terça-feira, 5 de junho de 2012

ENSAIO SOBRE A ANGÚSTIA

É curioso que quase todos os últimos livros que tenho lido têm um fundo musical bastante "sonante" ao longo das suas páginas, de Murakami a João Pedro Ricardo (em que um dos personagens principais é estudante de piano), e este último livro de Joaquim Almeida Lima também não foge a essa tendência. Aqui ao som de música clássica (como já o autor anterior), de que vos deixo um breve vídeo, se quiserem ouvir enquanto leem o post:


Na meia idade, João resolve escrever um livro sobre os seus primeiros 30 anos de vida. "Não tenho memória de viver sem angústia. Desde sempre ela me acompanhou, andou comigo de mão dada para eu não fugir", resume logo nas primeiras páginas. Em criança, a fonte de sofrimento era o medo de perder os pais. Um sofrimento permanente, ainda mais despoletado ao mínimo atraso. A situação agrava-se na adolescência, quando descobre a sua atração pelos colegas do mesmo sexo: "Nas conversas dos rapazes do Liceu havia um lugar especialmente reservado aos paneleiros, panascas, bichas, maricas, virados, ai de quem mostrasse alguma característica de pertencer a esse grupo, era perseguido e gozado sem piedade."

Ensimesmado e sem amigos, dedica-se ao estudo e à leitura, partilhando com o pai "uma cumplicidade feita de música e silêncio" quando este põe a tocar os seus compositores prediletos, clássicos e de jazz, maioritariamente. Quer ser como ele, um arquiteto conceituado, íntegro, honesto e sereno. Contudo, ao contrário dos seus pais, católicos praticantes, perde a fé e comunica-lhes o facto, que ambos aceitam com alguma tristeza. Esconde de tudo e todos a sua angústia constante, as suas crises de choro e, claro, a sua orientação sexual, inclusive a Luis, o primeiro amigo (heterossexual) que arranja já na faculdade. Fechado na sua concha, a sua vida social é praticamente inexistente fora deste círculo restrito, a sexual idem, mas a ansiedade não o larga, recorrendo frequentemente aos calmantes da mãe. E ela sim, parece ser a única a conhecer os seus segredos, mesmo que nunca lhos tenha contado de viva voz... 

Intercalando presente e passado ao longo dos curtos capítulos das 206 páginas, sabemos de antemão que João encontrou em Pedro o companheiro da sua vida, que com ele caminha de mão dada, ajudando-o a ultrapassar os momentos de dolorosa angústia. Depreende-se até que acicatada pela decisão de colocar no papel e preto no branco esses "fantasmas" do passado, que nunca o largaram.

Gostei, embora não deixe de ser um romance... inquietante!

Citações:
"Aos sete anos, na Escola Primária, tinha pedido namoro a uma colega loura e de olhos castanhos e doces, ela corou imenso e disse, Pode ser, e nunca mais nos falámos, sei que já casou duas vezes, tem filhos, mas acho que ainda temos namoro."

"[...] o teu pai é, infelizmente, muito mais conservador nestes assuntos, nem parece que é de esquerda, A esquerda do pai é muito direita, mãe, muito direita." 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

DE VOLTA AO "JALECO"!

Escusam de procurar sinónimos para a palavra no dicionário, era por esse nome que eu e a minha irmã denominávamos o Jardim Zoológico de Lisboa, desde a mais tenra idade, talvez por não conseguirmos pronunciar o "palavrão" completo. Onde passeávamos frequentemente nas manhãs de domingo, pela mão do meu pai, passeio que terminava invariavelmente no "jardim dos pequeninos" (leia-se, baloiços, escorregas, carrossel e afins) ou, mais tarde, no ringue de patinagem! 

Naquela época, era  por estas portas mágicas que entrávamos (encerradas há bué!), mas o fascínio e as boas recordações do Zoo não se perderam! Facto é que os bilhetes encareceram brutalmente (mesmo em termos comparativos) - a entrada atual custa 17,50 €, por adulto - incomportável para mais do que uma visita ocasional...

Deixo-vos uma breve reportagem (fotográfica) de uma longa passeata por lá:


A "aldeia dos macacos" está na mesma, embora a maior parte dos seus familiares-mais-volumosos já não esteja cingida a uma jaula, deambulando indolentemente por uma extensa área relvada, com troncos, cordas e outras zonas de recreio, para lá do habitáculo noturno. Existem ainda umas jaulas para alguns dos mais pequenos e apenas uma para os de tamanho intermédio. Em frente à qual e por sinal, um fulano tecia comparações com o atual PM, para os familiares e para quem o quisesse ouvir. Sintomático!

As girafas permanecem no mesmo local há meio século (embora aquela a olhar as ervinhas tentasse uma inusitada espargata para lá chegar)...
   
os elefantes também, mas já não tocam o sino...

e estas leoas continuam a preguiçar incólumes aos "mirones", com brinquedos novos, mas o espaço mantém-se inalterável.

As zebras sempre se livram das companhias indesejáveis...

e os flamingos continuam a fazer campeonatos de "pé coxinho", entre eles! Sendo também das poucas aves que se podem dar ao luxo de não estarem engaioladas.


Talvez porque o reptilário não seja a zona que mais aprecie e não o tenha visitado tantas vezes, aí o ambiente mudou. Não sei se em manutenção ou coisa, não me entusiasmou por aí além em cobras, serpentes e víboras, com umas tantas não identificadas ou "aquários" vazios. Já o crocodilo parecia perguntar: "e se eu fosse embalsamado, tu notavas?"

Com todo o vagar do mundo, nesta ilha povoada de tartarugas e cágados não havia lugar a essas confusões. Nem os peixes vermelhos o permitiam...

Algumas horas e mais de 200 fotografias depois, o pinguim apontou-nos a saída! Obrigada, ó bichinho do fraque!



xxxxxxxx
Muitos parabéns à minha mana e à Ana (aka Vani), as aniversariantes de hoje, desejando-lhes um dia  muito feliz!  (bem como a todos os restantes amigos, evidentemente, no que toca ao dia feliz...)

domingo, 3 de junho de 2012

PARA REFLETIR...







... e ponderar!



Imagens do facebook.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

CRIANÇAS COMUNISTAS!

muito, muito tempo, nas férias grandes de verão, quando elas eram mesmo grandes e se alongavam por  três meses de um dolce farniente livre de qualquer obrigação escolar, a criançada juntava-se em bandos na rua, tardes inteiras, com a imaginação sempre a fervilhar de novas brincadeiras. A rapaziada preferia jogar à bola, organizavam-se campeonatos de futebol com os "futebolistas" das ruas vizinhas. Vedado a meninas que, com sorte deles, às vezes assistiam. Porquê? Porque apesar das diferenças e de alguns desentendimentos pontuais, eles eram companheiros a jogar ao mata, como índios ou cowboys no faroeste urbano, a trepar árvores ou noutras travessuras que se inventassem no momento...

Outro entretenimento que era quase exclusivo dos rapazes, era o dos carrinhos de rolamentos, que os próprios faziam em casa com uma tábua, quatro rodas, uma corda e uns pregos, porventura auxiliados pelos pais ou irmãos. Aí, sorte era da "raparigada", se a deixassem dar uma voltinha, quer dizer, uma descidinha, na rua inclinada. Eles adoravam a adrenalina de conduzir aquele "bólide". Mas, apesar de exibirem sempre aquele ar de superioridade de quem concede uma grande benesse, acabavam por permitir que as meninas mais afoitas experimentassem aquele brinquedo espetacular. 

Claro que os "crescidos" não percebiam como é que a malta arranjava novos e constantes entretenimentos e uma criança que se esquecesse de ouvir o chamamento da mãe (pai ou vizinha!), da respetiva janela ou varanda, arriscava-se ao castigo de ficar em casa no dia ou semana seguinte, consoante a  "infração".

As bicicletas eram poucas ou quase nenhumas, ai de quem não deixasse dar uma pedalada a alguém do grupo, que as represálias sentiam-se na pele ou no ego e a reprovação geral era garantida. Não tinha o pomposo nome de bullying, a desavença consumava-se numa luta mais ou menos feroz, com uns socos e uma gritaria em redor, ou, nos casos mais extremos, por uma total indiferença em relação ao idiota que queria brincar, mas não partilhar os seus brinquedos. Obviamente, não faltavam nódoas negras, joelhos esfolados ou olhos à belenenses, mas, dentro de nós, sabíamos que esse confronto seria  esquecido no dia seguinte!

Oops! Analisando bem a situação, aquela miudagem era verdadeiramente "comunista"... 

DIVIRTAM-SE!

Imagem da net.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

PROSAS, CARDOS E ROSAS...

Na última semana tenho tido dificuldade em colocar aqui fotografias ou imagens, quer sejam da net ou dos meus ficheiros fotográficos. Não sei se é a minha habitual imperícia informática, se algum problema do blogger, certo é que escolho uma, clico no add, a doida desaparece, depois volta a aparecer, seleciono novamente e volto a clicar e, após repetir o processo teimosa e repetidamente, por fim lá entra. Se alguém souber porquê, agradeço que me explique...

Não costumo verificar estatísticas (desde aquela desilusão de descobrir que anda uma pessoa aqui a escrever sobre livros, filmes, artes, leis, casos de vida e tal e depois era um sobre unhas que estava no top, a mais do dobro dos restantes), mas quando estes desentendimentos mulher-PC-blogger acontecem, tento averiguar o que se passa. E durante essa pesquisa, que normalmente não revela nada que entenda, descobri que o meu blogue está "cotado" num site brasileiro. Com valor por visita e tudo, como se estivesse na bolsa de valores. Há coisas estranhas, não há?! Bom, pelo menos deu para perceber porque é que de vez em quando sou insultada num único post (num total de 1230, até ontem) - é um dos indicados lá nesse site, se bem que os comentários insultuosos não provenham de brasileiros, a avaliar pelo modo como escrevem, porque evidentemente são quase todos anónimos. 

Entretanto, em "navegação" e de descoberta em descoberta, constatei que as unhas já não tocam guitarra lá no topo, destronadas por um título sugestivo, que envolve dragões. Por acaso a propósito de signos chineses e não de preferências clubísticas, mas pronto, igualmente reveladores do que a malta investiga...  

"Porquê as rosas de santa Teresinha para ilustrar este texto?", podem perguntar os mais inquisidores. Não tem nada a ver, pois não, trata-se apenas de uma singela homenagem virtual às aniversariantes de hoje: a querida Teresa, do blogue Ematejoca Azul, e a igualmente querida Paulinha, amiga pessoal. Para ambas também fica uma musiquinha, que espero tenham prazer em voltar a escutar:


FELIZ ANIVERSÁRIO PARA AMBAS E BOM DIA PARA TODOS!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

DESVENTURAS EM CABELEIREIROS?

O homem era alto, grande, gordo e careca, possuía uma voz tonitruante e dava pelo pomposo nome de Augusto. Era o dono do cabeleireiro de bairro mais fashion da zona, naquela época. A mulher era manicure e a filha de ambos deambulava habitualmente pelo salão, sendo unanimemente considerada por toda a clientela como a menina mais prendada de Lisboa e arredores. A rapariga era feia que nem um trovão e desde pequena que se interessava por crochet, tricot, costura e bordados, aos 10 anos já ensinava algumas madames a fazer uns pontos mais complicados. Uma pespineta chata de nariz empinado, talvez devido à sua "fama", mas, pensando mais friamente no caso, a miúda tinha de se entreter com qualquer coisa...

A verdadeira "pérola" do salão era a cabeleireira ajudante (que de ajudante não tinha nada, mas pronto!), que era o oposto da família: mais nova que os patrões, era elegante, gentil e bonitinha, tinha uma fala dócil e meiga com as clientes. Constava que estava lá há muitos anos, que começara novinha a lavar cabeças e aos poucos se tornara numa profissional. Senão encartada, pelo menos devido à experiência. Certo é que, por essa altura, já muitas senhoras preferiam a Amélia ao Augusto, cujos penteados e cortes saiam todos iguais - curtinhos e muito ripados, ao estilo de capacete!

Como crianças íamos lá pouco, à exceção de acompanharmos a nossa mãe ou avó. E esta quase deixou de lá ir, quando o dito homem inventou de lhe pôr um plix no cabelo, supostamente para se manter estático durante mais tempo, para lá da laca. O plix era de uma tonalidade roxa, o cabelo grisalho saiu de lá lilás. O que só piorou com o período de férias à beira-mar que se seguiu...

Entretanto, eu e a minha irmã já tínhamos sofrido (no cabelo, não na pele) uma experiência avassaladora: não sei porquê, os meus pais acharam que nos deviam cortar as franjas, em casa. Quer dizer, imagino o porquê, mas agora não interessa nada denunciar a sovinice! A minha mãe estava hesitante, que nós mexíamo-nos muito e tal e lá aparece o meu  pai, disposto a  dar utilização à tesoura. Com o espírito "científico" que o caracterizava até nestes pequenos pormenores, considerou que a tarefa sairia facilitada com uma folha de linhas em frente à nossa cara, que aí bastava cortar a direito pela linha. Confiantes e incautas, até lhe fornecemos a folha, retirada de um dos nossos cadernos. Não sei ao certo o que é que correu mal com a primeira cobaia (a minha irmã), se ela se mexeu ou se ele errou na linha! Lembram-se da Beatriz Costa? Pois, a dela ficou mais à Santo António! Claro que depois de ver o resultado já não queria que me cortassem franja nenhuma, mas naquele tempo as crianças não tinham voto na matéria. A minha não acabou tão curta, mas também não pude rir muito - não escapou a um ziguezague, que até o Augusto fazia melhor.

A última vez que visitei o tal salão de bairro, a indignação fervilhava em todas as conversas: a Amélia, aquela ingrata, tinha casado e abandonado a profissão. Os ex-patrões e a idiota da filha (cada vez mais mandona na coitada da rapariga que lavava as cabeças) não se calavam com tamanha ingratidão e a clientela anuía e concordava. Francamente, nem sei se por ironia. "Vai-se arrepender!" ou "Tinha aqui um belo futuro!", vaticinavam. A minha mãe lá estava, calada, até que disse ao Augusto, quando ele se preparava para me cortar a farta cabeleira, neste estado de exaltação: "corte à rapaz!" Garanto que foi um trauma que me ficou para a vida inteira... Não voltei àquele cabeleireiro, nem nunca mais admiti palpites da minha mãe sobre o assunto!

Imagem da net.      

terça-feira, 29 de maio de 2012

UM OUTRO OLHAR SOBRE LISBOA...

A Teresa, do blogue "Os meus óculos do mundo", já tinha divulgado um vídeo, um pouco longo, sobre a presença de Anthony Bourdain em Lisboa e a reportagem que efetuou no seu programa "No Reservations". Desta vez foi um colunista do "The New York Times", Frank Bruni, que passou por cá e escreveu um artigo que elogia os múltiplos encantos da capital. Podem ler o artigo na íntegra aqui, mas aviso desde já que é bastante longo e, obviamente, está em inglês. Ou, muito resumidamente, na revista "Visão" on line.

O curioso da história é que Frank só estava de passagem por Lisboa, durante umas meras 24 horas, antes de seguir para o Porto, onde iria realizar uma reportagem gastronómica e de prova de vinhos (pelo que se deduz), o verdadeiro objetivo da viagem. Fez um voo noturno desde Nova Iorque e quando pensava ir descansar de uma noite em claro no hotel lisboeta, negaram-lhe a entrada, que a reserva era só para umas horas depois. Com esta receção pouco auspiciosa, o mais natural é que banisse para sempre o nome da cidade do seu roteiro de férias. E aí talvez resida a diferença entre quem é cidadão do mundo ou um turista ocasional - como não havia volta a dar ao assunto, resolveu dar um passeio pela cidade... 

Ele e o seu companheiro, Tom (e não me perguntem se de viagem ou de vida, que não sei, nem quero saber), não tinham mapa, roteiro ou agenda que lhes guiasse os passos, mas os seus olhos incidiram lá no alto da colina onde se ergue o castelo de São Jorge e, intuitivamente, seguiram na sua direção. A calçada lisboeta em "mosaicos de pedras brancas e pretas", os azulejos coloridos nas frontarias dos edifícios foram uma "revelação",  "como se Lisboa usasse as jóias a que as outras cidades nem ligam". E quando chegaram ao topo da colina, com a vista panorâmica sobre os telhados vermelhos e o azul do rio Tejo, Frank prometeu ao companheiro: "Eu vou voltar!"

Dois anos volvidos sobre esse fascínio que Lisboa exerceu sobre ele logo de início, já regressou em duas ocasiões - em setembro do ano passado e em abril deste ano. No artigo dá dicas sobre os locais a visitar, entre miradouros, museus, igrejas, restaurantes e até uma livraria sui generis, mas aprecia a liberdade de não ter uma agenda quase que obrigatória para seguir um roteiro turístico, como acontece noutras capitais europeias. Segundo ele, conforme se deseja um momento de maior serenidade ou diversão, assim se ruma em direção a cada colina ou local. E não é que concordo inteiramente?

Pergunto também aos meus botões, fechos éclair ou colchetes porque é que ando há tanto tempo a adiar uma (re)visita ao castelo, quando um estrangeiro não a deixa escapar? Será preguiça de palmilhar a encosta, pouca vontade de me levantar cedo a um fim de semana ou por saber que está logo ali ao virar da colina? Ah, pois é, qualquer dia já não há pernas para lá chegar...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

MORTE NAS RUÍNAS

Já cá faltava o último policial que comprei na Feira do Livro de Lisboa do ano passado, de Ruth Rendell... para ser muito "original"! E isto porque gosto de variar leituras e não ler sempre o mesmo autor de seguida, porque já se sabe que adoro o género e a escritora, digna sucessora de Agatha Christie, no meu modesto entender...

Este não foi exceção! Com o título original de "No More Dying Then", nem se entende muito bem a tradução. O enredo centra-se no desaparecimento de duas crianças, no espaço de poucos meses, no início dos anos 70, quando naquela pequena cidade inglesa de Kingsmarkham (fictícia, segundo a wiki) os catraios ainda brincavam uns com os outros nas ruas ou nos parques, sem a vigilância atenta de nenhum adulto: a primeira, uma rapariga de 12 anos, quando sai de uma aula de equitação e regressa a casa, recusando a boleia de um vizinho, apesar da chuva; o segundo, o pequeno John, de apenas 5 anos, num parque infantil e após um pequeno desentendimento com os seus companheiros de brincadeira. Factos inusitados até então, que envolvem investigações policiais minuciosas e buscas que empenham (quase) toda a população local. Será que os dois casos estão relacionados?

Escrito em 1971, este é mais um livro da série protagonizado pelo inspetor-chefe Reginald Wexford e pelo seu subordinado Mike Burden - quando este último se encontra fragilizado pela recente morte da mulher, com dois filhos para criar, delegando a tarefa na cunhada (que, para tal, prescinde da sua vida profissional e pessoal) e enquanto mantém o primeiro relacionamento "extra-conjugal", precisamente com uma das mulheres ligadas à própria investigação. Logo o antiquado e retrógrado detetive, que parece ter nascido no século XIX... 

Gostei muito, para não variar!

Citações: 
"- Não tenho trabalho nenhum para fazer, infelizmente.
Ele tinha querido dizer trabalho de casa, limpar, arrumar, coser, tarefas que ele considerava, naturalmente, como sendo de mulheres e havia ali muito para fazer, mas não era capaz de lho dizer."

"Uma cena emocional entre dois homens normalmente não emotivos, tem como consequência um profundo e triste embaraço."

"- Mesmo que não se tivesse sido muito feliz - disse ela - não se sente só falta da pessoa, sente-se falta do amor."

domingo, 27 de maio de 2012

ONE NIGHT ONLY...

... foi suficiente para me convencer que Luciana Abreu tem uma voz FABULOSA! Num momento único televisivo, que fez justiça ao seu vozeirão no concurso da TVI, "A Tua Cara Não Me É Estranha":

É verdade que vejo pouca televisão e seguir concursos musicais ainda menos. Imagino que já muita gente tenha reparado no talento vocal de Luciana, esquecendo que anteriormente interpretou Floribela para um público juvenil ou participou aí nuns programas televisivos a dar para o pimba. So what?! Querem lá ver que foi a única...

Estas descobertas nunca deixam de me espantar, tendo em conta a quantidade de cantores existentes no panorama nacional  que, pura e simplesmente, não cantam nada!

Imagem da net.