Luis Sepúlveda e Daniel Mordzinski partiram rumo à Patagónia, cada um munido dos seus instrumentos de trabalho - uma caneta e um moleskine para o primeiro, câmaras e apetrechos fotográficos para o segundo. Explica o escritor na contracapa:
"Este livro nasceu como a crónica de uma viagem realizada por dois amigos, mas o tempo, as mudanças violentas da economia e a voracidade dos triunfadores transformaram-no num livro de notícias póstumas, no romance de uma região desaparecida. Nada do que vimos existe tal como o conhecemos. De certo modo fomos os afortunados que presenciaram o fim de uma época no Sul do Mundo. Desse Sul que é a minha força e a minha memória. Desse Sul a que me aferro com todo o amor e toda a raiva.
Estas são, pois, as últimas notícias do Sul."
Escusado será referir que as crónicas de Sepúlveda não se leem: devoram-se! As cerca de 160 páginas estão recheadas das fotografias dos locais e da boa gente que acolheu os dois amigos a sul do paralelo 42, cada uma com a sua história ou lenda para contar - mas como poetas, não como doutores, segundo o costume na região. É assim que as histórias vão surgindo, entrelaçadas umas nas outras, transmitindo o real, o ficcional e o lendário, e dando largas à imaginação de quem as ouve (os autores) ou lê (nós, os leitores)!
É neste mundo feérico que encontramos protagonistas que são gente de carne e osso, que procuram violinos na estepe desértica, que fazem florir um ramo seco nas mãos enrugadas, que são duendes, maquinistas de velhos comboios, gaúchos que nunca foram fotografadas ou descendentes de cineastas amadores espoliados de tudo o que restou desse passado, em suma, sobreviventes de todas as agressões de que foram alvo por parte de governantes e ditadores, de capitalistas e invasores que pretendem apropriar-se daquelas paisagens onde sempre viveram e que tanto amam...
MUITO BOM! (como sempre que se trata de Sepúlveda...)
eu não devia ter passado por aqui hoje!
ResponderEliminarsempre que ouço / vejo algo relacionado com a Patagónia fico a pensar no dinheiro que gastei há uns anos num puzzle de 2500 peças e que nunca acabei.
que dinheiro tão mal empregue...
Sou um fã incondicional do Sepúlveda. Tenho todos os seus livros. Falta-me esse, que foi o último. Um dia destes compro-o, até porque estou a acabar o livro que ando a ler.
ResponderEliminarAh! e o Luís vem cá muitas vezes, e as apresentações que faz dos livros são sempre muito interessantes, Teté. Se nunca foste a nenhuma, aconselhava-te a próxima :)
Há pessoas que têm a mestria de nos fazer VER aquilo que escrevem.
ResponderEliminarMesmo quando sem as imagens, sejam elas desenhadas ou fotografadas.
Este livro ainda não o comprei, mas estou lá quase!
Não há maneira de "segurar" todos os €uros de que necessito...
Beijokas!
Nunca li nada dele...e mais uma vez me vou repetir, acho que é a tua forma de escrever sobre um livro ou filme que me faz querer ver ou ler...não seria mal pensado começares a receber alguns trocos pela promoção que fazes (assobiando)
ResponderEliminarJá anotei este também :)
A lista de coisas a ver e a ler tá grande, podia dizer-te, outra vez, que contigo vou à falência, mas já sei que isso não te incomoda nada, né menina Teté? :p
Beijinho :)
*ontem esqueci de dizer que o Pardalito naquela foto é muito parecido contigo (assobiando mais alto) eheheh
A escrita do Sepúlveda é fascinante e cativa-nos como muitos poucos escritores sabem fazer. Além disso eu sou uma apaixonada pelas histórias sobre América do Sul e pelos seus escritores é só pena os governantes daquelas paragens, mas enfim.
ResponderEliminarAlém disso a minha viagem de sonho é conhecer a Patagónia, bem o que gostava mesmo era fazer um périplo por toda a América do Sul, sonhos !!!!!
Concordo totalemnet: este escritor é fascinante.
ResponderEliminarO primeiro livro que li del e que me deixou logo em estado de paixão foi "A História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar", um daqueles livros que marcam quem tem a felicidade de os ler.
Este tem a perticularidade de me ter sido oferecido por uma querida amiga, que estava entusiamadissima ...e nem sequer gosta de ler!
Assim que o topar , não o deixo fugir.
Beijinhos agradecidos
nunca tive muita curiosidade de ler os latino-americanos, tirando a excepção do Bolaño. Mas tenho visto que há muito potencial a descobrir na literatura das américas meridionais.
ResponderEliminar"A História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar" foi o que li, até hoje, do Luís Sepúlveda.
ResponderEliminarComo o Moyle nunca tive grande vontade de ler os latino-americanos, como também nunca tive interesse de viajar pela América-Latina.
Tenho mesmo de voltar a Sepúlveda!
ResponderEliminarLi-o num fds, Teté. Como quase todos os livros dele, que devoro sofregamente, desde que , há muitos anos, numas férias na Tailândia, li " O Velho que lia romances e amor". Passam sempre à frente na lista de espera que tenho em cima de uma mesa na minha sala de trabalho e..não precisam sequer de meter cunha, ou usar as estratégias de penetra do Vara.
ResponderEliminarGosto muito do Sepúlveda. E, sinceramente, isto era mesmo o que eu gostava de fazer, uma vez na vida: sair por aí, talvez Patagónia ou outro destino, com um caderno e uma caneta, a escrever o que o mundo me desperta na alma!
ResponderEliminarBeijinho.
2500 peças de um puzzle com uma paisagem da Patagónia, VÍCIO?!? Ah, não admira que não tenhas acabado. Mordillo é mais divertido, no que toca a puzzles... =))
ResponderEliminarSomos dois, VIC! Não li todos, este é prái o 7º que leio! :)
ResponderEliminarE não, nunca fui a uma apresentação de um livro dele. Mas tenho pena... :D
É, Sepúlveda tem essa capacidade, KOK! Aqui complementado com imagens, que completam o que (d)escreve. :))
ResponderEliminarEste comprei na Bertrand, numa 2ª feira, que é dia de descontos por lá, custou 11 euros e picos... Mas a Feira do Livro de Lisboa está aí a chegar! :D
Beijokas!
Eheheh, mas eu só "promovo" aquilo que gosto, MARIA, se fosse paga para elogiar (não tendo o quê) acabava por não ser uma opinião sincera - além de chata, tudo muito lindo e maravilhoso, blá,blá,blá... :))
ResponderEliminarEspera pela Feira do Livro, depois logo vês o que está ao alcance da tua bolsa! Este por acaso comprei, mas também me oferecem livros, especialmente no Natal e nos anos. E como fiz há relativamente pouco tempo, ainda não li todos... :D
Beijocas!
ps - por acaso até era parecido em pequenino, com aquele biquinho todo jeitoso; agora já não tanto, que felizmente não tenho pêlos na cara... ~xf (assobiando)
E sonhar é bom, RAINHA, ainda por cima com viagens à Patagónia... :D
ResponderEliminarQuanto a Sepúlveda, pois, também sou fã! :))
Para mim, SÃO, essa é a melhor história dele! Mas gostei de todos os que li dele, sem exceção! :D
ResponderEliminarAcredito que, mesmo para quem não gosta de ler, este é um bom livro: são crónicas curtas, com fotografias dos protagonistas, e numa zona do mundo para onde muita gente gostaria de viajar... :))
Beijocas!
Um enorme potencial, diria mesmo, MOYLITO. Desse Bolaño é que nunca li nada... :)
ResponderEliminarEsse é o meu preferido, EMATEJOCA!
ResponderEliminarMas quanto ao resto, e bem sei que tu és mais de clássicos, discordo completamente: há muitos e bons livros de autores sul-americanos e vontade de viajar naquelas paragens também não falta... :))
A Sepúlveda volta-se sempre com gosto, TONS DE AZUL! :D
ResponderEliminarLá teremos de ir cravar mais uns autógrafos à FLL... :)
Tinha ideia que já tinha falado do livro, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, mas realmente este lê-se de uma penada... :)
ResponderEliminarÉ, Sepúlveda aqui também não precisa de cunha para passar à frente de tantos outros em fila de espera... :))
Parece que somos vários fãs do escritor, TERESA! Para lá da viagem por aquelas paraqens que (quase) todos adoraríamos fazer... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Há muito tempo que não leio Sepulveda. Tenciono recressar ao autor. Nome de Toureiro está na minha estante à espera ;-)
ResponderEliminarPodes crer, Teté! ;)
ResponderEliminarOlha eu vou ver se vou este ano. Talvez no fim de semana de 28 e 29 de abril.
Esse nunca li, TIAGO! Mas a Sepúlveda é de regressar sempre que há oportunidade... :)
ResponderEliminarDia 28 devo de ir lá (se não estiver um tempo muito mau, evidentemente), TONS DE AZUL, pois quero comprar um livro e sei que o autor estará lá nesse dia. Mas depois diz-me alguma coisa... :)
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