Na Irlanda profundamente católica dos anos cinquenta, rapariga solteira que engravidasse era considerada uma pecadora. É o caso de Philomena que - orfã de mãe desde tenra idade e educada num convento - nunca teve ninguém que lhe explicasse como é que os bebés nascem e engravida. Aí é novamente recambiada para o convento para parir o filho, enquanto o próprio pai afirma que ela morreu. Depois de um parto difícil, ela é obrigada a trabalhar na lavandaria do convento durante quatro anos (juntamente com outras "pecadoras" da mesma laia), sendo-lhe apenas permitido ver o filho uma hora por dia. Mas um dia, quando o pequeno Anthony conta apenas 3 anos, a criança é levada para adoção e Philomena não volta a vê-la.
Durante cinquenta anos ela esconde de todos o seu segredo, mas num momento de melancolia acaba por contar à filha o sucedido. Por seu turno, Martin Sixsmith (Steve Coogan), um jornalista político televisivo que acaba de perder o emprego, toma conhecimento da história e resolve investigá-la juntamente com a velha senhora. Para tanto voltam ao convento, mas, curiosamente, a freira que os atende não sabe dar nenhuma informação sobre o paradeiro inicial do rapazinho, devido a um "incêndio", embora desencante um papel assinado pela jovem Philomena afirmando dar o seu filho para adoção, "de livre e espontânea vontade". É no bar local que o jornalista ouve outra versão: as próprias freiras fizeram uma fogueira com todos os arquivos antigos, para não se vir a descobrir que elas vendiam as crianças a gente endinheirada, maioritariamente a americanos. Acontece que os americanos não faziam segredo dessas adoções e o jornalista vale-se dos seus conhecimentos no meio para prosseguir a investigação...
Judi Dench maravilhosa como sempre no papel de Philomena é nomeada ao Oscar de melhor atriz e o filme de Stephen Frears é igualmente candidato às estatuetas douradas de melhor argumento adaptado e de melhor filme. Muito, muito bom, embora não ultrapasse a pontuação de 7.8/10 na IMDb.
Imagem de cena do filme da net.
quero muito ver este filme!
ResponderEliminarAcho que o difícil é não gostar, TÉTISQ! :)
EliminarTb gostei muito deste filme. Adoro a Judi Dench!
ResponderEliminarSomos duas, CATARINA! :)
EliminarJudi Dench é uma excepcional artista.
ResponderEliminarOs cristãos podem ser tão ou mais fundamentalistas, ainda hoje, do que o islamismo!!
Crianças foram retiradas, mortas , vendidas por padres, freiras e médicos na Espanha franquista e católica, na Argentina católica e na Irlanda católica...
Se puder irei ver , segundo me escreveram num comentário a senhora será recebida brevemente pelo Papa francisco.
Bons sonhos, linda
Ela já foi recebida pelo Francisco I, que gosta de lavar os pés aos presos, mas no caso desta irlandesa estava com vontade de a despachar, com um sorriso muito amarelo nem a olhava bem para ela.
EliminarEsclarecer casos como estes ou os abusos sexuais no seio da igreja é que eu queria que ele fizesse, mas considerá-lo um herói, só porque recusou o passaporte do Vaticano e quis ficar com o argentino, não me convence.
Com os seus gestos simbólicos é amado pelos portugueses, que se contentam com pouco, mas a igreja católica continua uma colmeia de abelhas fedorentas.
Concordo contigo sobre o fundamentalismo cristão, SÃO! Embora também saiba que já houve épocas em que era bem pior... :P
EliminarBeijocas e bons sonhos!
Não sendo católica, não tenho nada contra ou a favor do Papa Francisco. Embora à partida me pareça mais aberto e cristão que os seus antecessores, EMATEJOCA.
EliminarSe não sou católica muito se deve à Igreja, cujas práticas e ensinamentos retrógados abomino. Daí a chamar-lhe "colmeia de abelhas fedorentas" vai um grande passo...
Quanto ao Papa estar de sorriso amarelo, pois, todos temos os nossos dias, não é por aí...
Com esta actriz, e com este realizador, este é um dos filmes a não perder.
ResponderEliminarBeijocas
É mesmo de não perder, PEDRO! :)
EliminarBeijocas
Infelizmente não tive oportunidade de ver, apesar de estar na minha lista de prioridades. Provavelmente vai ser mais um para a minha DVDteca :-)
ResponderEliminarBeijinhos e bom FDS
Pois, nem sempre há oportunidade, CARLOS! Mas em DVD também se deve ver bem... :)
EliminarBeijocas
O filme também anda cá, mas com o meu estado de espírito actual, ver este filme era a gota de água que faria transbordar a taça.
ResponderEliminarEsta noite vi uma reportagem sobre os horrores que ela passou por ser uma mãe solteira, e não aconteceu na Idade Média, mas sim em 1952.
Como já disse à São, ela foi recebida pelo Papa que estava com um sorriso amarelo, nunca a olhou de frente e não tem interesse nenhum em esclarecer esses crimes.
Desculpa o meu comentário, Teté!
EMATEJOCA, o holocausto também aconteceu nos anos 40, não me parece que os alemães de hoje possam fazer nada para diminuir o sofrimento dos sobreviventes e dos que viram os seus familiares morrer tão ingloriamente. Do mesmo modo, não me parece que o Papa possa fazer alguma coisa para diminuir o sofrimento das mulheres que ficaram sem os seus filhos, devido à mentalidade católica da época...
EliminarNão me parece é que haja mais nada a esclarecer, pois toda a gente sabe o que acontecia nesses conventos...
Uma belíssima sugestão Teté. Obrigado, creio que anda por aí o livro, inspirado nesta história. Gostei imenso do Trailer.
ResponderEliminarDeve andar, NUNO, já que o argumento foi adaptado do livro... :)
EliminarTeté,
ResponderEliminarEstes livros de merda que lês de nada me servem.
Aprende de uma vez por todas que deves servir quem te dá de comer. Sejam eles estrangeiros ou como eu preferia Portugueses.
Por acaso não costumo aprender nada com anónimos, ANÓNIMO. Não estou interessada em cobardias, ainda menos de quem nem sequer leu o post! :P
EliminarTambém gostei muito do filme.
ResponderEliminarCalculei que gostarias, LUISA! :)
EliminarAinda não vi mas tenho muito interesse em ver.
ResponderEliminarObrigada pela tua opinião.Bom fim de semana
xx
Parece-me que vais gostar, PAPOILA! :)
Eliminarxxx
~ ~ Tem todos os requisitos para ser um bom filme. ~ ~
ResponderEliminarNo entanto, a escolha de Judi Dench, parece-me estranha. Apesar de muito talentosa, tem 79 anos e está a interpretar uma mulher treze anos mais nova, sem a mínima hipotese de uma boa caracterização. Teria preferido alguém como Meryl Streep. ~
~ Não acho bem julgar e condenar o Papa Francisco, a priori, sem qualquer indício, digno de recriminação.
~ É uma opinião baseada apenas em crítérios de justiça e valores de equidade. ~
~ ~ ~ Um bom Domingo. ~ ~ ~ Beijocas. ~ ~ ~
Acho que a Judi Dench vai muito bem, MAJO! O que não impede que a Meryl não o fosse igualmente no papel...
EliminarO Papa Francisco em 1952 tinha 16 anos, se calhar ainda nem sequer sonhava em ser padre, portanto também não estou a ver qualquer recriminação possível. A Igreja, como um todo, pode ser recriminada por muita coisa, desde a Inquisição, passando por estes e outros comportamentos ao longo dos anos que estão longe de qualquer benevolência... alguns até podendo ser considerados criminosos. Na minha modesta opinião, está claro! :)
Boa semana e beijinhos!
Este comportamento repressivo, em relação a mães solteiras, era primordialmente, um problema social.
ResponderEliminarJá vinha de longa data, do tempo em que as mães, desesperadas, colocavam os filhos nas roletas gos conventos.
xx
Parece muito interessante, ainda mais sendo uma história real.
ResponderEliminarUma coisa que sempre me surpreendi e acho correcta nos EUA é essa parte dos registos de adopção e também de doação. É talvez a única coisa realmente sem nada a apontar que vejo sobre os EUA. Por cá tudo é muito mais sigiloso, não existem arquivos de nada, direito a aceder a poucas informações e caso does algo fica tudo no anonimato. Lá se alguém morrer deixando expresso que é dador por OPÇÃO (e não virar dador assim que vira cadáver, como é por cá), se aquele que receber a dádiva o desejar, pode vir a saber quem lhe doou o órgão e até entrar em contacto com a família, e vice-versa. Acho isso magnânimo. Importante. Afinal, não é um gesto de pouco emotividade, nem tão pouco para os parentes vivos. Por cá julgo que nada se sabe. Tudo é secretismo. Nisso a sociedade americana consegue ser impar, diferente até dela mesma.