Mais uma reunião do Clube de Leitura, que desta vez esteve longe de reunir unanimidade: o que se compreende, já que se trata de um livro que não o é exatamente, mas antes um conjunto de descrições de cidades que Marco Polo faz ao imperador Kublai Kan, ficando este na dúvida se serão lugares reais ou fruto da imaginação do mercador.
Cada capítulo revela sucintamente as características de cada cidade, no capítulo seguinte já se fala de outra, de permeio algumas "conversas" entre o imperador e Marco Polo - entre aspas porque, pelo menos de início, ambos falavam línguas diferentes e entendiam-se por gestos e por alguns objetos que este último trazia das suas viagens.
174 páginas que para algumas são quase poéticas e uma fonte de inspiração, um grandioso tédio para a maioria, havendo até quem decidisse não acabar a leitura. Por acaso não foi o meu caso, li o livro até ao final. Mas não gostei e considerei que tinha uma dificuldade acrescida: utiliza muitas palavras fora do comum, o que ainda lhe confere aquela "aura" de livro só para inteletuais de élite. Ainda fui sublinhando a lápis algumas delas, para posteriormente verificar no dicionário, mas às tantas desisti da ideia: quero lá saber o que é uma fonte de pórfiro ou uma cúpula cuspidada (eheheh, até no corretor dá erro).
Ah, claro, escusado será dizer que o enredo não passa disto e história não há nenhuma. Tanto que nos habituais elogios de contracapa alguém sugere que as suas páginas podem ser lidas em ziguezague, o que realmente é verdade! Quanto ao autor parece que tem outros livros com pés e cabeça (e se bem que, para já, ficasse sem grande vontade de o voltar a ler), de modo que a próxima obra dele será escolhida com bastante mais atenção...
Citação:
"A cidade para quem passa sem entrar nela é uma, e outra para quem é tomado por ela e já não sai; uma é a cidade a que se chega pela primeira vez, e outra a que se deixa para nunca mais voltar; cada uma delas merece um nome diferente."
A próxima sessão do Clube de Leitura terá lugar a 12 de Julho, com o livro "Mal Nascer", de Carlos Campaniço.
Desde que vim para Lisboa deixei de frequentar o meu clube de leitura, se por acaso não estivesse para regressar de novo à santa terrinha (daqui por poucos meses) ainda entrava em contacto para aderir ao teu clube!
ResponderEliminarNão conheço este livro!
Abraço
ROSA, não sei se vou poder participar no próximo clube de leitura, mas se entretanto mudares de ideias ou de planos diz... :)
EliminarComo dá para perceber pelos comentários, há quem adore, há quem deteste...
Abraço
Não me considero intelectual, Bem longe disso. Mas gostei do livro e daquelas cidades imaginárias e poéticas. :)
ResponderEliminarTambém não sei se era eu que já estava tão irritada, LUISA, que já nem percebia o que o escritor dizia. Mas que tem muitas palavras "caras", lá isso tem... ;)
EliminarNunca li nada deste autor. Talvez tenha de começar...
ResponderEliminarBeijinhos e boas leituras!
Também nunca tinha lido, GRAÇA! Parece-me é que comecei mal... ;)
EliminarBeijocas e boas leituras também por aí!
Em suma, este livro será mesmo para ler na diagonal, ou em ziguezague, como dizes! Não me despertou o interesse, Teté! Não gosto de diálogos maçudos !:)
ResponderEliminarVou aguardar a próxima sessão no teu Clube de leitura, pois o "Mal Nascer" do meu conterrâneo Carlos Campaniço, é um livro com um enredo magnífico e de uma linguagem fascinante que prende até à ultima linha!
Beijocas e excelentes leituras, sem que sejam obrigatórias, senão são uma seca quando não despertam interesse...:)
Os "diálogos" eram apenas esporádicos, as descrições das várias cidades é que eram muitas, JANITA!
EliminarAlguém ouviu falar muito bem do livro do Campaniço, de várias fontes, e achámos que se a Leya o resolveu publicar, mesmo não tendo ele ganho o prémio, é porque achou o livro interessante e todas ficámos com curiosidade... :)
As leituras não são realmente obrigatórias, tanto que houve quem decidisse não terminar a leitura. Podia ter feito o mesmo, mas como o livro é pequeno e ainda estava à espera de uma "reviravolta", quando vi já faltava pouco...
Beijocas e boas leituras!
Nao o li. Nao o conhecia. Quem sugeriu esse livro?
ResponderEliminarNormalmente as participantes vão fazendo propostas de livros e/ou autores e depois escolhemos um, CATARINA. A maioria não conhecia o autor (quem conhecia não estava presente), de modo que o livro foi escolhido um pouco aleatoriamente (porque eu o tinha na estante)... Enfim, podíamos ter acertado melhor! :)
EliminarAi Teté, ainda bem que não fui eu que escolhi, para levar com as vossas vassouradas, mas sabes que eu amoooooooooooooooooooooooooooooooo o Calvino e tudo o que o homem escreveu, não acho absolutamente nada maçudo, acho o livro mais lindo que já se escreveu, e prontos. Fica dito. :)
ResponderEliminarEheheh, não precisavas de vir defender a honra do Calvino, pois pelos vistos tem muitos outros fãs, CAT! Mas olha que tens de confessar que essa de ser o livro mais lindo que já se escreveu é um bocado de exagero... :)))
EliminarMas OK, ficou dito!
Não li, mas sei que já o devia ter lido, porque me dizem que é belíssimo. No entanto, a sua apreciação reforça as minhas suspeitas.
ResponderEliminarA propósito de cidades... estou a ler (também aos ziguezagues e com intermitências) um livro que não aconselho a quem não conhecer Buenos Aires, mas belíssimo para quem ama a capital argentina. Como eu. Titulo? Só podia mesmo ser "Mi Buenos Aires Querido". A tradução é do Carlos Vaz marques, o que me leva a crer que ele também seja um fã de Buenos Aires.
Beijinhos
Tenho uma amiga que certamente ia adorar esse livro, pois também adorou Buenos Aires. Eu não tenho a sorte de conhecer a cidade, CARLOS, mas se calhar até achava o livro ais interessante que este... :)
EliminarBeijocas
Sou uma apaixonada por Calvino e tenho pena que não tenhas apreciado estas cidades invisíveis. Mesmo assim não desistas do autor. Recomendo-te "O Barão Trepador", "Marcovaldo" ou "Se um viajante numa noite de inverno". :)
ResponderEliminarAmanhã o autor Campaniço vai apresentar o seu do novo livro aqui em Faro.
Beijocas
Esse do Viajante já me foi recomendado por outras pessoas, TONS DE AZUL. Quem sabe se o arranjo na Feira do Livro? ;)
EliminarTambém tenho curiosidade de ler o livro do Campaniço, já que nunca li nada do autor
Beijocas
~ Não li, mas pelos comentários, anda por aí muito da tua aversão à poesia.
ResponderEliminar~ O autor foi um proeminente escritor e a sua biografia é aliciante.
~ ~ ~ Boa semana e ótimas leituras. ~ ~ ~
Não tenho aversão à poesia, MAJO, não consigo é ler livros de poesia de enfiada. Mas gosto de ler poemas soltos, de vez em quando. Preferencialmente dos grandes poetas... :)
EliminarE sou incapaz de "classificar" um escritor só por um livro, de modo que devo ler pelo menos mais outro do autor. Se não gostar é que já fica mais difícil voltar a pegar-lhe, se bem que existam escritores que gostei de alguns livros e doutros não... ;)
Boa semana e excelentes leituras também para ti!
Confesso que nunca li
ResponderEliminarE é melhor pensar duas vezes antes de o fazer, PEDRO! :)
ResponderEliminar