 4 anos e só recebem 4 meses...
ResponderEliminartive agora um sonho lindo! ;;)
É próprio de quase todos os comentadores. Convidam as pessoas mas depois não as deixam falar. Perguntas, mais perguntas e só perguntas. Já me irrita ver qualquer debate.
ResponderEliminarSabes que as leis são sempre a favor do grande capital. É sempre no mais fraco que cai o chicote!
Beijinho Tété
Pois, é o de sempre. Mas ninguém mexe um dedo. :(
ResponderEliminarÉ a chico-espertice no seu mais alto esplendor. Para umas coisas somos uns pobres coitados que temos ainda muito que penar para chegar aos critérios standard dos países europeus, mas para outras temos que equiparar. Equiparar o quê? Os preços, os salários, a pouca vergonha? ~v
ResponderEliminarJá para não falar do novo código contributivo que levou a que as entidades empregadoras impinjam os 5% que ELAS devem pagar ao estado, aos trabalhadores. Leste bem. Os 5% que ELAS devem pagar ao estado, vão pagá-los os trabalhadores...
ResponderEliminar(consequência prática em entidades patronais sem escrúpulos)
ResponderEliminarFaço minhas as palavras do KIM!!!
ResponderEliminarAgora vou até lá em baixo, vamos lá ver se desta vez fica o comentário.
Eu já não posso ouvir estas notícias sobre trabalho, Téte! Considero tudo tão mau, desde que me encontro desempregada, que só de as ouvir fico ainda mais doente... Não consigo encontrar em todas elas algo de bom! É tudo uma autêntica hipocrisia, já para não dizer outras coisas... Essa malta do governo devia estar toda é no desemprego por tamanha incompetência para com o país e o povo!!
ResponderEliminarO "só será aplicável a novos contratos" pode não ser bem assim :s
ResponderEliminare sim eram bom "se também equiparassem os ordenados" já que andam só a fazer porcaria :s
Além do mais, a desinformação é degradante. Apenas um exemlo: quando dizem que em Espanha só são pagos 20 dias por cada mês, esquecem-se de acrescentar u pormenor fundamental. É que nesses 20 dias está englobado o salário e todas as remunerações acessórias. Em Portugal, as indemnizações têm apenas em consideração o salário base. E isso ( para além da diferença dos ordenados) faz toda a diferença.
ResponderEliminarSonhaste mesmo, VÍCIO, que as reformas deles ou são vitalícias ou então são transferidos para poleiros pagos regiamente... :-o
ResponderEliminartens razão, KIM, mas aqui foi num noticiário. Ele disse a frase e ZÁS, mudaram de assunto! Mas na verdade disse o essencial, sem rodriguinhos... :)
ResponderEliminarAs leis são a favor do grande capital, mas não deveriam ser!
Beijocas!
Ninguém mexe um dedo, SUN, e ainda continuam a votar nestes gajos nas eleições... :s
ResponderEliminarSó se lembram da equiparação (ou do argumento dela), PAULOFSKI, quando serve o interesse do poder económico! Defender os mais desfavorecidos já não passa pela cabeça desta gentalha, antes pelo contrário, toca de carregar em cima... ~v
ResponderEliminarTambém já tinha entendido, VANI! Até assinei a petição, lembras-te? ;)
ResponderEliminarEntidades patronais sem escrúpulos não faltam por aí... :-w
Olha, hoje parece que está melhor, EMATEJOCA, mas ontem o blogger não estava a 100%... :[
ResponderEliminarMas ó Teresa, os políticos estão lá para representar todo o povo, não apenas os mais endinheirados! Que é o que têm feito... :p
O problema, TONS DE AZUL, é que a malta continua a votar neles (e isto não é apenas para o Sócrates, mas para todos os governantes que antes dele se começaram literalmente a borrifar no povo e nos mais desfavorecidos), mesmo incompetentes e tudo! :((
ResponderEliminarEu também fico doente com esta autêntica discriminação dos mais fracos! Mas não vale a pena enterrar a cabeça na areia como a avestruz... :p
Claro que pode não ser bem assim, LOPESCA, este é o primeiro passo, os outros virão a seu tempo... Mas não quis dar a notícia de maneira diferente daquela que ouvi, certo? ;)
ResponderEliminarE não seria só nos ordenados que a equiparação seria mais favorável aos portugueses, mas disso eles nem querem saber! :s
Oh, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, esta gente trata os portugueses como se fossem todos mentecaptos, devem pensar que ninguém nota essas "pequenas" diferenças... Raios os partam a todos! :-w
ResponderEliminareloquente!
ResponderEliminarPelo menos foi assertivo, MOYLITO! :)
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