quarta-feira, 11 de setembro de 2013

QUANDO OS SONHOS MORREM...

Há 12 anos estava na praia de Islantilla, a apanhar conchas com o filhote e uma das sobrinhas, com o intuito de decorar uma sereia esculpida na areia. O dia estava cinzento e a praia praticamente deserta  e os miúdos já estavam sem paciência para os trabalhos manuais, resolveram ir dar uns mergulhos com a minha irmã. Mas já contei a história aqui, não vou repeti-la.

Há 40 anos não sei o que estava a fazer, mas provavelmente não soube imediatamente do que se estava a passar em Santiago do Chile - tanto porque o telejornal da RTP não me interessava minimamente, como porque essas notícias de golpes militares eram dadas com alguma contenção, cuidado e censura.

O que vou repetir - porque a história não se apaga com uma esponja e é importante não esquecer - é um dos relatos mais comoventes do que se passou antes, durante e depois das tropas de Pinochet, com o apoio dos EUA, bombardearem o palácio presidencial e assassinarem Salvador Allende, presidente eleito pelo povo chileno. Na versão de Pablo, porque obviamente existirão outras políticas e económicas para explicar as razões que levaram os EUA a apoiar esse regime ditatorial. Aviso que o vídeo, com a duração de quase 11 minutos, é impróprio para pessoas mais sensíveis:


Passado é passado, mas é importante também não esquecer as muitas vítimas inocentes que pereceram e todas as famílias que enlutaram - quer no ataque às Twin Towers de Nova York, quer ao palácio de La Moneda em Santiago do Chile (e todas as outras, nos anos seguintes). Resta a ténue esperança que estas histórias não se repitam, que tanta gente morra devido à vingança de uns e à ganância de outros, que, enfim, o passado sirva de aprendizagem para o futuro... Será que é pedir muito?

§ - A foto é a da própria "sereia" inacabada há 12 anos, que encontrei no álbum fotográfico de 2001. 

12 comentários:

  1. Importante, indispensável mesmo, recordar estes amargos momentos de tragédia, dor e traição.Até porque, incompreensivelmente, a Humanidade não aprendeu ainda que as guerras nada resolvem nem constroem . SE assim fosse, há séculos que se viveria em paz neste planeta!

    Mais uma vez , não consegui abrir o vídeo, pelo que vou ver se o descubro no youtube!

    Abraço grande


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    1. Hoje há a tendência de de tentar passar um pano nestas tragédias da Humanidade (não tanto com as Twin Towers, que é mais recente, mas com o Holocausto, com este golpe militar chileno e tantas outras), como se fossem apenas acidentes de percurso. Nâo foram e tiveram responsáveis! Claro que os atuais líderes mundiais não têm culpa dos erros dos seus antepassados, mas era só terem a sensatez de não iniciar guerras à toa. Infelizmente, também me parece que ainda há um longo caminho a percorrer, nesse capítulo, SÃO!

      Abração!

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  2. Importante manter bem presente, Té ! Obrigado ! Para ser muito franco, não me lembrava da data exacta de há 40 anos (hoje) ! Lembro-me perfeitamente dos respectivos acontecimentos e do acompanhamento dos seus relatos na TV, ambos vividos com enorme expectativa, embora de natureza diferente !
    Um que já se "arrastava" e condenavelmente, se tornava previsível (claro que apresentado como um mal necessário !), o outro pela rapidez com que tudo se passou e pelas imagens ainda mais chocantes, pelo desespero das pessoas e pela relativamente curta duração do "momento"!

    Na verdade, uma foto histórica, da sereia ! Uma preciosidade a "marcar uma data" fatídica !
    (a ematejoca também está a lembrar 2001)
    .

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    1. É mais fácil lembrar o que se passou há 12 anos - com todo o imediatismo das imagens vistas em direto por milhões de pessoas - do que o que aconteceu há 40, RUI: nem o imediatismo foi o mesmo.

      Aliás, em tempos vi um documentário que referia especificamente que o povo norte-americano mudou a sua postura sobre a guerra do Vietnam, quando via TV lhes entrou casa a dentro a imagem de um bando de crianças, entre elas uma menina queimada e seminua, a fugir de um bombardeamento à sua terreola - diziam no documentário que a partir daí as imagens das guerras foram censuradas, porque o povo americano não estava preparado para ver na comodidade da sua casa estas vítimas inocentes, a que genericamente chamavam de "inimigo"...

      Por isso mesmo a devo ter guardado no álbum, não tanto pela "beleza" da construção! ;)

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  3. E o pior é que neste momento ou em qualquer momento continuam a morrer pessoas sempre pelos mesmos motivos e com métodos iguais ou mais sofisticados, realmente parece que não se aprende nada com os erros do passado...
    Triste.
    xx

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    1. Também acho triste que não se aprenda muito com os erros do passado, PAPOILA! Quer dizer, no que se aprende é a sofisticar métodos e a dar desculpas, que não enganam ninguém com dois dedos de testa... :P

      xxx

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  4. A minha homenagem às vítimas desses 11 de Setembro fi-la no facebook!
    É verdade que em relação à tragédia do Chile tudo nos chegou muito lentamente mas que houve muito mais vítimas do que nos EUA, houve!
    Em 2001 já estávamos na era do imediatismo mediático, vimos praticamente em directo!
    Também eu escolhi um 11 de Setembro para celebrar mas por razões bem diferentes!

    Abraço

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    1. Claro que Pinochet fez muito mais vítimas, não só com o golpe militar, mas com os anos de ditadura que se seguiram, ROSA!

      Mas sim, no regime dele pouco saía cá apara fora, para lá de alguns chilenos o denunciarem pelos meios aos seu alcance (Luís Sepúlveda, e Isabel Allende, entra tantos outros), se bem que alguns fizessem orelhas moucas (os do costume), o que é completamente diferente de milhões de pessoas assistirem áquela tragédia via TV e em direto.

      Olha, pelo menos foi um acontecimento bem mais agradável de recordar! :)

      Abraço

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  5. É bom recordar mas que não nos esqueçamos.

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    1. Verdade, CATARINA, é importante não esquecer, sobretudo para aprender com os erros do passado. Nós, humildes cidadãos do mundo, para não acreditar em todas as propagandas que nos pretendem impingir, e aos líderes mundiais também ficava bem alguma humildade e não fazer guerras à toa... Esta última parte é que me parece mais difícil de concretizar, mas tenhamos esperança! ;)

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  6. Estava a fazer as malas para partir no dia seguinte.....para os Estados Unidos
    Por tudo, também por isso, nunca poderei esquecer :(
    Beijocas!

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    1. Pois, imagino que num caso desses seja impossível esquecer, PEDRO!

      Beijocas!

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)