quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O PARECER DE RAP

"Caro Sr. primeiro-ministro, O conjunto de medidas que me enviou para apreciação parece-me extraordinário. Confiscar as pensões dos idosos é muito inteligente. Em 2015, ano das próximas eleições legislativas, muitos velhotes já não estarão cá para votar. Tem-se observado que uma coisa que os idosos fazem muito é falecer. É uma espécie de passatempo, competindo em popularidade com o dominó. E, se lhes cortarmos na pensão, essa tendência agrava-se bastante. Ora, gente defunta não penaliza o governo nas urnas. Essa tem sido uma vantagem da democracia bastante descurada por vários governos, mas não pelo seu. Por outro lado, mesmo que cheguem vivos às eleições, há uma probabilidade forte de os velhotes não se lembrarem de quem lhes cortou o dinheiro da reforma. O grande problema das sociedades modernas são os velhos. Trabalham pouco e gastam demais. Entregam-se a um consumo desenfreado, sobretudo no que toca a drogas. São compradas na farmácia, mas não deixam de ser drogas. A culpa é da medicina, que lhes prolonga a vida muito para além da data da reforma. Chegam a passar dois ou três anos repimpados a desfrutar das suas pensões. A esperança de vida destrói a nossa esperança numa boa vida, uma vez que o dinheiro gasto em pensões poderia estar a ser aplicado onde realmente interessa, como os swaps, as PPP e o BPN. Se me permite, gostaria de acrescentar algumas ideias para ajudar a minimizar o efeito negativo dos velhos na sociedade portuguesa: 1. Aumento da idade de reforma para os 85 anos. Os contestatários do costume dirão que se trata de uma barbaridade, e que acrescentar 20 anos à idade da reforma é muito. Perguntem aos próprios velhos. Estão sempre a queixar-se de que a vida passa a correr e que 20 anos não são nada. É verdade: 20 anos não são nada. Respeitemos a opinião dos idosos, pois é neles que está a sabedoria. 2. Exportação dos velhos. O velho português é típico e pitoresco. Bem promovido, pode ter aceitação lá fora, quer para fazer pequenos trabalhos, quer apenas para enfeitar um alpendre, um jardim. 3. Convencer a artista Joana Vasconcelos a assinar 2.500 velhos e pô-los em exposição no MoMa de Nova Iorque. Creio que são propostas valiosas para o melhoramento da sociedade portuguesa, mantendo o espírito humanista que tem norteado as suas políticas. 
Cordialmente, Nicolau Maquiável"

Como andei um bocado a leste das politiquices nacionais, fui apanhada de surpresa pelo tal de Orçamento de 2014, que não parece augurar nada de bom. Até ver ainda ando a tentar digerir o que me dizem, mas sem acreditar muito em tamanho despudor. Assim, fica um texto humorístico de Ricardo Araújo Pereira, encontrado no facebook... Neste caso, não sei se rir é o melhor remédio! 

Imagem do facebook.

20 comentários:

  1. Gosto muito do parecer de RAP!

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    1. Também eu, CATARINA! Mas é mais sério do que parece... ;)

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  2. Já tinha lido.
    Excelente, como é timbre do RAP!!
    Boa semana (o que resta dela)!!

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    1. Tem de me desculpar, por eu andar um pouco desafasada com o que tem sido publicado entretanto, PEDRO e se calhar já todos conhecem... ;)

      Resto de boa semana para si também!

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  3. Rir é mesmo o melhor remédio, se começamos a chorar nunca mais paramos...

    Beijinho :)

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    1. Também é verdade, MARIA... ;)

      Beijocas!

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  4. As capas dos jornais de hoje são bem elucidativas!
    Sinto náuseas! :(

    Abraço

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    1. Nem náuseas senti, porque ainda estou meia esparvoeirada, ROSA!! :P

      Abraço

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  5. A crónica do Ricardo está o máximo!

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    1. Se não for ele a tratar os bois pelos nomes, ROSA... :)

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  6. Não dá muita vontade de rir, não....E o Ricardo soube transpor para a crónica um certo sentir. Mas olha que não são só os idosos que vão sofrer....

    Beijicas

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    1. Já percebi que não toca só à porta dos idosos, JP, e que o caso é mais para chorar do que para rir. Mas não há dúvida que o RAP sabe ser assertivo... ;)

      Beijocas!

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  7. Como compro a "Visão" li-o directamente.

    É um excelente texto, mas a sua ironia para mim é amarga, não dá para rir face a um Orçamento de Estado , que a Comissão Europeia já elogiou( não nos disseram ser óptimo Durão abandonar o cargo de Primeiro-Ministro a meio para presidir à CE porque seria melhor para o país?!), mas dizia eu um OE em que os enormes interesses são taxados em 4% e 84% caem, principalmente, sobre pensionistas e funcionalismo público quer no activo ou em aposentação, com medidas retractivas.

    E não esqueçamos a provocação deliberada ao Tribunal Constitucional, sobre o qual Lagarde e o inefável Barroso se permitem dar bitaites! O que só mostra - como agora com esta estória de Angola - que a actual coligação CDS/PSD não tem nenhum sentido patriótico nem sabe o que é um Estado de Direito

    Desculpem, dá mesmo só para indignação !

    Beijinhos, Teté

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    1. Estamos a ser governados pela pior escumalha, aqui e na Europa, portanto já não nos devíamos espantar. Mas após uma pausa de três semanas, praticamente sem ver noticiários, garanto que não estava à espera de mais este roubo indecente! Porque é disso que se trata, afinal... Disso e de esvaziar a constituição de todos os direitos que nos salvaguardavam, SÃO, contra as piores pulhices...

      Beijocas!

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    2. Desculpa, mas o comentário não entra no post seguinte.

      Por isso , te digo aqui sobre esta má-fé do Governo acerca das pontes, que o que me irrita ainda mais é pensarem que somos imbecis!!

      De qualquer modo, lá estarei!!!!

      Beijinhos

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    3. Que somos imbecis e que temos memória de galinha, SÃO! Já nem é má-fé, é estupidez pura... :P

      Não vou estar, que neste momento não estou capaz!

      Beijocas!

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  8. Já nem me dá vontade de rir nem de sorrir sequer! Nem chorar tão pouco, Apetecia-me fugir ou hibernar ou coisa parecida.

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    1. Não que esqueças, GRAÇA, que isso é o que eles querem... :P

      Beijocas!

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  9. Valha-nos o humor para não nos afundarmos no total desânimo.

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)